segunda-feira, 14 de maio de 2012

Óia acusa tuiteira de 59 anos de ser robô programado

http://www.vermelho.org.br/noticia.php?id_noticia=183200&id_secao=1

14 de Maio de 2012

Mentira de Veja sobre “robôs” pode gerar ações

Por Eduardo Guimarães, em seu blog



Imagem: Blog Tudo em Cima

A matéria, ao ser publicada na capa, mostra que Veja acusou o golpe do fim de semana retrasado, quando internautas promoveram no Twitter o que se convencionou chamar de “tuitaço”, ou seja, milhares de internautas enviando mensagens contendo uma expressão qualquer precedida do símbolo cerquilha (#), expressões que, naquela rede social, são chamadas de hashtags. Naquele caso, a hashtag foi #VejaVaiPraCPI.

Desde que surgiram as suspeitas contra a Veja devido ao envolvimento do editor da revista Policarpo Júnior com a quadrilha do bicheiro Carlinhos Cachoeira, a publicação foi parar no primeiro lugar dos Trending Topics várias vezes por meio de hashtags como #VejaBandida, #VejaVaiPraCPI e, no último sábado, #VejaTemMedo.

Nesta semana, a revista publica matéria sobre o assunto, com chamada de capa, por conta do que lhe representa de pernicioso aparecer nessa situação em uma rede social acessada por centenas de milhões de pessoas no mundo inteiro. E, como de costume, não hesitou em inventar uma história para tentar negar que muita gente a esteja questionando.

Abaixo, trecho da matéria “As táticas de guerrilha para manipular as redes sociais”

A internet aceita tudo. Chantagistas contrariados fazem circular fotos de atrizes nuas (vide o caso Carolina Dieckmann), revelam características físicas definidoras (”minimocartaalturareal1m59cm”), apelidam sites com artigos do Código Penal (”171″, estelionato) e referenciam-se em doenças venéreas – por exemplo, na sífilis (grave doença infecciosa causada pela bactéria Treponema pallidum) – para formar sufixos de nomes.

A situação se torna preocupante quando os robôs que fraudam um serviço como o Twitter são postos a serviço da propaganda ideológica. E piora ainda mais, ganhando os contornos da manipulação política, quando eles trabalham para divulgar teses caras ao partido que ocupa o poder. Isso, infelizmente, começa a acontecer no Brasil. Nas últimas semanas, o vazamento de informações da Operação Monte Carlo, da Polícia Federal, e a subsequente instauração de uma CPI para investigar o contraventor Carlinhos Cachoeira puseram sangue nos olhos de certa militância petista. (…)

A artilharia de esquerda se voltou contra outro alvo de longa data: a imprensa independente, e VEJA em particular. Uma das estratégias adotadas foi a organização dos chamados tuitaços. (…) Em pelo menos quatro desses episódios ocorridos em abril, ou militantes e simpatizantes petistas marcaram data e horário de cada evento ou registraram em inglês o significado das hashtags utilizadas ou mandaram as mensagens iniciais dos tuitaços. (…)

Mas a análise aprofundada desses episódios – e em especial daquele identificado pelo marcador #vejabandida – mostra que dois artifícios fraudulentos foram usados para fingir que houve adesão enorme ao movimento. Um robô, que opera sob o perfil “@Lucy_in_sky_”, foi programado para identificar mensagens de outros usuários que contivessem os termos-chave dos tuitaços, replicando-as em seguida.

Além disso, entraram em ação “perfis-peões”, ou seja, perfis anônimos, com pouquíssimos seguidores e muitas vezes criados de véspera, que replicam sem parar mensagens de um único tema (ou melhor, replicam-nas até atingir o limiar de retuítes que os tornaria visíveis aos mecanismos de vigilância de fraudes do Twitter.

Essas manobras para ampliar artificialmente a visibilidade de uma manifestação na internet já ganharam nome no marketing e na ciência política: astroturfing, palavra derivada de Astro-Turf, marca americana de grama sintética que tenta se vender como natural. O objetivo é sempre o mesmo: passar a impressão de que existe uma multidão a animar uma causa, quando na verdade é bem menor o número de pessoas na ativa.

Uma amostragem de 5.200 tuítes recolhidos durante um dos tuitaços recentes revelou que 50% das mensagens partiram de apenas 100 perfis – entre eles robôs e peões, que ajudam a fazer número, mas não têm convicções. Da China vem o exemplo mais alarmante desse tipo de fraude. O Partido Comunista Chinês arregimenta pessoas encarregadas de manipular a opinião pública, inundando a internet com comentários favoráveis ao governo. Elas formam o chamado 50 Cent Party (Partido dos 50 Centavos), cujo nome remete aos 50 centavos de iuane – ou 15 centavos de real – que cada ativista supostamente recebe por post publicado.

Dos mesmos teclados alugados saem ataques à democracia de Taiwan, território reclamado por Pequim. (…)

A utilização massiva da internet, das redes sociais e de blogueiros amestrados faz parte das táticas de engodo e manipulação da verdade no Brasil. Internautas, fiquem de olho neles.


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Conheço as pessoas que compõem o MAV, do PT. É um pequeno grupo que se dedica à comunicação do próprio partido entre si na internet. Reitero que esse grupo não tem relação alguma com os tuitaços contra a Veja. Posso afirmar isso porque estive envolvido nos dois últimos tuitaços e praticamente fomentei o penúltimo valendo-me de anúncio que fiz no Twitter sobre reportagem que a TV Record veicularia sobre a relação entre Veja e Cachoeira.

Mas não é isso o que importa neste texto. Alguns blogs já deram a informação de que, no fim da tarde de domingo, um tuiteiro que usa o pseudônimo @pagina2 teve uma idéia singela, mas brilhante: por que não tentar fazer contato com o perfil no Twitter que a matéria da Veja acusa de ser um robô?

O @pagina2 obteve êxito. Entrou em contato com o perfil que Veja cita na matéria, o @Lucy_in_Sky_, e descobriu que se trata de uma carioca de 59 anos. Veja, abaixo, a reprodução do perfil dela no Twitter.



O mesmo tuiteiro, @pagina2, então, pediu uma entrevista ao “robô” @Lucy_in_Sky_. A entrevista está sendo largamente reproduzida na internet por seu teor explosivo, porque comprova cabalmente que Veja mentiu na matéria “As táticas de guerrilha para manipular as redes sociais”. Para quem não leu, reproduzo o texto e, em seguida, sigo comentando.

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Tuiteira de 59 anos é acusada de ser robô programado pelo governo para atingir Veja

Para justificar campanha contra Veja no Twitter, Reinaldo Azevedo acusa tuiteira de ser um robô programado pelo governo para atingir alvos políticos. Blogueiro também censurou comentário da acusada rebatendo denúncia.

Em “Como Fraudar a Internet”, Reinaldo Azevedo afirma que o perfil @lucy_in_sky_ “foi programado para identificar mensagens de outros usuários que contivessem os termos-chave dos tuitaços, replicando-as”. Seria perfeito para explicar mais um protesto contra a revista, se a dona do perfil não fosse uma pacata carioca de 59 anos, estudiosa do comportamento humano, amante dos animais e profissional da saúde. “Foi como tomar um tapa na cara”, conta ela.

Lucy (sua identidade será preservada), soube por amigos, no sábado que seu perfil era acusado de operar um esquema fraudulento para atacar a revista Veja com hashtags como #VejaTemMedo e #VejaBandida. “Trabalho e estudo. Não tenho muito para dar minha opinião, mas acho importante fazê-la. Por isso tantos retuítes”.

O perfil de Lucy tem exatos 3 anos. “Entrei no twitter, a princípio, por curiosidade, mas depois percebi todo o alcance social e político. Procuro participar de vários tuitaços que mostrem minha opinião política. Participei do #ForçaLula e sempre que posso faço campanha contra crueldade com animais”.

A conta de Reinaldo Azevedo é simples, mas não fecha. Ele usa o exemplo da China, que recruta jovens com tempo disponível para lançar mensagens de apoio ao governo na internet. Na cabeça da Veja, o regime chinês é muito parecido com o brasileiro. Nada faria mais sentido se o governo também pagasse militantes para detonar inimigos políticos.

Afinal, quem fica na frente de um computador, num final de semana, sem ser pago? Só para fazer política? “Quando eu vejo algum tweet que expresse minhas opiniões e posições, eu retuíto”. Diante de tantos RTs contra Veja, Reinaldo Azevedo criou uma fantasia: Lucy era um programa criado por petistas com a única intenção de detonar Veja “O que me impressionou na reportagem da Veja foi a história detalhada que eles inventaram, dizendo como é que eu “funcionava” como robô. Teve até infográfico”

Na noite de ontem, Lucy acessou o blog de Reinaldo Azevedo e deixou uma mensagem, afirmando ser dona do perfil acusado de ser robô. Seu comentário foi censurado e Azevedo continua afirmando que Lucy não passa de uma ficção virtual.

Após consultas jurídicas, este blog apurou que o mais novo golpe da Veja para iludir seus leitores e desqualificar a intensa indignação com os métodos da revista que tomou a internet pode render várias ações judiciais à revista.
O PT, enquanto instituição, bem como seu presidente, Rui Falcão, foram falsamente acusados de terem fraudado as regras de uma rede social para difamarem Veja. E a carioca que responde pelo perfil @Lucy_in_Sky_ foi acusada de ser um “robô”, de não existir, de ser uma fraude. Se tivesse sido acusada de ser paga para criticar a Veja, já seria grave. Mas foi acusada de simplesmente não existir (!).

Tudo, absolutamente tudo o que diz a matéria da Veja sobre “táticas para fraudar redes sociais” é que é uma imensa fraude. Grosseira, aliás, porque antes de acusar o perfil @Lucy_in_Sky_ de ser “um robô” a Veja nem se deu ao trabalho de tentar manter um contato, o que mostra que tudo mais que diz sua matéria é produto de invenção, uma mentira.

Dezenas de milhares de pessoas participaram do tuitaço de sábado passado. É fácil comprovar que as alegações da reportagem da Veja são produto de invenção mal-construída, grosseira, irresponsável e criminosa. As vítimas dessas calúnias têm todos os instrumentos para processar a Veja. Certamente conseguirão polpudas indenizações, além de desmascararem mais essa farsa da revista.

Fonte: Blog da Cidadania

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