A cara da Veja
Por Luis Nassif
Slogan da nova campanha publicitária de Veja:
"Veja, indispensável para o país que queremos ser"
A cara da Veja, para todos os leitores que freqüentam o portal da revista, é o Blog de Reinaldo Azevedo.
Assista
à campanha institucional da revista. Repare nas imagens, mostrando os
problemas nacionais, a miséria, as criancinhas, a violência. E confira,
na prática, “qual o país” que Veja quer ser.
Uma revista é o que ela publica, não o que a publicidade imagina.
Azevedo
foi um jornalista apagado até os 40 anos de idade. Depois, entrou para a
revista “Primeira Leitura”, que cerrou as portas quando foi denunciado o
esquema de patrocínios políticos que a mantinha.
Foi, então, contratado por Mario Sabino para se tornar o blogueiro da Veja, incumbido dos ataques aos adversários e da bajulação aos aliados e à empresa. Pratica ambos com notável desenvoltura.
Dedica
a Sabino temor reverencial. Quando não recebe ordens diretas da
direção, procura se antecipar ao que considera ser a opinião da revista.
Às vezes erra e entra em pânico.
Quando
Barack Obama despontou nas pesquisas, escreveu comentário
preconceituoso contra ele. No final de semana a edição da revista
elogiava o candidato. Sua reação foi um e-mail temeroso a Sabino,
perguntando das conseqüências do escorregão.
Acalmou-se quando recebeu o “nihil obstat”. Passou recibo no Blog, divulgando o e-mail súplice e a absolvição generosa.
Tenta
reproduzir o ideal “yuppie” do grupo, como apregoar que sempre foi bem
sucedido (até os 40 anos era jornalista apagado; até dois anos atrás,
jornalista desempregado), gostar de uísque escocês e separar parte de
suas cinco horas de sono para “fazer amor”. Aprecia quando comentários
supostamente assinados por leitores (grande parte dos comentários é de
"anônimos", que tanto podem ser leitores quanto o próprio blogueiro)
realçam sua inteligência e charme.
Gosta
de ser chamado de "meu Rei" e "tio Rei" pelos leitores. Esbanja
preconceito contra negros, mulheres, abusa de um linguajar chulo, não
tem limites para caluniar ou difamar críticos da revista.
Seu blog participa do circuito de blogs que fazem eco às "denúncias" lançadas pelo lobby de Daniel Dantas.
É
reconhecidamente pessoa desequilibrada, com pendores homofóbicos. Tem
obsessão por insinuações sexuais contra adversários e é especialmente
agressivo com mulheres. Consegue saltar, sem nenhum filtro, da agressão
mais escatológica contra os "inimigos" à bajulação mais rasteira às
chefias.
Em qualquer publicação, independentemente do porte, seu desequilíbrio seria contido dentro de limites editoriais. Na Veja de
Eurípedes-Sabino não só tem autorização para fazer o que quiser -até
sugerir "boquetes" ao presidente - como é estimulado a isso.
Graças
à falta de discernimento de Eurípedes e Sabino e à pouca importância
que ambos - mais a Abril - dedicam ao trabalho de preservação da imagem
da revista, Azevedo representa uma espécie de caricatura, a parte mais
grotesca do processo de degradação editorial da revista. É um esgoto sem
filtro. Todo o seu desequilíbrio é despejado diariamente no Blog e sua
atuação festejada por Sabino.
Hoje em dia, junto ao universo crescente dos freqüentadores da Internet, a imagem de Veja
tornou-se irremediavelmente ligada à de Azevedo, o "tio Rei". É o
exemplo mais acabado do processo de deterioração moral e editorial que
tomou conta da revista.
Confira a cara da Veja:
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