Márcio Thomaz Bastos, advogado de Thor
O Globo.com, 17/05/2012
Justiça determina suspensão da habilitação de Thor
O Globo
RIO - A
Justiça determinou a suspensão do carteira de motorista de Thor Batista, acusado de atropelar e matar um ciclista na Rodovia
Washington Luiz, em março deste ano. A juíza da 2ª Vara Criminal de Duque de
Caxias, Daniela Barbosa Assumpção de Souza, aceitou nesta quinta-feira a
denúncia do Ministério Público contra o filho do empresário Eike Batista,
acusado de homicídio culposo, sem intenção de matar. De acordo com a decisão,
Thor tem cinco dias para entregar sua carteira de habilitação no cartório.
Em nota, Márcio Thomaz Bastos e Celso Vilardi, os advogados de
Thor, afirmam que, "apesar de não terem tido acesso à denúncia do
Ministério Público, consideram que o processo penal é um equívoco e
comprovarão a inocência de Thor Batista". Ainda em nota, os advogados
alegaram que os dois peritos que assinaram o laudo sobre as causas do
acidente, a respeito da velocidade do veículo dirigido por Thor
Batista, tomaram por base "leis físicas oriundas da mecânica
newtoniana”, o que eles consideram inaceitável: “causa indignação, uma
vez que desacompanhada de qualquer método ou cálculo explicativo. Da
forma como lançada no documento, a velocidade é uma afirmação que se
traduz em peça de ficção científica, sendo impossível compreender,
inclusive, como os peritos chegaram ao resultado”, diz trecho da nota.
Thor foi
denunciado na quarta-feira pelo Ministério Público. Apesar de ter 15
dias para analisar o caso, a 6ª Promotoria de Investigação Penal de
Duque de Caxias recebeu o pedido do delegado Mário Roberto Arruda, da
61ª DP (Xerém), em Duque de Caxias, e decidiu denunciá-lo em menos de
24 horas. Na semana passada, Thor havia sido indiciado por homicídio
culposo pela polícia. O laudo pericial
concluiu que o estudante dirigia de maneira imprudente, a 135 km/h, no
momento do acidente, enquanto a velocidade máxima permitida na via é
de 110 Km/h. Os advogados de Thor contestam a perícia e afirma
que, segundo laudo particular, o carro estava trafegando com
velocidade entre 87,1 km/h e 104,4 km/h.
A polícia também
considerou a culpa do ciclista no acidente. O exame toxicológico feito
no corpo da vítima indicou que o ciclista havia ingerido bebida
alcoólica em excesso. Foi detectada a concentração de 15,5
decigramas de álcool por litro de sangue dele. Para motoristas, a lei
considera incapaz de dirigir carro quem tiver 2 ou mais decigramas de
álcool por litro de sangue.Na ocasião do acidente, Thor estava na direção de um superesportivo Mercedes SLR McLaren prata (placa EIK-0063), acompanhado de um amigo. O filho de Eike tinha 51 pontos na carteira de motorista, acumulados nos 18 meses anteriores, e ainda dirigia. Um laudo da perícia, divulgado em abril, revelou que Thor não trafegava pelo acostamento quando matou o ciclista. A análise não determinou a velocidade do carro, um dos pontos essenciais da investigação da 61 DP (Xerém). O veículo de Thor atingiu a vítima na pista central ou da direita.
Depois do acidente, na Rodovia BR-040 (Rio-Petrópolis), ele teve o carro, uma Ferrari 458 Italia, apreendida pelo Detran porque circulava pela cidade sem a placa dianteira.
UOL,16/05/201218h58
Ministério Público do Rio denuncia Thor Batista por homicídio culposo
O MP-RJ (Ministério Público do Rio de Janeiro) denunciou à Justiça, nesta quarta-feira (16), o empresário Thor de Oliveira Batista, 20, filho do bilionário Eike Batista, por homicídio culposo pelo atropelamento do ciclista Wanderson Pereira dos Santos, 30, em 17 de março deste ano. Caso condenado, Thor poderá cumprir de 2 a 4 anos de prisão.
A denúncia, assinada pelo promotor Marcus Edoardo de Sá Earp Siqueira, da 6ª Promotoria de Justiça de Investigação Penal de Duque de Caxias, foi distribuída para o Juízo da 2ª Vara Criminal do município. O MP pede ainda que Thor tenha a carteira suspensa.
Santos foi atingido por Thor na rodovia Washington Luís, em Duque de Caxias. O filho de Eike dirigia sua Mercedes-Benz SLR McLaren a 135 km/h, segundo perícia da Polícia Civil. A velocidade máxima permitida na via é de 110 km/h.
Os advogados de Thor contestam a perícia e alegam que, segundo laudo particular, o carro estava trafegando com velocidade entre 87,1 km/h e 104,4 km/h.
O MP afirma que a suspensão da carteira de motorista de Thor foi requerida com base nas informações prestadas pelo Detran (Departamento de Trânsito do Estado do Rio de Janeiro). O órgão registra 11 infrações de trânsito na habilitação do denunciado, sendo nove delas por excesso de velocidade. Thor é habilitado para dirigir desde dezembro de 2009.
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Perícia aponta mentira de Thor e imprudência de Luciano Huck
Blog do Noblat
Filho do homem mais rico do Brasil tentou comandar, pelo Twitter, um inquérito policial sobre a morte do ciclista pobre, o apresentador Luciano Huck inocentou o bilionário antes de ter elementos para julgar; Eike Batista, por sua vez, lamentou a perda do brinquedinho; e agora?
Raras vezes se viu no Brasil uma tentativa tão explícita de calar, pela força do dinheiro, uma investigação policial.
O caso era uma autêntica fábula brasileira, que expunha nossas mazelas e fraturas sociais.
No dia 18 de março deste ano, Thor Batista, filho do homem mais rico do Brasil, Eike Batista, atropelou em sua Merceded um rapaz negro, Wanderson Silva, que conduzia uma bicicleta, num país onde crimes de trânsito raramente são punidos. Rapidamente, Eike e Thor passaram a bombardear internautas com mensagens no Twitter.
Em 63 mensagens sequenciais, Thor deu sua versão para o acidente. Numa delas, disse que "vinha na faixa da esquerda, com muito cuidado, sem ao menos dialogar com meu carona quando repentinamente um ciclista atravessou...".
Em outra, assegurou que "a frenagem trouxe o carro de 100km/h até 90 km/h".
Eike, por sua vez, deu força ao filhão dizendo que era a quinta vez apenas que ele dirigia a Mercedes, xodó da família. E contratou o advogado mais caro do País, Marcio Thomaz Bastos, para defender o pupilo. "Só contrato o melhor", disse Eike à época.
Em diversos veículos de comunicação, também se exerceu uma pressão imensa para que o caso não fosse analisado pela ótica da luta de classes – afinal, ricos não podem ser punidos simplesmente porque são ricos.
A cereja do bolo foi o tweet publicado pelo "bom-moço" Luciano Huck, que enriquece às custas de "Wandersons" e, assim, frequenta as rodas de "Thors" e "Eikes". "Fatalidade. Prestou socorro e não tinha bebido", tuitou Huck no dia do acidente, antes de ter qualquer elemento para julgar.
Pois bem: todos acabam de ser desmoralizados pela perícia oficial realizada pela polícia do Rio de Janeiro. Uma polícia que, diga-se de passagem, conseguiu realizar um trabalho independente apesar de todas as suspeitas que recaiam sobre seu trabalho, em razão da propalada influência de Eike Batista no governo do Rio de Janeiro.
Sabe-se agora que Thor dirigia a pelo menos 135 km/h, acima do limite de 110 km/h, e vinha realizando ultrapassagens em ziguezague segundo o depoimento de testemunhas.
Em sua defesa, o filho do bilionário pretende apresentar uma perícia privada – mas, em países sérios, o que vale é a investigação oficial, não aquela paga por quem tem interesse em se livrar de suas responsabilidades.
Thor mentiu. Luciano Huck foi falastrão. E Eike se comportou como um pai que não sabe impor limites aos filhos.
Aliás, recomenda-se que Thor feche urgentemente seu Twitter. Num post, revelou um encontro com o presidente da Caixa Econômica Federal, Jorge Hereda, que estuda realizar um aporte bilionário numa empresa de Eike Batista em má situação financeira, a LLX.
Em outro, Thor fez uma brincadeira pueril. Disse que o cruzamento de um quero-quero com um pica-pau resulta em que quero-pica-quero-pau.
Thor, que acaba de ser desmascarado pela perícia realizada pela polícia do Rio, foi indiciado por homicídio culposo.
Dias atrás, ele teve outro brinquedinho apreendido: a Ferrari que conduzia sem placa nas ruas do Rio de Janeiro.
Quantos "Wandersons" serão necessários até o Brasil aprenda a efetivamente tratar crimes de trânsito, que matam milhares de pessoas no País, como crimes, e não como fatalidades inocentadas por Luciano Huck?
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