terça-feira, 22 de maio de 2012

Dilma reage à sabotagem dos bancos



TARIFAÇO DA BANCA: DILMA REAGE À SABOTAGEM

E
conomistas de bancos, nariz empinado, gostam de pontificar que o corte dos juros exigido pelo governo aquecerá a demanda, uma  irresponsabilidade heterodoxa, sublinham, que atiçará o vento frio da inflação e a tempestade da inadimplência. Na verdade, o raciocínio mecanicista vendido com soberba professoral -a mesma que jogou o capitalismo na pior crise desde 1929 - recobre uma ardilosa manobra de profecia auto-realizável.

Sob pressão direta da Presidenta Dilma para cortar taxas e reduzir seus spreads - os maiores do mundo, diga-se - os bancos simularam adesão ao apelo oficial, depois de escaramuças em que o sindicato do setor, a Febraban e seu presidente, sairam chamuscados. Ao mesmo tempo, porém, conspiravam deflagrando um aperto no crédito e um salto abusivo nos preços das tarifas, componentes que juntos mais do que anulam qualquer corte que possam fazer nos juros, ademais de insuflar, aí sim, a inadimplência. A prévia do INPC para o mês de maio revelou a eficácia dessa manobra: a alta do índice, de 0,51%,  foi tratorada pela explosão do tarifaço bancárioOs serviços da banca tiveram um aumento de 1,66%: três vezes mais do que a média dos preços.

O dispositivo midiático neoliberal estampará manchetes cínicas e análises alarmistas para sancionar os alerta da ortodoxia contra a política econômica. Existe um nome adequado para isso: sabotagem. Contra ela o governo determinou a divulgação pública - leia-se a execração política - da lista com o tarifaço e a sua respectiva paternidade entre os grandes bancos. A ver.






E SE ELES AINDA ESTIVESSEM NO COMANDO?


Em 31 de agosto do ano passado, o governo Dilma, ancorado numa percepção correta de agravamento do quadro mundial, cortou a taxa de juro pela primeira vez em seu mandato. O dispositivo midiático-tucano reagiu entre 'indignado e estupefato', como disse então o economista Luiz Gonzaga Belluzzo em debate promovido por Carta Maior. Um mês depois, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso ecoava as avaliações dos think tanks demotucanos, a exemplo da Casa das Garças, e dizia ao jornal Valor Econômico que considerava a decisão do BC 'precipitada'.
Expoentes menores mas igualmente aplicados na defesa dos mercados autorreguláveis, como o economista de banco Alexandre Schwartzman, já haviam se manifestado na mesma linha da abalizada percepção tucana das coisas. Em sua douta análise dos fatos, veiculada em 4-09-2011, Alexandre Schwartzman, também conhecido como 'o professor de Deus' pontificava em pedra e cal:" não há indícios de que a crise econômica global de 2011 seja tão grave quanto a de 2008".
Outros sábios de bico longo e o mesmo olhar de lince, como Luis Carlos Mendonça de Barros, o Mendonção, ex-presidente do BNDES e expoente das privatizações no sistema de comunicações, advertiam então que o BC brasileiro ficara refém de um agravamento da crise mundial que justificasse a sua decisão." "O BC passou a torcer pela crise", diziam, arguindo a estratégia brasileira de priorizar o enfrentamento da crise ao combate à inflação. As linhas acima recuperam uma nota publicada em Carta Maior em 11-11-2011. Seis meses depois, alguns milhares de desempregados à mais e quase uma Grécia a menos no euro, o governo brasileiro - corretamente - anuncia nesta 2ª feira novas medidas contracíclicas para afrontar a  caleidoscópica reprodução da crise financeira mundial  - que a sapiência demotucana avaliava como miragem heterodoxa. É forçoso arguir: e se eles ainda estivessem no comando da Nação? 
 


Jornal do Brasil, 21/05/2012

Brasil está '300% preparado' para crise internacional, diz Dilma Rousseff

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"O mundo espirrava lá fora e pegávamos pneumonia", disse ela, ao mencionar as atuais reservas brasileiras de US$ 370 bilhões


Santander anuncia novos cortes de juros para pessoas e empresas

 
Do UOL, em São Paulo
 

Depois do Bradesco, o Santander Brasil também anunciou nesta segunda-feira (14) nova redução das taxas de juros.
No caso do Santander, o corte atinge várias linhas de financiamento para clientes que tiverem maior relacionamento com o banco. A mudança abrange crédito pessoal, cheque especial, cartão de crédito e financiamentos de veículos.
Também houve mudanças em linhas para pequenas e médias empresas. O banco anunciou ainda cortes nas taxas de administração de alguns de seus fundos de investimentos.

Bradesco anuncia novos cortes no cartão e cheque especial

O Bradesco anunciou cortes de juros em linhas de crédito para pessoas físicas. A taxa mensal máxima do cheque especial recuou de 8,9% para 4,7%.  
 
No rotativo de cartões de crédito, a taxa máxima também caiu para 4,7%, o mesmo teto que será aplicado no uso do limite de crédito pessoal. As condições valem para clientes que aderirem a um pacote de serviços do banco.
 
Terão direito as novas taxas de juros os cliente do Conta Fácil, disponível aos que recebem seus salários em contas correntes no Bradesco e para novos clientes do banco.
 
As linhas de consignado para aposentados terão taxas máximas de juros de 2,10%.
 
As novas medidas entram em em vigor a partir da próxima semana.

Outros bancos já fizeram cortes

O BB foi o primeiro banco a anunciar queda nas taxas de juros, em 4 de abril. Após essa medida, vários bancos também cortaram as taxas, entre eles Caixa, Bradesco, Itaú, Santander, HSBC e Citibank.
No final de abril, a presidente Dilma Rousseff elevou o tom na guerra do governo para que bancos privados reduzam os juros cobrados aos consumidores. Em pronunciamento na TV, Dilma pressionou as instituições a seguir o movimento de cortes anunciado pelos concorrentes públicos e disse ser inadmissível que o Brasil continue com uma das taxas mais altas do mundo.
A guerra para a redução das taxas se intensificou nas últimas semanas, com Banco do Brasil e Caixa anunciando cortes nos juros numa tentativa de forçar uma redução por bancos privados, que acompanharam em parte o movimento.
Além de usar os bancos estatais como arma para forçar a redução das taxas, o governo tem tido a colaboração do Banco Central, que tem cortado sistematicamente a taxa básica de juros brasileira (Selic), hoje em 9%.
Dilma e outros integrantes do governo vêm demonstrando publicamente desagrado com as taxas de juros e o spread bancário. Spread é o ganho que os bancos têm com os juros. Quando eles emprestam dinheiro para seus clientes, como no cheque especial, cobram juros muito maiores do que os juros que pagam aos clientes que investem em fundos, por exemplo. Essa diferença de juros é que é chamada de spread.

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