segunda-feira, 28 de maio de 2012

A mais alta Corte do país ao alcance de um bicheiro / Considerações sobre a infâmia

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27/05/2012 - 11:16
 

O Supremo precisa chamar Gilmar às falas

Autor:  Luis Nassif
 
As seguintes suspeitas rondam o Ministro Gilmar Mendes, do STF (Supremo Tribunal Federal), especialmente após sua última parceria com a revista Veja. E não tem como seus pares ignorarem:
  1. indícios de alguma forma de envolvimento com a quadrilha de Carlinhos Cachoeira e Demóstenes Torres. Há suspeitas de uma viagem paga a Berlim e voos fretados no Brasil. Seja o que for, se os fatos existiram ou não, se imprudência, desvio ético ou corrupção, a corte precisa apurar. Não pode ignorar suspeitas graves. Há a necessidade premente de se saber a extensão de suas ligações com Demóstenes, Cachoeira e Veja.
  2. Há pelo menos um ato da maior gravidade, que necessita ser esclarecido: a contratação do principal operador de Cachoeira – o araponga Jairo -, para trabalhar na segurança do STF. Há indícios de jogadas combinadas entre Veja, Cachoeira e Gilmar. Foi a matéria “A República do Grampo”, mais os factoides sobre o grampo no Supremo que provavelmente forneceram o álibi para que Gilmar contratasse Jairo. A República do Grampo era controlada por Carlinhos Cachoeira e, graças a Gilmar, o Supremo pode ter ficado à mercê da organização criminosa. O episódio da falsa escuta no Supremo envolveu a instituição em uma armação que até hoje não foi esclarecida.
  3. Há indícios veementes de que o encontro com Lula foi solicitado pelo próprio Gilmar. E desconfiança que se destinava a obter o apoio de Lula contras as investigações da CPMI de Cachoeira. Qual a moeda de troca?
  4. A matéria da dupla Veja-Gilmar manipula declarações de vários ministros da corte, tendo como endosso Gilmar Mendes.
Gilmar precisa ser chamado a se explicar. O Supremo não pode ficar inerte ante o risco de um mega-escândalo que poderá afetar sua imagem. E robustecer teorias conspiratórias – como a de que vários ministros estariam reféns de Gilmar.




http://www.advivo.com.br/blog/luisnassif/cachoeira-grampeou-o-supremo
27/05/2012 - 22:47

Cachoeira grampeou o Supremo?

Autor: Luis Nassif

À medida em que as peças do quebra-cabeça Cachoeira vão se juntando, vislumbra-se um quadro inédito na história do país. Tão inédito que ainda não caiu a ficha de parte relevante da opinião pública e, especialmente, do Judiciário. O desenho que se monta é uma conspiração contra o Estado brasileiro (não contra o governo Lula, especificamente), através de três vértices principais.
Havia o chefe de quadrilha Carlinhos Cachoeira. Sua principal arma era a capacidade de plantar matérias e escândalos, falsos ou verdadeiros, na revista Veja – o outro elo da corrente.
Durante algum tempo, graças ao Ministro Gilmar Mendes, seu principal operador – o araponga Jairo Martins – monitorou o sistema de telefonia do Supremo. E Cachoeira dispunha da revista Veja para escandalizar qualquer conversa, fuzilar qualquer reputação.
Essa é a conclusão objetiva dos fatos revelados até agora.
O que não se sabe é a extensão das gravações. Veja demonstrou em várias matérias – especialmente no caso Opportunity – seu poder de atacar magistrados que votavam contra as causas bancadas pela revista.
A falta de discernimento das denúncias, o fato da revista escandalizar qualquer conversa, a perspectiva de virar capa em uma nova denúncia da revista, seria capaz de intimidar o magistrado mais sólido.
A dúvida que fica: qual a extensão das conversas do STF monitoradas e gravadas por Jairo? Que Ministros podem ter sido submetidos a ameaças de denúncia e/ou constrangimento?
Gilmar colocou a mais alta Corte do país ao alcance de um bicheiro.


http://www.advivo.com.br/blog/luisnassif/a-retaliacao-de-veja-a-jobim
28/05/2012 - 18:02

A retaliação de Veja a Jobim


Autor:
 
Os fins de ciclo costumam ser profundamente didáticos. O final da hegemonia expõe gradativamente os vícios do modelo anterior, as práticas condenáveis, movidas pelo desespero, típicas de períodos de decadência.
Em 2008, na série "O Caso de Veja", mostrei como se processa esse modelo de criação e destruição de reputações. Montam-se jogadas, artimanhas, estratégias. Quem não se enquadra ao comando da publicação imediatamente é alvo de represália.
Hoje em dia, com a revista em pleno foco, com suas práticas sendo acompanhadas com lupa por toda a opinião pública - devido às ligações com a organização criminosa de Carlinhos Cachoeira - iniciam-se as represálias contra Nelson Jobim. Unicamente porque não endossou a reportagem e expôs a mentira da revista.
Não há sutileza, visão estratégica, análise de crise. Há apenas a truculência, a falta de sofisticação nas ações, o prendo-e-arrebento midiático.

Por Lauro Jardim
Radar on-line
com Robson Bonin, Thiago Prado e Severino Motta
segunda-feira, 28 de maio de 2012 17:22 \ Congresso

Longe do Jobim. Reunião cancelada.
Nelson Jobim já andava queimado no PMDB por causa das críticas que fez ao partido no último dia 17 deste mês, durante o 2º Fórum Nacional – o PMDB e as eleições municipais 2012. Na presença dos principais caciques peemedebistas, Jobim tratou o PMDB como uma sigla "sem opinião, sem cara e sem voz", um partido sem projeto nacional, simples "homologador" do PT.
Agora, depois de emprestar o escritório para o polêmico encontro de Lula com Gilmar Mendes, Jobim virou uma espécie de leproso. Nenhum cacique quer chegar perto de Jobim nesse momento. Tanto que a bancada peemedebista do Senado cancelou hoje a reunião que teria nesta quarta-feira com Jobim para discutir o pacto federativo.


http://www.ocafezinho.com/2012/05/28/consideracoes-sobre-a-infamia/
28/05/201228

Considerações sobre a infâmia

Por Miguel do Rosário
 
Vamos direto às novidades do escândalo Gilmar-Lula. Para quem não sabe do que se trata, sugiro dar um giro por outros posts do blog depois voltar aqui.
O Globo simplesmente – e inacreditavelmente – escondeu Nelson Jobim. Logo ele, orgulho da mídia de oposição por sua orgulhosa e bem sucedida independência. Mesmo antipetista e mais ligado ao PSDB do que ao governo, Jobim conseguiu ser ministro de Lula e Dilma. Aliás, foi ministro justamente por essa característica. Ele era uma espécie de ponte entre o tucanato midiático e o governo. Durante o chamado “caos aéreo”, Lula nomeou Jobim para acalmar setores apavorados da classe média. Deu certo. Jobim deu meia dúzia de declarações em tom chauvinista e terminou a crise. Foi demitido em 2011 por Dilma Rousseff após começar a dar entrevistas dizendo que votara em José Serra.
Recentemente, Jobim voltou a ganhar destaque nos jornais por sua intervenção num evento do PMDB, no qual advogou que o partido assuma posições independentes do PT.
Ou seja, Jobim tem tudo para ser um queridinho da grande mídia.
Pois mesmo assim, O Globo impresso de hoje não dá a informação de que Jobim declarou, a um jornalista da própria empresa, Jorge Bastos Moreno, que a reportagem da Veja é inverídica, de que Lula não pressionou Gilmar Mendes a adiar o processo do mensalão, e que os dois não ficaram sozinhos.
Ao invés disso, o Globo traz matéria, estranhamente assinada pelo próprio Moreno (no site, ainda mais bizarramente, a matéria vem anônima), na qual o encontro entre Lula e Jobim é reconstruído através de um curioso método:
Convém esclarecer, também, que tudo isso e o que se segue foram reconstruídos seguindo os rastros das conversas que o ministro Gilmar Mendes passou a ter com vários interlocutores sobre o ocorrido.
Por que a versão impressa do Globo não publicou a entrevista de Jobim ao blog do Moreno, a única que de fato trazia novidades? Por que exigiu que Moreno escrevesse uma matéria contradizendo a própria fonte, e baseado em “rastros de conversas”?
Bem, a resposta é fácil. Basta ler a coluna de Noblat, publicada no mesmo dia. Ou conferir a incrível manipulação do jornal a partir de uma entrevista de Celso de Mello ao site Consultor Jurídico, notoriamente ligado a Gilmar Mendes.
O Conjur entrevistou Celso de Mello neste domingo, antes que Mello tomasse conhecimento de que a única testemunha da conversa entre Mendes e Lula havia negado veementemente seu conteúdo. Mello respondeu a partir de uma hipótese.
Mello deixa bem claro, porém, o condicionante de sua frase: “a conduta do ex-presidente da República, se confirmada, constituirá lamentável expressão de grave desconhecimento das instituições republicanas.”
A postura de Mello, de qualquer forma, nos lembra a lamentável influência que a Veja e órgãos da grande mídia ainda exercem sobre o espírito de magistrados. Esperemos que o ministro, vendo que sua fala foi manipulada, e constatando que a informação na qual se baseou estava equivocada, reflita sobre os danos que, apesar de involuntariamente, causou à estabilidade política, o que constitui uma irresponsabilidade e uma infração ética de sua missão como juiz da corte superior. Diante do histórico da revista, Mello deveria ter pedido tempo para se informar melhor. É absurdo que os ministros do Supremo ainda sejam manipulados tão facilmente.
Pois é, excelentíssimo Mello: a notícia não foi confirmada. Lula e a única testemunha, Nelson Jobim, negaram o teor da conversa. São dois contra um. O Conjur, ao menos, informa, ao final do texto, que Jobim rechaçou a matéria da Veja. O Globo, ao invés disso, optou pela seguinte chamada na capa (observe o subtítulo):



Além de pedir o “impeachment” de Lula na capa, o Globo dá o seguinte título à matéria (onde não informa, repito, que Jobim negou o conteúdo da conversa, nem que Mello falava hipoteticamente):



À Folha, o ex-ministro, além de negar a conversa, acrescentou uma informação nova (para assinantes do UOL):
O ex-ministro se diz surpreso também com o relato de que Gilmar teria ficado perplexo com a conversa.
Lula saiu antes dele e não houve indignação nenhuma do Gilmar. Isso só apareceu agora na revista”, argumenta Nelson Jobim.
Quem deu o furo sobre a negativa de Jobim foi o Estadão, em matéria destemida. Uso o adjetivo destemida para diferenciá-la daquela escrita por Jorge Bastos Moreno (a primeira, com fatos; não a segunda, com “rastros de conversa”), repleta daquela covardia travestida de ironia, na qual ele procura atenuar a negativa, firme, do ex-ministro com a ridícula insinuação de que ele estaria com “voz estranha”.
Pena que o destemor do Estadão tenha se limitado a sua editoria virtual. A negativa de Jobim não consta da versão impressa.
É realmente incrível que, num caso dessa gravidade, os editores neguem ao leitor, na maior cara dura, uma informação fundamental para se entender a história em sua plenitude. E isso em tempos de internet, quando a grande maioria do público interessado no tema perceberá a manobra. Não precisavam acreditar em Jobim, mas bloquear a informação?
Voltando ao Globo, a coluna do Noblat aborda o caso igualmente sem uma mísera menção à negação de Jobim ou Lula. Discorre sobre caso baseando-se exclusivamente no relato de Gilmar à Veja. O início é de um desrespeito estarrecedor:





Repare na citação sobre Dirceu, provavelmente mais uma invencionice. Há uma só palavra citada: “desesperado”, o resto são colchetes e parênteses. A palavra parece dizer mais sobre o estado de espírito do jornal do que do ex-deputado.
A baixeza de Noblat não conhece limites. Iniciar uma análise atribuindo a postura de Lula ao efeito dos remédios contra o câncer me parece, este sim, um recurso desesperado.
Observe a afirmação: “Para chegar bem ao seu final, a CPI terá que dar em nada”. Noblat vocaliza a enésima ameaça da mídia à CPI. E mais uma vez atribui sua criação exclusivamente ao presidente Lula, quando ela foi criada a partir da assinatura de mais de 400 deputados e senadores.
Por essas e outras razões, os parlamentares não podem se acovardar perante a mídia, e sobretudo jamais esquecer que o juiz final de sua atitude na CPI não será a mídia, nem a blogosfera, mas a história.
PS: Leia também esse post, com entrevista de Jobim ao Zero Hora, principal jornal do Rio Grande do Sul, onde o ex-ministro diz o seguinte:
ZH – Lula pediu ao ministro Gilmar Mendes o adiamento do julgamento do mensalão?
Nelson Jobim – Não. Não houve nenhuma conversa nesse sentido. Eu estava junto, foi no meu escritório, e não houve nenhum diálogo nesse sentido.
 
 

Lula, indignado:  Gilmar mentiu

    Publicado em 28/05/2012


Nota do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva sobre reportagem da Veja publicada no perfil de Lula no Facebook:


NOTA À IMPRENSA

São Paulo, 28 de maio de 2012


Sobre a reportagem da revista Veja publicada nesse final de semana, que apresenta uma versão atribuída ao ministro do STF, Gilmar Mendes, sobre um encontro com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, no dia 26 de abril, no escritório e na presença do ex-ministro Nelson Jobim, informamos o seguinte:

1. No dia 26 de abril, o ex-presidente Lula visitou o ex-ministro Nelson Jobim em seu escritório, onde também se encontrava o ministro Gilmar Mendes. A reunião existiu, mas a versão da Veja sobre o teor da conversa é inverídica. “Meu sentimento é de indignação”, disse o ex-presidente, sobre a reportagem.

2. Luiz Inácio Lula da Silva jamais interferiu ou tentou interferir nas decisões do Supremo ou da Procuradoria Geral da República em relação a ação penal do chamado Mensalão, ou a qualquer outro assunto da alçada do Judiciário ou do Ministério Público, nos oito anos em que foi presidente da República.

3. “O procurador Antonio Fernando de Souza apresentou a denúncia do chamado Mensalão ao STF e depois disso foi reconduzido ao cargo. Eu indiquei oito ministros do Supremo e nenhum deles pode registrar qualquer pressão ou injunção minha em favor de quem quer que seja”, afirmou Lula.

4. A autonomia e independência do Judiciário e do Ministério Público sempre foram rigorosamente respeitadas nos seus dois mandatos. O comportamento do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva é o mesmo, agora que não ocupa nenhum cargo público.

Assessoria de Imprensa do Instituto Lula

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