http://www.conversaafiada.com. br/brasil/2012/05/06/marinho- tramou-seu-atentado-pig- esconde-guerra-suja/
Seguem-se os trechos em que a Folha e o Roberto Marinho aparecem como protagonistas do carater sujo da guerra (PHA):
Em tempo: será que o Historialismo – porque não é História nem Jornalismo – brasileiro registrará esse auto-atentado do Dr Roberto ? – PHA
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Marinho tramou seu atentado. PiG esconde “Guerra Suja”
- Publicado em 06/05/2012
Na Folha deste domingo, na pág. A10, aparece o melhor título piguentodo Século XXI:
“Ex-agente que agora admite crimes na ditadura tem longa ficha policial”
Quer dizer que para a Folha há criminosos que não cometem crimes.
Quem, por exemplo, Otavinho ?
A amiga navegante Benedita Jordão, que leu “Memórias da Guerra Suja”, tem uma explicação para o comportamento do PiG diante dos crimes do regime miltar (o Conversa Afiada evita a palavra “ditadura” , porque, no Brasil, até isso a elite conseguiu desmoralizar):
“Ex-agente que agora admite crimes na ditadura tem longa ficha policial”
Quer dizer que para a Folha há criminosos que não cometem crimes.
Quem, por exemplo, Otavinho ?
A amiga navegante Benedita Jordão, que leu “Memórias da Guerra Suja”, tem uma explicação para o comportamento do PiG diante dos crimes do regime miltar (o Conversa Afiada evita a palavra “ditadura” , porque, no Brasil, até isso a elite conseguiu desmoralizar):
Caro Paulo Henrique,
Os grandes jornais, assim como a TV Globo, começaram uma campanha de boicote ao livro Memórias de uma Guerra Suja. Isso se deve a dois trechos do livro que seguem abaixo.
Eles querem tentar desqualificar o depoimento de Cláudio Guerra e o conteúdo do livro. Começou ontem com o Estadão e hoje com a Folha.
O Estadão chega ao absurdo de não publicar o capitulo que conta com detalhe como foi o atentado que (Roberto Marinho) sofreu e que até agora nao havia sido esclarecido.
Os grandes jornais estão fechados por causa da questão da CPI do Cachoeira.
Como sabe, eles estão avisando à CPI que nao aceitarão a convocação do Civita.
Agora se fecharam em torno do boicote ao livro Guerra Suja, que começa a mostrar os absurdos da ditadura, que eles ajudaram a consolidar cada um ao seu modo, mesmo se arrependendo depois em muitas situações.
Att…
Seguem-se os trechos em que a Folha e o Roberto Marinho aparecem como protagonistas do carater sujo da guerra (PHA):
O APOIO À OBAN
No final dos anos 60 o governo federal optou por autorizar o Exército a organizar uma ação de combate à esquerda na capital paulista. Surgiu então a OBAN – Operação Bandeirante – dirigida pelo delegado Sérgio Paranhos Fleury, encarregada de combater as atividades subversivas dentro do Estado. Isto foi o embrião da união de policiais civis com militares no combate aos comunistas. Foi nesta época que se começou a receber o apoio de empresários como o do Banco Mercantil.
A Folha de S. Paulo apoiou informalmente estas operações da OBAN. Os seus carros que distribuiam jornais eram usados em campanas para prisão de comunistas, um até bem famoso na época, mas não consigo lembrar o nome. O Joe se lembra muito bem disto, foi ele que me contou que fez muita campana nestes veículos. Estes carros eram muito úteis porque disfarçavam bem, ninguém suspeitaria que membros da OBAN estariam ali dentro preparados para agir.
ATENTADO À CASA DO ROBERTO MARINHO
O atentado à casa do Roberto Marinho não fez parte desta linha de ação idealizada na reunião do Hotel Glória, que tinha como objetivo atingir veículos de imprensa que não compactuavam com o regime político.
A bomba que explodiu na casa do dono das organizações Globo foi, na verdade, parte de uma estratégia formulada por ele mesmo – Roberto Marinho.
Aquele negócio de explodir bomba lá na casa do Roberto Marinho foi simulado[3]. Tudo foi feito a pedido dele, para não complicá-lo com os outros veículos de comunicação. Fomos nós que fizemos, na casa dele. Eu coloquei a bomba. Para todo mundo, ele foi vítima. Estourou a bomba lá, mas não houve danos, nem vítimas.
A ordem para executar o atentado partiu do Coronel Perdigão, a pedido do próprio Roberto Marinho. Ele alegava que era para poder se defender da desconfiança de suas relações com os militares.
Ele estava ficando visado pela esquerda, e pela própria imprensa. Achavam que ele estava apoiando a ditadura, por isso ele precisava ser vítima da ditadura para ficar bem com os colegas. Então ele próprio idealizou o plano. Pediu, segundo o Vieira e o Perdigão, que fosse vítima de um atentado.
E isso foi feito. Eu executei, com a cobertura de um policial civil, o Zé do Ganho, de São Gonçalo. Quem montou o artefato, quem colocou dentro da casa fui eu. A função da cobertura era me dar fuga de carro após a explosão.
Eu coloquei TNT, mas coloquei uma carga bem pequena. Eu usei aquela que é em tijolinho, que é mais potente, C4. C4 é mais potente que dinamite.
Coloquei numa varanda. Mas sempre atento para não causar muito dano material. Porque ali eu controlava. Já estava do lado de fora, quando, por controle elétrico, detonei a bomba. Eu sabia que não tinha ninguém em casa, aí eu apertei.
A casa estava vazia. Eu não sei se eles sabiam quando ia acontecer, isso eu não sei. Eu recebi orientação do dia e do horário que a missão deveria ser cumprida.
[1] Ver recorte de jornal no anexo de fotos.
[2] De acordo com o noticiário da época, em setembro de 1976, uma bomba explodiu no telhado da casa do jornalista Roberto Marinho, presidente das Organizações Globo. O atentado, no elegante bairro do Cosme Velho, no Rio de Janeiro, foi reivindicado pela Aliança Anti-Comunista Brasileira.
[3] O fato ocorreu no mesmo dia do sequestro do Bispo de Nova Iguaçu, D. Adriano Hypólito.
Em tempo: será que o Historialismo – porque não é História nem Jornalismo – brasileiro registrará esse auto-atentado do Dr Roberto ? – PHA
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Luciana Genro lança livro contra impunidade de torturadores da ditadura
Redação
Mais conhecida por sua atuação política, Luciana Genro, agora como advogada, está lançando o livro "Direitos Humanos - O Brasil no banco dos réus" (LTr Editora), somando-se à corrente jurídica que defende que a Lei de Anistia não pode ser um obstáculo para que os agentes públicos acusados de crimes de tortura, assassinato e desaparecimento político durante a ditadura militar continuem impunes.
O livro apresenta, de forma simples e direta, as características da Justiça de Transição no Brasil, contextualizada no panorama latinoamericano como a mais atrasada da região. A explicação para este atraso é que o Brasil foi o único país no qual a lei de anistia, resultante do fim da ditadura militar, conseguiu impedir a persecução penal dos que cometeram bárbaras violações dos direitos humanos na época. O assunto é extremamente atual pois o STF em breve voltará a analisar o tema por conta de uma ação impetrada pela OAB e que ainda segue pendente.
O livro também relata o caso "Araguaia" no âmbito da Corte Interamericana de Direitos Humanos, na qual o Brasil foi condenado por conta da impunidade diante do desaparecimentos de militantes que foram assassinados na região pelas forças repressivas. Resgatando os compromissos e pactos internacionais que o Brasil ratificou, bem como a própria Constituição de 1988, Luciana defende que o Brasil tem obrigação de cumprir a decisão da Corte Interamericana, revendo a interpretação da Lei de anistia que vem prevalecendo até hoje, e que tem garantido a impunidade.
Luciana também apresenta a argumentação jurídica construída pelo Ministério Público Federal que derivou nas ações intentadas recentemente, como a denúncia contra o Coronel Curió, mas que foram sumariamente rejeitas pela Justiça, sob o manto da Lei de Anistia. O Ministério Público Federal firmou entendimento que é seu dever cumprir a determinação da Corte Interamericana, e por isso vem denunciando os torturadores à Justiça, mesmo sem sucesso até o momento.
"Direitos Humanos - O Brasil no banco dos réus" é um livro jurídico, pois toda a argumentação de Luciana é construída à luz do Direito Internacional dos Direitos Humanos, mas também é um livro de fácil leitura para os não iniciados nos debates jurídicos, por conta do estilo direto e também por força da atualidade e importância do tema.
O livro será lançado dia 10 de maio, às 19 horas, no auditório da Faculdade de Direito da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), em Porto Alegre, com um debate que contará com a presença da autora, do Procurador Ivan Marx (Coordenador do Grupo de Trabalho Justiça de Transição, do Ministério Público Federal, e um dos autores da denúncia contra o coronel Curió), e de Roberta Baggio (Professora da Faculdade de Direito da UFRGS e conselheira da Comissão de Anistia do Ministério da Justiça).
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