terça-feira, 5 de julho de 2011

De joelhos, Grécia chantageada intercepta barco de flotilha pró-Gaza

Como podemos ver, a Grécia está absolutamente submetida!
Está de joelhos e completamente humilhada pelo capital!

As consequências de ter abraçado o neoliberalismo.



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São Paulo, terça-feira, 05 de julho de 2011

Grécia intercepta barco canadense de flotilha pró-Gaza

MARCELO NINIO
DE JERUSALÉM

O barco canadense "Tahrir", que integra a flotilha internacional de protesto contra o bloqueio israelense à faixa de Gaza, foi interceptado ontem pela guarda costeira da Grécia, cerca de 15 minutos após ter partido sem autorização do porto de Agios Nikolaos, na ilha de Creta, segundo o governo grego.
A maior parte dos dez barcos que compõem a flotilha está há dias na Grécia, tentando zarpar rumo a Gaza.
A Grécia vetou na última sexta todas as partidas rumo ao território palestino. Fragilizado por grave crise econômica, o governo grego é acusado pelos ativistas de dobrar-se à pressão de Israel e dos EUA.
O chanceler israelense, Avigdor Liberman, disse que Israel estava por trás do veto grego. "As coisas não acontecem por acaso", afirmou ele. "O Quarteto [de negociação] e os governos da Grécia e de Chipre se opõem à flotilha, entendem as necessidades de Israel e estão agindo com eficiência."
O governo grego ainda tentou uma solução intermediária, oferecendo-se para levar a ajuda humanitária até Gaza, uma operação que teve a aprovação de Israel e da ONU, mas os ativistas consideraram o gesto insuficiente.
Eles mantêm o plano de desafiar o bloqueio marítimo israelense, que consideram ilegal. Muitos participaram da flotilha do ano passado, que terminou com a morte de nove ativistas turcos por soldados israelenses.


Agência ameaça plano de resgate à Grécia


CLÓVIS ROSSI
COLUNISTA DA FOLHA

Bem que dois ex-primeiro-ministros, ambos moderados, avisaram ontem que "a Europa está perdendo uma guerra entre seus governos eleitos e agências de 'rating' não eleitas. Os governos estão tentando governar, mas as agências de 'rating' ainda mandam". É o que diz texto do italiano Giuliano Amato e do belga Guy Verhofstadt para o "Financial Times".
De fato, mal o jornal começou a circular com o artigo, uma das agências de "rating", a Standard & Poor's, lançou um torpedo na linha de flutuação dos planos europeus para socorrer a Grécia com um segundo pacote destinado a evitar o calote da dívida de € 355 bilhões (R$ 802 bilhões).
A agência avisou que as propostas anunciadas pelos bancos franceses e alemães de participação no pacote equivaleriam a "uma transação sob pressão" e, por isso, a S&P rebaixaria a classificação dos títulos gregos ao nível de "default", o termo técnico para calote.

EXIGÊNCIAS
Para entender a chantagem da agência, é preciso recapitular o andamento das negociações para o segundo pacote de ajuda à Grécia. A Alemanha exigiu, para participar, que parte da conta fosse coberta pelo setor privado - leia-se, o sistema financeiro, que seria diretamente afetado por um calote. A França passou a exigir que a participação privada fosse "voluntária". A Alemanha concordou e os dois países chamaram seus respectivos banqueiros para discutir o que e como fazer.
Um pré-requisito era exatamente o de que as agências de avaliação de risco de crédito aceitassem a operação como voluntária mesmo e, portanto, não degradassem os papéis, mais do que já estão degradados.
Os bancos apresentaram propostas que, na avaliação de dois ícones do liberalismo e do jornalismo econômico, ajudam muito mais os próprios bancos do que a Grécia.
Escreveu, por exemplo, "The Economist", em seu número que está nas bancas: "Nem todos detalhes [do plano francês] estão claros mas parece fazer muito pouco para ajudar a Grécia e muito para ajudar os bancos".

ILUSÃO DE ÓTICA
Antes, o jornal "Financial Times" batera na mesmíssima tecla: primeiro, chamou de "ilusão de ótica" a perspectiva de participação efetiva do setor privado.
Depois emendou, em editorial: "O truque de o setor privado garantir a si próprio não pode ser equiparado a uma solução abrangente".
Se nem esse "truque" é aceito por uma das três grandes avaliadoras de risco, fica ainda mais complicado montar o segundo pacote de ajuda à Grécia e, por extensão, mais provável o calote.

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