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Para entender o caso Eletropaulo
Enviado por luisnassif, sab, 30/07/2011 - 13:39Ainda faltam mais dados para saber as razões do apagão de ontem em São Paulo. Pode ser problema da distribuidora (Eletropaulo) ou da transmissão (CTEEP). Mas o apagão anterior e a reação do governo de São Paulo – investindo pesadamente contra a Eletropaulo – tem muito mais motivação política do que de defesa do consumidor.
Em abril a Abradee (Associação Brasileira dos Distribuidores de Energia Elétrica) fez sua pesquisa anual de satisfação do consumidor. Houve uma melhora na percepção do cliente da Eletropaulo em relação à empresa. Aí veio o evento, chuvas e ventos de 160 km por hora, 260 árvores derrubadas na cidade de São Paulo. Todas as redes aéreas de eletricidade são projetadas para suportar ventos de até 80 km/h. Logo, havia um atenuante para os problemas enfrentados pela concessionária.
Qual a razão das críticas do governo paulista? Simples. No processo de reestruturação das dívidas do setor, depois do apagão de 2002, o BNDES ficou com 49% das ações da Eletropaulo em garantia – mesmo porque o financiamento tomado, antes, pela AES, não tinha garantias reais. Agora, o BNDES decidiu colocar as ações à venda. Há um movimento de consolidação do setor de distribuição de energia que tem na Camargo Correia o principal interessado. Em todos os países ocorreu essa consolidação. No Brasil, o setor ainda é bastante pulverizado.
Hoje em dia, a CPFL é controlada pela Camargo e pela Previ. A ideia será juntar CPFL, Eletropaulo e Elektro em uma grande empresa. Para que dê certo, a Previ teria que vender para a Iberdrola sua participação na Neonergia (que atende os mercados do nordeste) e comprar da mesma empresa a Elektro.
O maior obstáculo a essa consolidação é a AES, que não pretende abrir mão da Eletropaulo. E, aliás, tem praticado uma política pesada de distribuição de dividendos. Os ataques do governo paulista visam enfraquecer sua posição para que a Camargo Correa assuma a liderança do processo no estado.
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