A saída da defensiva da camareira enfraquece campanha difamatória que favorecia Strauss-Kahn
Wálter Fanganiello MaierovitchDe Nova York, exclusivo para Terra Magazine.
Neste domingo, diferentes jornais americanos e europeus tentam encaixar as novas peças do “puzzle” chamado “Caso Strauss-Kahn”. E as peças novas vieram a furo no curso desta semana. Durante oito horas e na quarta feira passada, a camareira Ofélia ( Nafi Diallo) e o seu advogado Key Thompson conversaram reservadamente com Cyrus Vanee Jr, o procurador encarregado das acusações contra Domenique Strauss Kahn, ex-diretor do Fundo Monetário Internacional (FMI). A camareira, pelo vazado, insistiu que não era uma mentirosa.
Como por aqui até a Estátua da Liberdade ouviu falar que o procurador Cyrus Vanee Jr pedirá o arquivamento dos autos criminais (na legislação norte-americana existe o princípio da disponibilidade da ação penal), a camareira resolveu mostrar a cara, ou melhor, mudar a estratégia e se expor publicamente. Sua primeira aparição pública foi na quinta 28 e no bairro negro do Brooklyn. A organização do evento ficou por conta da United African Congress, uma poderosa associação que cuida dos direitos dos imigrantes africanos.
Com platéia e bem orientada, Nafi Diallo pediu “Justiça para todas as mulheres”. Mais ainda, prometeu continuar a batalha contra Strauss-Kahn em “nome de todas as mulheres do mundo”.
Nafi Diallo
Nafi Diallo, antes conhecida apenas por camareira Ofélia, disse que promoverá uma ação civil indenizatória se a ação criminal restar arquivada.
Para os observadores, Nafi Diallo mudou estratégia, pois foi intensa a campanha de desmoralização promovida em favor de Strauss-Kahn. Ela chegou, no Brooklyn, a frisar que muitas mentiras foram veiculadas. Por exemplo: jamais telefonou para a cadeia a fim de falar com um traficante de drogas. Foi o traficante, um seu conterrâneo da Guiné Equatorial, que fez a ligação, afirmou Nafi Diallo.
Com as aparições e falas, Nafi Diallo, por seu advogado, joga pressão em cima do procurador Cyrus Vanne Jr. Nesse quadro novo, até matéria do New York Times foi contestada. O jornal falou em acordo próximo (plea bargaining) e o advogado de Strauss-Kahn negou estivesse em andamento qualquer acordo monetário com a outra parte.
Com o adiamento da audiência para final de agosto, Naif Diallo terá tempo para novas entrevistas (as únicas foram ao Newsweek e à rede Abc) e encontros públicos. Num pano rápido, o marketing entrou em cena.
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