domingo, 31 de julho de 2011

A pregação moralista/religiosa como compensação a desordem ideológica

oduma scrub sides damn coin life conservatives liberals unserstand Obama and Bush two faces of Facism 


EUA: CRISE POLÍTICA ANUNCIA A NOVA ERA DA INCERTEZAOBAMA CEDE QUASE TUDO: CORTE CONTRA OS POBRES PODE IR A US$ 3 TRI. RICOS POUPADOS.

O capitalismo americano não vai acabar hoje, seja qual for o resultado do escrutínio fiscal no Congresso. Mas o episódio fixa uma nova estaca na história americana e mundial. Obama não se mostrou uma alternativa política aos interesses  enfeixados pela supremacia das finanças desreguladas. Ao contrário. A crise fiscal evidenciou a  monopolização do sistema político norte-americano por uma direita extremista, filha da madrassa neoliberal ativada nas últimas décadas. Embebida em um laissez-faire rudimentar, indissociável de uma visão de mundo belicista, ela busca compensar a desordem intrínseca a sua ideologia com uma pregação moralista e religiosa de sociedade.
Ao ceder quase tudo o que pedia a  ortodoxia extremista na questão fiscal - cortes de até US$ 3 trilhões que vão atingir duramente o lado mais frágil da sociedade e nenhuma taxação adicional sobre os ricos -  Obama coloca o mundo à mercê de forças  incapazes de exercer poder  americano com algum equilíbrio e discernimento. Ademais de irradiar instabilidade financeira, os EUA passam a gerar insegurança política em escala global. A negociação fiscal escancarou o que estava subentendido e consolidou uma dimensão  atemorizante do passo seguinte da história. Os países em desenvolvimento devem extrair as lições embutidas nesse episódio. E blindar sua agenda econômica e social contra os solavancos implícitos na nova era da incerteza.

Heroes Recession  
 
 
São Paulo, domingo, 31 de julho de 2011

Nunca foi tão difícil conseguir um emprego

ÁLVARO FAGUNDES
DE NOVA YORK

Nunca nos últimos 60 anos o trabalhador teve tanta dificuldade para conseguir emprego nos EUA como agora. Atualmente, cerca de um terço dos desempregados, ou 4,4 milhões de pessoas, está sem trabalho há pelo menos um ano. Na média, o americano desempregado está fora da função há 40 semanas, número que não foi visto em nenhuma das dez recessões anteriores.
A crise do início dos anos 1980 foi a que mais se aproximou dos dados atuais, mas ainda assim o tempo na fila por trabalho era praticamente a metade do atual.
A explicação é que os cortes feitos pelas empresas a partir de 2008 foram muito profundos, e o ritmo de crescimento da economia tem sido insuficiente para reparar as perdas.
Economistas calculam que o PIB precisa crescer ao menos 3% para gerar vagas para os desempregados, e não apenas para aqueles que estão ingressando no mercado de trabalho. No primeiro semestre, a economia americana se expandiu em 0,9%.
Por isso, muitos acreditam que a taxa de desemprego -hoje em 9,2%, quase o dobro do fim de 2007- continuará alta por até uma década.
Para muitos desempregados, a esperança de voltar à rotina para já na fila de seleção. Muitas empresas têm políticas que os desqualificam no início do processo, seja porque são considerados preguiçosos, seja porque são vistos como desatualizados.
"Quando um trabalhador fica sem emprego por muito tempo, fica deprimido, desmoralizado e perde suas habilidades porque não está mais atualizado com as novidades tecnológicas ou com as novas ferramentas", diz John Schmitt, economista-chefe do Center for Economic and Policy Research.
Para ele, a única "opção sensata" para a economia voltar ao seu rumo seria a adoção de um grande programa de estímulo fiscal pelo governo americano. "O problema fundamental é que não temos uma política macroeconômica coerente com a criação de empregos."
Mas, em um momento em que Washington discute unicamente o teto da dívida e cortes dos gastos estatais, Schmitt ressalta que "politicamente, o estímulo não é uma opção neste momento".

Nenhum comentário:

Postar um comentário