terça-feira, 26 de julho de 2011

Uma tsunami de dólar inunda mercado brasileiro

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DÓLAR DERRETE: O PAPEL DA LIDERANÇA POLÍTICA
 

Volumes tsunâmicos de capitais continuam a ingressar na economia brasileira por todos os poros. O governo dificultou alguns, outros se abriram. Agora é o crédito intercompanhias, fluxos enviados  das matrizes para filiais brasileiras, que inundam o mercado e derretem a cotação do dólar jogando-o ao nível mais baixo em 12 anos. A operação intercompanhias ajuda a maquiar em investimento as operações de carry trade. Ou seja, o ingresso de recurso tomado lá fora a juro zero para engorda rápida  no pasto rentista mais nutritivo do mundo, a juro de 6,8% reais ao ano. Fantasiado de investimento, esse dinheiro não paga o IOF cobrado do especulador de curto prazo.

Hoje o empresário Jorge Gerdau, de cujas convicções conservadoras  não se deve  duvidar, defendeu abertamente a adoção de limites ao ingresso de capital externo no país. A avalanche impulsiona as importações  transferindo emprego e produção para o exterior. Alguns economistas de esquerda mostram-se céticos. Acham que o país perdeu o timming para agir na medida em que permitiu uma valorização tão grande. Reverter a roda agora trará custos proporcionais ao exagero registrado em sentido contrário.

Com a palavra a liderança política. Cabe à política encontrar os contrapesos de que se ressente a lógica econômica estrita. Um deles, por certo, é conversar com sindicatos e empresários: como organizar o passo seguinte do desenvolvimento brasileiro? O antídoto a um rebote perigoso da inflação, no  caso de um controle cambial que encareça subitamente as importações, só existe na esfera da política. A prevalecer a lógica econômica restrita não tem saída: é desindustrialização ou inflação.


São Paulo, terça-feira, 26 de julho de 2011


CÂMBIO

Dólar chega a menor nível em 12 anos e mercado já projeta R$ 1,50
DE SÃO PAULO - A taxa de R$ 1,50 pode se tornar o próximo "piso psicológico" para o dólar, afirmam analistas. Ontem a moeda oscilou abaixo de R$ 1,55 e fechou a R$ 1,543, a quinta queda consecutiva e o preço mais baixo dos últimos anos.
O valor não é visto desde janeiro de 1999, bem pouco tempo após a mudança histórica do regime cambial do país (de fixo para flutuante).
E, salvo algum desastre nos EUA, isto é, a ocorrência de um calote (algo ainda improvável para boa parte do mercado), muitos analistas acreditam que a tendência predominante ainda é de baixa.
Como avaliam especialistas do setor, num ambiente de juros cada vez mais altos o governo pouco pode fazer para evitar a desvalorização cambial.
"O mais provável é que aconteça o seguinte: o mercado continue fixando novas mínimas [para a cotação], testando para ver o que o governo pode fazer", comenta André Nunes, do grupo Fitta, especializado em câmbio.
"Provavelmente, somente nesse preço [R$ 1,50] é que nós veremos algumas operações de compra mais fortes", avalia Reginaldo Galhardo, diretor da corretora Treviso.
O ministro da Fazenda, Guido Mantega, ontem voltou a afirmar que novas medidas para conter a valorização do real podem ser tomadas pelo governo. Ele reiterou que o governo não usa câmbio para combater inflação. "Controlamos com política monetária e fiscal."

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