Na foto, Lafer e FHC estudando o roteiro do filme 'Os subservientes', roteiro e direção de Mr. Market.
Sem dúvida, mereceram ganhar um Oscar por suas incomparáveis performances
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UOL, 14/06/2011
Celso Lafer descalço em aeroporto exemplifica submissão de FHC aos EUA, diz estudo do Ipea
Fábio Brandt
Do UOL Notícias
Em Brasília
Estudo divulgado nesta terça-feira (14) pelo Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) cita o episódio em que o ex-ministro das Relações Exteriores Celso Lafer teve que tirar os sapatos em um aeroporto americano como exemplo da submissão do governo Fernando Henrique Cardoso (PSDB) aos EUA. O Ipea é um órgão de pesquisas vinculado à Secretaria de Assuntos Estratégicos da Presidência da República.
O texto divulgado pelo instituto cita o caso em que Celso Lafer tirou os sapatos no aeroporto de Miami, em 31 de janeiro de 2002, como exemplo da relação entre Brasil e EUA durante o governo tucano. “Este comportamento [ tirar os sapatos], reiterado nos aeroportos de Washington e Nova York durante esta visita oficial, poderia ser considerado uma simples anedota, não fosse Celso Lafer o chanceler brasileiro”, diz o estudo.
Celso Lafer é citado em outra passagem do estudo, que lembra “sinais menos anedóticos de submissão política”. Trata-se da “sugestão nos discursos oficiais do chanceler [Celso Lafer] de que o Brasil participasse da intervenção no Iraque com base na solidariedade com os Estados Unidos”, diz o texto.
Governo Lula
O governo Lula (PT), segundo o texto do Ipea, rompeu com a submissão aos EUA que esteve presente na política externa de seu antecessor. De acordo com o artigo, o governo petista adotou desde seu início, em 2003, a “reciprocidade” no lugar da “reciprocidade moderada” de FHC. Essa política fez com que o Brasil entrasse em atrito com os EUA em assuntos como a integração dos países das Américas e a participação dos emergentes em instâncias internacionais. Além disso, o texto cita o “artigo difamatório [contra Lula] publicado pelo repórter Larry Rohter no "The New York Times”, como sintomático do desgaste da relações entre os países.Após a mudança promovida por Lula, afirma o artigo, a relação Brasil-EUA deixou de ser prioritária e norteadora da política externa nacional, apesar de continuar sendo relevante. A avaliação do estudo é que esse cenário se mantém mesmo com a melhoria das relações bilaterais após a eleição de Barack Obama. “Apesar da admiração mútua entre Obama e Lula relatada na mídia internacional, a agenda inicial que anunciara potencial cooperação perdeu paulatinamente a relevância até atingir o estágio de respeito mútuo e normalização institucional”, afirma o texto.
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