sexta-feira, 24 de junho de 2011

Após EUA, europeus anunciam retirada do Afeganistão

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São Paulo, sexta-feira, 24 de junho de 2011


Após EUA, europeus anunciam retirada do Afeganistão

DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

Aliados europeus apoiaram ontem o plano dos EUA de acelerar a retirada de tropas do Afeganistão e anunciaram planos semelhantes. França, Alemanha e Polônia também reduzirão sua presença militar no país asiático, de acordo com o cronograma americano.
Anteontem, o presidente dos EUA, Barack Obama, anunciou a saída de 10 mil homens neste ano e de ao menos 20 mil em 2012. Atualmente, os EUA mantêm 100 mil militares no Afeganistão.
Por trás da decisão de Obama está o cenário de crise econômica nos EUA e a pressão dos democratas pelo fim do conflito - uma das principais plataformas da campanha que elegeu Obama em 2008.
Segundo pesquisa do Congresso, a guerra custa aos contribuintes cerca de US$ 10 bilhões (R$ 15,8 bilhões) por mês. Desde 2001, subtraiu US$ 444 bilhões (R$ 705 bi) dos bolsos americanos.
A Europa também atravessa um momento de crise financeira, com diversos países endividados. A possibilidade de um calote da Grécia com contágio na economia de toda toda a região do euro assusta o continente.
Altas taxas de desemprego e cortes públicos levaram milhares de "indignados" a protestar nas ruas, desde março passado, em vários países.


DESPERDÍCIO
As operações militares no Afeganistão são vistas como "um desperdício" de verba pública, segundo pesquisas de opinião recentes. Diversos países europeus terão eleições nacionais nos próximos 18 meses.
Algumas horas após o discurso de Obama, o presidente francês, Nicolas Sarkozy, disse que seu país "vai iniciar uma retirada progressiva das tropas no Afeganistão, de forma proporcional e segundo cronograma semelhante ao da saída americana".
A França tem 3.935 militares no país. Cerca de mil homens devem ser retirados até o segundo semestre de 2012, segundo o ministro da Defesa, Gerard Longuet.
Na Alemanha, o ministro das Relações Exteriores, Guido Westerwelle, disse que o país começará a reduzir suas forças no final deste ano.
Já o primeiro-ministro britânico, David Cameron, afirmou que "se as condições no terreno permitirem, certamente traremos homens de volta para casa mais cedo".
Cameron ressaltou que já estava prevista a retirada de 10 mil militares britânicos do Afeganistão até 2015.
A expectativa é de que a estratégia de retirada acelerada do Afeganistão seja em breve adotada também pela Itália, Espanha e Dinamarca.

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