segunda-feira, 20 de junho de 2011

Mercados dão ultimato à Grécia

E mais um grande "viva" aos neoliberais, à desregulamentação da economia, ao Estado mínimo e a Mr. Market, gente!

Êita, sistema eficiente.... para ferrar com a sociedade. Realmente, não há igual!




Segunda-Feira, 20 de Junho de 2011

MERCADOS DÃO ULTIMATO À GRÉCIA: DUAS SEMANAS PARA SE AUTO-IMOLAR,OU MORTE


Dirigentes da União Européia decidiram endurecer o jogo contra a Grécia: não vão liberar o segundo frasco de soro financeiro (12 bilhões de euros) de que o país necessita desesperadamente, enquanto o condenado não galgar o cadafalso por livre e espontânea vontade. Ou seja, enquanto não der demonstrações de que aceitou deflagrar um duro ajuste que inclui demissões em massa de funcionários públicos, cortes em aposentadorias, congelamento de salários e aumentos de impostos. A meta é reduzir a 1/3 o déficit público. Hoje a dívida da Grécia é superior a 135% do PIB.
A escolha,portanto, parece ser entre a morte por livre escolha ou a represália asfixiante dos credores. Mais de 50% da população grega é contra o suicídio da primeira alternativa. É o que as ruas tem demonstrado com notável convicção.  Ainda assim, o governo ‘socialista' de Papandreu tenta obter amanhã um voto de confiança do Parlamento para implementar o auto-imolação. Se passar pela prova legislativa os mercados vão respirar aliviados: é sinal de que até o dia 28, prazo-limite dado pela UE, a Grécia conseguirá  aprovar o plano de ajuste exigido pelos credores. Caso contrário, ameaçam o FMI o BC europeu, Merckel & Sarkozy, ‘será o Kaos'. Muitos analistas acham que a Grécia não deve ceder. Os recursos prometidos em troca de sacrifícios não visam recuperar o país, mas sim gerar liquidez para restituir o dinheiro dos credores, sobretudo bancos europeus  que aplicaram em títulos da dívida grega.
Concluído esse resgate, o país desabará exaurido pelo desemprego e a recessão e rejeitado pelos bancos e financiadores que vão tratá-lo a pão e água. Morrerá então pela segunda vez. A única chance da Grécia, desse ponto de vista, seria esticar a corda e mostrar sua disposição de levar os bancos europeus junto para a cova, caso as condições de ajuste não sejam suavizadas. Mas qual partido expressará essa vontade crescente das ruas? 

DESMONTE EUROPEU: O FERMENTO DAS RUAS  

"Vários países europeus reduziram os salários dos funcionários, indo de 2,5% na Alemanha a 5% na Espanha, 10% em Portugal (para quem ganha acima de € 1.500), 13% na Irlanda, 2% na Grécia, 25% na Romênia e até 50% na Letônia. Os salários nominais foram congelados por um a três anos na França, Itália, Portugal, Espanha, Bulgária, Polônia, Romênia e Eslovênia. Com a inflação em alta, a medida resulta em corte real implícito nos pagamentos. Os empregos no setor público também estão sendo cortados: o governo conservador do Reino Unido anunciou planos de reduzir até 490 mil empregos ou quase 10% da força de trabalho total do setor público. Polônia e Bulgária já cortaram 10%, Romênia anunciou 250 mil cortes, a França congelou contratações. Na Grécia, apenas um em cinco que se aposentam será substituído..." (Valor; 20-06)

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