São Paulo, segunda-feira, 20 de junho de 2011
Boas e más ideias
RUY CASTRO
Morreu outro dia, nos EUA, um homem chamado Alan Haberman, 81 anos. Não era famoso, mas tremendamente poderoso, e sua morte saiu em vários jornais. Foi o responsável, em 1974, pela implantação do código de barras, aquele retangulinho zebrado que, passado por um leitor ótico, indica o preço de qualquer coisa, de um cacho de bananas no hortifrúti a um exemplar de "Fenomenologia da Percepção", de Merleau-Ponty, na livraria, e a uma caçamba de entulho na loja de material pesado. Não apenas isso, mas concentra informação sobre qualquer produto em que venha impresso. É infalível como identificação - não existem dois códigos de barra iguais. Não sei como as crianças já não nascem com um desses impresso no bumbum.
Mas Haberman não foi seu inventor. Apenas convenceu os americanos de que não podiam viver sem ele, e os americanos fizeram o mesmo com o mundo. Não importa - passou à história como o responsável por um dispositivo que, em seu próprio tempo, atingiu bilhões de pessoas, talvez toda a humanidade. Nem Cristo nem os Beatles puderam se gabar disso.
O código de barras, ou seu rascunho, foi bolado em 1948 por dois jovens inventores da Filadélfia, Norman Woodland e Bernard Silver. Já era uma extensão dos pontos e traços do Morse em linhas finas e grossas, só que circulares. Chegaram até a patenteá-lo. Mas ninguém se interessou, nem mesmo a IBM, para quem Woodland trabalhava. Com isso, venderam a ideia para a Philco, que a vendeu para a RCA, que não fez nada com ela, até que a patente expirou em 1969.
Em 1973, outro inventor, George Laurer, da própria IBM, retomou a ideia e adaptou-a para um sistema de barras verticais. Mostrou-a a Haberman, que enxergou o potencial da coisa, e o resto é história. Moral: se você inventar um código de barras, não o venda para ninguém
Mas Haberman não foi seu inventor. Apenas convenceu os americanos de que não podiam viver sem ele, e os americanos fizeram o mesmo com o mundo. Não importa - passou à história como o responsável por um dispositivo que, em seu próprio tempo, atingiu bilhões de pessoas, talvez toda a humanidade. Nem Cristo nem os Beatles puderam se gabar disso.
O código de barras, ou seu rascunho, foi bolado em 1948 por dois jovens inventores da Filadélfia, Norman Woodland e Bernard Silver. Já era uma extensão dos pontos e traços do Morse em linhas finas e grossas, só que circulares. Chegaram até a patenteá-lo. Mas ninguém se interessou, nem mesmo a IBM, para quem Woodland trabalhava. Com isso, venderam a ideia para a Philco, que a vendeu para a RCA, que não fez nada com ela, até que a patente expirou em 1969.
Em 1973, outro inventor, George Laurer, da própria IBM, retomou a ideia e adaptou-a para um sistema de barras verticais. Mostrou-a a Haberman, que enxergou o potencial da coisa, e o resto é história. Moral: se você inventar um código de barras, não o venda para ninguém
PARA NÃO COMPRAR GATO POR LEBRE Pelos 3 primeiros dígitos do código de barras dá para saber onde foi fabricado qualquer produto? Todos os 690, 691 e 692 são 'made in China'? Todo produto que tem o código de barras 789 são brasileiros? Não é bem assim! Teoricamente seria, no entanto existem situações em que simplesmente as empresas brasileiras (tal como as estrangeiras), se servem deste fato como "meio de logística". Isto é, uma empresa brasileira pode adquirir um código de barras nacional e usá-lo para catalogar os produtos no nosso mercado podendo esses produtos terem sido feitos fora do Brasil. No entanto estas situações são posteriormente fáceis de detectar. Partindo desde pressuposto, existem dois passos a tomar sempre que formos comprar um produto: 1) verificar se o produto tem o código 789 e 2) verificar o local de fabricação ou de origem. A situação acima referida é perfeitamente legal,. Portanto, resumindo, todos os produtos começados por 789 ou são feitos no Brasil ou distribuídos por uma empresa brasileira.
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