sexta-feira, 24 de junho de 2011

As imagens censuradas do atentado terrorista no Riocentro

http://www.comunistas.spruz.com/gfile/75r4!-!HEELMJ!-!zrzor45!-!MFMSLPRM-NOON-HHJM-MEKP-EMDQGDGGSRRS!-!72y1nq/atentado_no_rio_centro.jpg

Decorridos 30 anos desta ação terrorista da extrema direita, o programa Arquivo N (Globo News), trouxe a público depoimentos e imagens censuradas pelo governo militar da época (Ver link do youtube abaixo).

Na noite do dia 30 de abril de 1981 uma bomba explodiu dentro de um Puma estacionado no Riocentro, no bairro de Jacarepaguá, no Rio.

Dentro do Puma estavam o sargento do Exército, Guilherme Pereira do Rosário, e ao volante, o capitão, Wilson Luis Chaves Machado.

Num dos pavilhões do Riocentro estavam em torno de 18 mil pessoas que assistiam a um espetáculo de MPB, em comemoração ao 1º de Maio - Dia do Trabalhador.

Uma da bomba já havia sido colocada na casa de força e deixar todo o Riocentro na escuridão, instalando o pânico. Todas as portas de emergência do pavilhão onde se encontrava o público haviam sido trancadas...

Estes terroristas tudo prepararam para que ocorresse uma chacina.

Num trágico "acidente de trabalho", outra bomba, provavelmente enquanto estava sendo armada pelo sargento, explodiu no seu colo. O capitão, gravemente ferido, sobreviveu.

 

 http://www.youtube.com/watch?v=oWRr_CSMK18

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O Globo OnLine, 27/08/2010

O mesmo grupo que atacou na OAB agiu no Riocentro

Chico Otavio

Magno Cantarino Mota, Sargento PQD da Reserva, ex agente do DOI, teria participado de atentado a bomba na sede da OAB em 1980 - Foto de Marcelo Piu/O Globo
Na foto, ex-agente do DOI-Codi que também teria participado de ataque no Riocentro

RIO - Elas jamais esqueceram aquelas feições. Era dia do aniversário de Lyda Monteiro, o primeiro depois de sua morte no atentado à OAB. Ao levar flores à sepultura, perto de uma das entradas do Cemitério São João Batista, na Zona Sul do Rio, Palmyra Monteiro de Figueiredo e Isis Bitencourt, irmã e sobrinha da vítima, se assustaram ao dar de cara com um sujeito estranho, parado diante do túmulo. Desconcertado, o homem disse qualquer coisa sobre a tragédia e saiu apressado. Meses depois, a surpresa de ambas seria maior. Quando a imprensa exibiu fotos do sargento Guilherme Pereira do Rosário, morto no fracassado atentado ao Riocentro, Palmyra e Isis não tiveram dúvida: era a mesma pessoa do cemitério.
Como já fizera antes, ao explodir acidentalmente uma bomba em casa, queimando rosto e tórax, e como faria depois, no erro que custaria sua vida no Riocentro, o sargento falhara ao se expor. E, sem querer, as parentas de dona Lyda esbarraram, naquele 5 de dezembro de 1980, na visita ao cemitério, num promissor indício - jamais explorado - da autoria do atentado.
Rosário, ou "agente Wagner"
Sargento Rosário era o experiente "agente Wagner" da Seção de Operações de Informações do DOI-Codi no Rio. Junto com o "agente Guarani" e o "Doutor Diogo", codinomes de outro sargento do Exército e de um tenente da PM lotados na mesma unidade, Wagner integrava o braço operacional de um grupo extremista que desencadeou uma série de ações explosivas, entre os anos 1970-80, na contramão do processo de abertura política.
Trinta anos após a morte de Lyda Monteiro, no dia 27 de agosto de 1980 - o "11 de Setembro carioca", quando duas cartas-bomba explodiram na OAB e na Câmara Municipal (outra, enviada à Sunab, não estourou) -, o cruzamento de documentos oficiais com informações que emergem dos porões do regime indica que Rosário e Guarani ingressaram no grupo terrorista (no qual eram subordinados a oficiais do SNI, fora da cadeia de comando) por discordar do desmonte da máquina de prender e torturar do DOI.
Depoimentos prestados por oficiais da repressão ao projeto História Oral do Exército (1964-31 de março), da Biblioteca do Exército, mencionam os bolsões de insatisfação no DOI. Um general reformado, ouvido recentemente pelo GLOBO, confirmou o envolvimento de agentes do destacamento nas ações terroristas do período. Um coronel da reserva, que conhecia a fundo o pessoal do DOI, revelou que Rosário e Guarani faziam parte do grupo que atacou a OAB e o Riocentro.

 

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