terça-feira, 21 de junho de 2011

Parlamento grego se rende ao mercado

Coitada da Grécia!


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PARLAMENTO GREGO IGNORA MULTIDÃO NA RUA  E APOIA GOVERNO NO ARROCHO EXIGIDO PELOS CREDORES. 
 
À meia-noite da terça-feira, em Atenas, cercado por milhares de manifestantes, o Parlamento grego deu um voto de confiança ao governo de Papandreu para tomar as medidas necessárias à implantação de um duro pacote de arrocho eonômico. Embora tenha vencido essa etapa (de forma apertada, 155  X 148) nem por isso Papandreu terá o caminho desimpedido pela frente. O passo seguinte da crise será a ampliação dos protestos de rua. Privatizações, cortes de aposentadorias, aumento de impostos, congelamento de salários, redução de recursos para serviços essenciais e demissões massivas no setor público não constituem um programa palatável a uma sociedade que enfrenta taxa de desemprego de 16%. A lógica do pacote anuncia mais recessão e maiores sacrifícios. Os mercados festejam a decisão. Mas a resistência é previsível e pode começar assim que a notícia se espalhar pelas ruas.



ter, 21/06/2011 - 20:37

Parlamento grego dá voto de confiança a Papandreou

Por Edson Joanni - Da Folha.com
Yiorgos Karahalis/Reuters
Premiê George Papandreou foi bem sucedido ao apresentar novo gabinete; segundo passo é aprovar novos cortes orçamentários
          Premiê George Papandreou
Numa votação crucial e esperada com ansiedade pela comunidade internacional, o Parlamento da Grécia concedeu nesta terça-feira um voto de confiança ao premiê George Papandreou, abrindo caminho para o recebimento de mais uma parcela do pacote de ajuda da União Europeia e do FMI no valor de € 12 bilhões (cerca de R$ 27 bilhões). A aprovação dos parlamentares ao novo gabinete anunciado por Papandreu na semana passada era o primeiro passo rumo a esta parcela do pacote de resgate.

A segunda difícil missão do governo será convencer a oposição e até mesmo integrantes da própria base governista a implementar medidas de austeridade ainda mais duras, incluindo cortes de benefícios, demissões de funcionários públicos e privatizações, estimados em € 28 bilhões (cerca de R$ 64 bilhões). Caso os novos cortes orçamentários sejam rejeitados na próxima semana, a UE ameaça não liberar esta que é a quinta parcela do pacote de € 110 bilhões (cerca de R$ 252 bilhões).
Em expectativa ao voto, milhares de jovens do movimento dos "indignados" foram às ruas manifestar sua rejeição aos progressivos cortes implementados pelo governo em troca do resgate financeiro da UE e do FMI (Fundo Monetário Internacional).
A polícia esteve em alerta durante todo o dia para garantir a segurança dos 300 deputados dos cinco partidos e parlamentares independentes que foram convocados para votar a moção.
Na terceira greve geral de 24 horas em uma semana o número de feridos supera 40. Os "indignados" que permanecem há mais de um mês na praça ateniense de Sintagma convocaram a população a emitir "um voto de desconfiança" a Papandreou. As manifestações começaram desde cedo no plenário com dezenas de empregados de uma empresa estatal pedindo a reincorporação aos postos de trabalho e outros que temem perdê-lo diante da previsão de privatização da empresa.
Lefteris Pitarakis/Associated Press
Nas ruas de Atenas, milhares de manifestantes pediam que o Parlamento rejeitasse os planos do governo 
Nas ruas de Atenas, milhares de manifestantes pediam que o Parlamento rejeitasse os planos do governo
O porta-voz dos manifestantes, Stathis Anestis, declarou à imprensa que a "Grécia está sendo utilizada pela União Europeia como porquinho-da-índia para implementar medidas antipopulares".
Mais cedo, o presidente da Comissão Europeia, José Manuel Durão Barroso, insistiu que "não há alternativa" nem "plano B" caso o Parlamento grego rejeite o plano de ajustes e privatizações.
Barroso considerou "crucial" que o novo governo formado por Papandreou recebesse o voto de confiança parlamentar e propôs facilitar o acesso da Grécia a fundos comunitários para incentivar o crescimento econômico do país e ajudá-lo a lutar contra o desemprego. Ele deve apresentar a ideia aos líderes do bloco europeu na reunião que realizarão na quinta e na sexta-feira em Bruxelas.
"A Grécia tem potencial para recorrer a uma quantidade significativa de fundos europeus dentro da política de coesão", explicou.

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