quarta-feira, 29 de junho de 2011

Gleisi nega que haja recurso público em fusão do Pão de Açúcar

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Folha.com, 29/06/2011 - 19h01

Gleisi nega que haja recurso público em fusão do Pão de Açúcar

MÁRCIO FALCÃO
DE BRASÍLIA

A ministra Gleisi Hoffmann (Casa Civil) afirmou nesta quarta-feira que "não há recurso público" do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) na fusão entre o Pão de Açúcar e o Carrefour.
Segundo a ministra, esta é uma ação de mercado do BNDESPar, braço de participações do banco em empresas privadas, e não passa pelo crivo do governo.

Gleisi disse que não haverá verba do FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço) nem do Tesouro Nacional.
"Essa é uma operação enquadrada pelo BNDES. Não é operação de crédito do BNDES, não tem recurso público envolvido, nem FGTS nem Tesouro. É o BNDESPar que vai fazer isso. É ação de mercado, portanto, não tem nada a ver com decisão de governo", disse.

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http://www.advivo.com.br/blog/luisnassif/a-estrategia-do-btg-e-do-pao-de-acucar#more

A estratégia do BTG e do Pão de Açúcar

Enviado por luisnassif, qua, 29/06/2011 - 07:57
Por Saulo B.

A historia nao esta sendo bem acompanhada pela imprensa nacional. Ou esta sendo acompanhada sem dar nomes aos bois.
O BTG-Pactual, junto com Diniz, montou uma articulacao com outros grupos estrangeiros, que estao se digladiando pelo controle do Carrefour
(veja em http://www.latribune.fr/entreprises-finance/services/distribution/20110304trib000605870/jean-martin-folz-demissionne-du-conseil-de-carrefour.html)
Se o plano der certo, o BTG-Pactual fica com o controle do Carrefour Brasil, em parceria com o Pão de Açúcar, e ainda ganha assento no Carrefour francês.
http://actu.orange.fr/une/fusion-cbd-carrefour-au-bresil-casino-denonce-un-projet-hostile_152900.html
http://www.lsa-conso.fr/un-fonds-bresilien-bientot-premier-actionnaire-de-carrefour,122959
http://www.actufinance.fr/carrefour-casino-situation-complexifie-bresil-6943528.html
E o Diniz, que corria risco de perder o controle do Pão de Açúcar em breve para o Casino, retoma o controle da propria vida.
Mas, para isso, vão usar o dinheiro do BNDES. 
Bom. Como disseram, pode ate dar lucro para o BNDES. Mas, por que nao pegam este dinheiro de outras fontes? Afinal, se da lucro, eh bom negocio para outros bancos tambem, nao? Quem entende mais de economia e de piramides societarias pode explicar?
Saulo


Do Valor
Estratégia é pôr o Casino no córner

Por Vanessa Adachi e Daniela Fernandes | De São Paulo e Paris
29/06/2011 Levar o Casino ao córner é a estratégia adotada por Abílio Diniz. Para vetar a fusão, o Casino teria de contrariar o mercado, que gostou da notícia, o governo brasileiro, que vai apoiar o negócio por meio do BNDES, e os próprios minoritários franceses, que teriam ganho com a valorização da empresa. Ou seja, ir contra tudo e todos, como disse ao Valor uma fonte que participa da operação. Além disso, se não aceitar a fusão, o Casino provavelmente terá de enfrentar uma longa e desgastante disputa com o sócio brasileiro. A notícia irritou a direção do Casino, que, em nota, classificou as negociações de "secretas e ilícitas", por ignorarem "tanto o direito quanto a ética elementar dos negócios".


Abilio Diniz igualaria poder ao Casino na nova empresa
Graziella Valenti e Vanessa Adachi | De São Paulo29/06/2011 
Abílio Diniz, que atuou no desenho da proposta para combinação de Pão de Açúcar e Carrefour, pode conseguir uma reviravolta em seu futuro no varejo brasileiro caso obtenha aprovação do sócio Casino para a transação.
No lugar de sócio minoritário do Pão de Açúcar, pois está previsão em acordo de acionistas que o Casino assumirá o controle do negócio a partir de 2012, Diniz pode igualar seus poderes ao grupo francês numa companhia maior, sem nenhum desembolso. A previsão é que o controle das empresas combinadas seja dividido igualmente entre Carrefour França e os atuais acionistas do Pão de Açúcar, que serão agrupados numa nova empresa - chamada Novo Pão de Açúcar (NPA). 
Esse veículo ainda se tornaria a maior acionista do Carrefour França, com direito a três cadeiras no conselho de administração. A fatia final na companhia internacional deve variar entre 11,7% e 18%. Haverá ainda um acordo de acionistas entre NPA e os atuais maiores sócios do Carrefour França, liderados por Blue Capital. Em dois anos, essa participação poderia dobrar. A proposta foi desenhada pela Estáter, assessora de longa data do Pão de Açúcar, e pelo BTG Pactual, que entrou na negociação há um mês. A estrutura final é complexa e possui diversas etapas.
Diniz, Casino e todos os atuais acionistas de Pão de Açúcar migrarão para a holding chamada NPA. Nessa nova empresa, que só teria ações ordinárias e o controle disperso na bolsa, Abilio Diniz e família teriam direta e indiretamente 16,9% e Casino, 29,8%. A fatia de Wilkes, participação indireta de ambos, sairia de 25,2% para 20,5%. O estatuto dessa nova companhia, porém, limita o poder de votar de um acionista a 15% do capital, independentemente da participação econômica detida. Esse dispositivo abre espaço para que Diniz e Casino tenham o mesmo poder político - ainda que o grupo francês tenha quase o dobro em dinheiro investido. Para preservar a estrutura dispersa do capital, NPA ainda terá em estatuto a previsão de que quem superar 39% de participação deve lançar oferta pública para todos os acionistas.
O primeiro passo, porém, seria transformar o Pão de Açúcar numa companhia apenas com ações ordinárias, embora não listada no Novo Mercado. As preferenciais seriam convertidas em ordinárias na proporção de uma para 0,95. O segundo movimento é a incorporação da empresa aberta por NPA, que seria sucessora como empresa listada na BM&FBovespa. Nessa companhia, os atuais acionistas seriam diluídos pela entrada da BNDESPar e do Pactual, com aporte total de R$ 4,6 bilhões, que ficariam com 18% e 3,2% do capital, respectivamente. Abilio Diniz e família teriam a participação reduzida de 21,4% para 16,9% e Casino sairia de 36,9% para 29,8%. Os minoritários, que hoje detêm 41,6% do Pão de Açúcar, ficariam com 32,1% de NPA.
Em seguida, Pão de Açúcar deveria incorporar Carrefour Brasil, numa transação que daria 31% do negócio ao Carrefour na França. Nesse momento NPA teria os outros 69% do negócio. Para igualar a participação em 50% para cada lado, os 19% excedentes do NPA seriam trocados por uma participação de 11,7% no capital do Carrefour França em ações preferenciais, incluindo voto mais direitos para participação na gestão. Há a expectativa - mas não a obrigação - de que NPA compre mais ações do Carrefour França no mercado, ampliando sua participação para algo entre 16% e 18%. Como NPA terá 50% do Pão de Açúcar, a participação efetiva de cada sócio na empresa operacional será equivalente à metade do que possuem nessa holding.
O motivo de o Casino não gostar da proposta num primeiro olhar - embora a decisão final ainda não esteja tomada - é justamente o fato dela significar o fim de seu direito de ser o dono do Pão de Açúcar a partir de 2012. "Não abriremos mão de nosso direito de controle", disse um interlocutor do grupo francês.
Apesar disso, os acionistas que desenharam o negócio acreditam que a pressão política - pela sinalização de apoio do BNDES - e a chance de o Casino tornar-se indiretamente (via NPA) o segundo maior acionista de Carrefour França levarão o Casino a conceder seu aval para a transação.

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São Paulo, terça-feira, 28 de junho de 2011


VAREJO

Abilio Diniz vai à França, mas não é recebido pela cúpula do Casino

DE SÃO PAULO - O empresário Abilio Diniz, presidente do conselho do Pão de Açúcar, esteve ontem em Paris, mas não conseguiu ser recebido na sede do Casino, grupo francês com quem divide o comando da rede supermercadista brasileira.
Em Paris, porém, o empresário teria sido visto, na verdade, na sede do Carrefour.
Mesmo não confirmada por nenhum dos lados, só a suspeita de que houve o encontro causou apreensão no Casino, levando ao fracasso a tentativa de conciliação costurada nos últimos dias.
Em meio a uma ruptura pública com o Casino, Abilio tenta uma reaproximação com o argumento de que a crise prejudica os negócios.
O empresário brasileiro quer evitar que o caso, supostamente motivado pela cobiça das operações do Carrefour no Brasil, seja resolvido por árbitros privados.
Segundo a assessoria de Abilio, ele chegou ontem cedo à capital francesa e passou o dia tentando contato com Jean-Charles Naouri, presidente do Casino.
"Ele voltaria ao Brasil nesta terça [hoje] de manhã, para dar a última aula do seu curso de liderança na FGV (Fundação Getulio Vargas), porém cancelou porque permanecerá em Paris na tentativa de se encontrar com o seu sócio", afirmou, em nota.
O Casino e o Carrefour não quiseram comentar o caso.
(TONI SCIARRETTA)




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Portal Terra, 28 de junho de 2011 • 06h35

Carrefour anuncia ter recebido proposta de fusão com Pão de Açúcar

O grupo francês Carrefour anunciou nesta terça-feira ter recebido uma proposta de fusão de ativos no Brasil com os da Companhia Brasileira de Distribuição (CBD), do grupo Pão de Açúcar. A proposta foi formulada em 27 de junho pela empresa brasileira Gama, que pertence ao fundo BTG Pactual, com o apoio financeiro do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
Se a operação for concretizada, a Gama se tornará um acionista de referência do Carrefour, número dois mundial do setor de distribuição com uma participação de 18% em seu capital. No início da sessão na Bolsa de Paris, após o anúncio da proposta, a ação do Carrefour subia 1,64% a 26,88 euros, enquanto a do grupo Casino, seu principal concorrente, caía 3,02% a 63,91 euros.
"A operação será, a princípio, muito benéfica para o Carrefour, cujos resultados no Brasil são decepcionantes e que em 2010 perdeu a liderança na distribuição de alimentos para a CBD", afirma uma nota de análisis do agente da Bolsa Aurel.
"As sinergias e as reduções de custos potenciais, combinada com a força de venda do novo conjunto, devem melhorar a rentabilidade da nova entidade", acrescenta o texto. O comunicado do Carrefour, no entanto, não menciona a posição do seu principal concorrente na França, o grupo Casino, dono de 37% da CBD, principalmente através da holding Wilkes, dirigida em conjunto com a família Diniz.
Antes do anúncio, Carrefour e Casino se enfrentavam a respeito da CBD, cuja rede de 1.647 supermercados faturou 13,7 bilhões de euros em 2010. O grupo Casino apresentou à Câmara Internacional de Comércio uma demanda de arbitragem a respeito do sócio brasileiro. A pedido do Casino, o Tribunal de Comércio de Nanterre, subúrbio de Paris, apreenderam na sede do Carrefour 22 documentos relativos às discussões sobre o futuro da CBD.

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São Paulo, sábado, 25 de junho de 2011

Casino "quebra sigilo" do Carrefour

TONI SCIARRETTA
DE SÃO PAULO

O grupo francês Casino conseguiu obter na Justiça francesa o acesso aos e-mails do rival Carrefour, trocados com o empresário Abilio Diniz, presidente do conselho do Pão de Açúcar.
O objetivo da "quebra de sigilo" do Carrefour é comprovar a existência de negociações entre as duas partes para possível fusão no Brasil.
Segundo o Casino, Abilio violou acordo de acionistas, fechado em 2006, ao sondar o rival Carrefour, também francês, para o negócio sem seu conhecimento. O Casino divide o comando da varejista brasileira com Abilio.
A Justiça teve acesso a 150 documentos do Carrefour, a maioria e-mails de executivos. Desse total, 22 eram correspondências com Abilio e com executivos da Estáter, consultoria contratada pelo empresário brasileiro para estudar a fusão, e estariam ligadas ao caso.
Procurados, Carrefour, Estáter, Pão de Açúcar e Abilio Diniz não quiseram falar sobre o assunto.

"QUEIMA DE ARQUIVO"
A Justiça francesa permite o sequestro de documentos importantes que possam comprovar a eventual violação de acordos comerciais ou societários privados.
O objetivo é impedir a "queima de arquivo" e o sumiço de provas processuais.

O Casino não terá acesso ao conteúdo dos e-mails apreendidos pela Justiça, que ficarão à disposição da câmara de arbitragem contratada para decidir sobre a disputa societária.
A câmara tem três membros votantes - um indicado pelo Casino, outro por Abilio e um terceiro definido em comum acordo.

ACORDO
O grupo francês sustenta que o acordo de acionistas impede que Abilio procure o Carrefour - ou qualquer outra empresa - para eventuais negociações sem a sua participação.
Já o empresário brasileiro argumenta que, juridicamente, o acordo de acionistas não fala sobre a prospecção de negócios, tarefa entendida como de responsabilidade do presidente do conselho. Também alega que o negócio seria, mais tarde, levado ao Casino, caso se mostrasse viável.
O Casino teme que a aproximação do empresário brasileiro com o Carrefour seja uma tentativa de trocar de sócio, um ano antes de Abilio ceder o comando da varejista ao grupo francês, conforme previsto em acordo de acionistas.
Em 2006, Abilio vendeu o controle da varejista ao Casino, que passou a ter o direito de exercer a troca no comando a partir de junho de 2012, pagando simbolicamente R$ 1 por uma ação.
Na semana passada, o Casino aumentou sua participação no Pão de Açúcar em 3,3%, passando a ter 37%.

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São Paulo, sexta-feira, 17 de junho de 2011

Casino eleva fatia e acirra disputa no Pão de Açúcar

TONI SCIARRETTA
CLAUDIA ROLLI
DE SÃO PAULO

O grupo francês Casino, que divide o comando do Pão de Açúcar com o empresário Abilio Diniz, comprou US$ 363 milhões em ações preferenciais (sem direito a voto) na Bolsa e ampliou sua participação na rede varejista brasileira.
A operação acontece duas semanas após o grupo francês levar uma disputa societária com o empresário Abilio Diniz para uma câmara internacional de arbitragem.
O argumento usado é que o empresário brasileiro desrespeitou o acordo de acionista após ter sondado o concorrente Carrefour, sem o seu conhecimento, para uma possível fusão no Brasil.
O Casino teme que a aproximação de Diniz com o Carrefour seja uma tentativa de trocar o principal sócio estrangeiro, um ano antes de Abilio Diniz ceder o comando da varejista ao grupo francês, conforme previsto em acordo de acionistas.
Em 2006, Abilio Diniz vendeu o controle da varejista ao Casino, que passou a ter o direito de exercer a virada no comando a partir de junho de 2012, pagando simbolicamente R$ 1 por um único papel do grupo.
À época, a CVM (Comissão de Valores Mobiliários) entendeu o negócio como a venda definitiva de controle e exigiu a realização de uma oferta aos acionistas minoritários que quisessem sair do Pão de Açúcar.
Com a compra dos papéis nos últimos dias, o Casino elevou sua participação de 33,7% para 37% do capital do Pão de Açúcar.
Apesar de não alterar o controle, a compra foi vista por analistas como um "recado" do Casino ao mercado brasileiro de que não pretende sair do negócio e que usará de todos os direitos previstos em acordo para exercer o comando do grupo a partir de 2012.

VALOR DAS AÇÕES
Nas últimas semanas, a publicidade em torno do caso teve forte impacto no valor das ações do Pão de Açúcar, permitindo que o Casino comprasse os papéis com preço menor do que o negociado antes da disputa.
A aquisição, porém, vem sendo feita de forma discreta há cerca de um mês, segundo a Folha apurou. Consultada, a CVM preferiu não se pronunciar sobre o caso.
Ontem, as ações PN do Pão de Açúcar recuaram 1,1% e nos últimos 30 dias, 3,5%. "Em tese, numa sociedade anônima, o que é normal é que as duas partes emitam comunicado, assinando em conjunto essa compra de ações", diz André de Almeida, advogado especializado em direito internacional, na área financeira e em fusões e aquisições. "Causa estranheza só uma das partes ter assinado o comunicado, dentro do contexto das últimas semanas."
Especialista vê "marcação de território"

DE SÃO PAULO

Marcar território. Foi dessa forma que especialistas que atuam em direito societário interpretaram a atitude do Casino ao comprar mais ações e enviar ontem comunicado.
"A cizânia está claramente instalada. E o recado dado é ainda mais claro: antes éramos vistos como sócio secundário. Agora temos mais de um terço do capital, queremos investir e ter também o controle do negócio", diz o advogado Jarbas Machioni.
A compra de ações preferenciais é entendida por especialistas como uma tentativa de ampliar o poder político do Casino no controle do grupo. (CR e TS)

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São Paulo, quinta-feira, 02 de junho de 2011

Diniz avisa que protegerá grupo contra ataques

DE SÃO PAULO - Depois de as ações do Pão de Açúcar caírem por dois dias consecutivos, o empresário Abilio Diniz enviou carta à diretoria do grupo pedindo "serenidade" em "dias difíceis".
Nela, afirma que faz "tudo que pode" para "deixar vocês e a companhia protegidos contra qualquer ataque".
Anteontem, o grupo francês Casino recorreu a uma câmara internacional de arbitragem alegando que ele desrespeitou um acordo de acionistas ao sondar o Carrefour para uma possível aquisição no país.
Diniz diz que é "transparente" e cumpre com obrigações, acordos e contratos".

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São Paulo, quarta-feira, 01 de junho de 2011

Casino ataca negociação do Pão de Açúcar

TONI SCIARRETTA
CLAUDIA ROLLI
DE SÃO PAULO

O grupo francês Casino levou ontem uma disputa com o empresário Abilio Diniz, com quem divide o controle do Pão de Açúcar no Brasil, para uma câmara internacional de arbitragem de conflitos societários.
O Casino alega que Diniz desrespeitou um acordo de acionistas, fechado em 2006, ao sondar o rival Carrefour para uma possível aquisição no Brasil, sem consultá-lo.
Em jogo está o mercado de varejo supermercadista no Brasil -o de maior expansão dos concorrentes históricos Casino e Carrefour fora da França. O destino do Carrefour no Brasil, que teve perdas contábeis de 550 milhões em 2010, foi tema de reunião ontem do conselho da varejista francesa.
O acordo de acionistas dá o controle do Pão de Açúcar a Abilio Diniz e prevê que as duas partes sejam consultadas em assuntos considerados estratégicos, como aquisições e novos negócios.
A regra sempre foi seguida, inclusive nos casos da compra do Ponto Frio e das Casas Bahia. Seria a primeira vez que Diniz não teria consultado os franceses para prospectar novos negócios.
Em nota, Abilio Diniz afirma que não desrespeitou nenhum acordo com os sócios. "Não descumpri qualquer disposição dos acordos de acionistas arquivados na companhia, nem dos demais contratos celebrados entre os acionistas controladores."
Além de difícil viabilidade jurídica, a sondagem ao Carrefour seria prematura demais para ser formalizada.
Devido à concentração de mercado, dificilmente seria aprovado por órgãos de defesa da concorrência. A aquisição poderia ser feita de forma fatiada, com troca de ações ou a compra do Dia, bandeira popular do Carrefour.
A atitude do Casino de recorrer à arbitragem foi considerada "agressiva" pelo mercado. O Casino pediu ao Pão de Açúcar que comunicasse o mercado brasileiro antes da abertura da Bolsa local.
Com a publicidade do conflito, as ações PN (preferencial, sem voto) do grupo Pão de Açúcar caíram ontem 4%.
A arbitragem é um mecanismo de solução de conflitos contratada previamente pelos sócios para evitar que uma disputa chegue à Justiça. No caso do Pão de Açúcar, a controvérsia será analisada pela ICC (Câmara Internacional de Comércio).
Casino e Diniz formaram uma holding chamada Wilkes, que detém 25,4% do capital da rede supermercadista. Apesar de terem participações diferentes no Pão de Açúcar (Diniz tem 13,7%, e Casino, 16,2%), os dois dividem, meio a meio, a Wilkes.
Pelo acordo firmado há cinco anos, a partir de junho de 2012 o Casino poderá assumir o controle do Pão de Açúcar. Hoje, o grupo é tocado no dia a dia por Abilio Diniz, presidente do conselho de administração. Mesmo que o Casino assuma o controle do Pão de Açúcar, Diniz seguirá no conselho.

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Investimentos & Notícias, Ter, 31 de Maio de 2011

Casino recorre e pede arbitragem contra família Diniz

O Grupo Pão de Açúcar (PCAR3, PCAR4) informou nesta terça-feira que recebeu uma correspondência de seu sócio Casino Guichard Perrachon notificando que juntamente com suas subsidiárias - Segisor e Sudaco Pariticipações Ltda - apresentaram requerimento de instauração de procedimento arbitral perante a Câmara de Comércio Internacional (CCI) contra a família Diniz. Isso porque o grupo estaria negociando uma possível fusão com o Carrefour sem o consentimento do Casino.
Na carta, Casino destacou que “o procedimento arbitral, cujos termos estão submetidos a obrigação de confidencialidade, tem por finalidade assegurar o perfeito cumprimento dos acordos de acionistas arquivados na companhia, e dos demais contratos celebrados entre os acionistas controladores”.
(Redação - Agência IN)

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São Paulo, quarta-feira, 25 de maio de 2011

Pão de Açúcar estuda se unir ao Carrefour

TONI SCIARRETTA
CLAUDIA ROLLI
DE SÃO PAULO

O Pão de Açúcar, maior grupo varejista brasileiro, sondou o francês Carrefour para uma possível fusão dos supermercados no Brasil.
As negociações estão em fase embrionária e contam com dois grandes entraves: aprovação pelos órgãos de defesa da concorrência no Brasil e oposição do Casino, acionista do Pão de Açúcar e rival do Carrefour na França.
Para estudar a viabilidade do negócio, o Pão de Açúcar conta com o trabalho da consultoria Estáter, prestadora de serviço da varejista que costurou a compra das Casas Bahia. O Carrefour é assessorado pelo banco Lazard.
O negócio envolve hipermercados, postos de gasolina, e-commerce e também a marca Dia, que podem ser vendidos em conjunto ou separadamente.
A fusão poderia criar um gigante com faturamento da ordem de R$ 60 bilhões anuais e 28% do setor supermercadista no país, o que dificultaria a aprovação no Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica).
Em 2010, a matriz do Carrefour descobriu rombo contábil de 550 milhões (R$ 1,26 bilhão) no Brasil, abrindo espaço para rumores sobre sua saída do país.
O escândalo levou à demissão de toda a diretoria e a uma "intervenção" no Brasil.

Na França, acionistas do Carrefour estão descontentes com os resultados e pressionam pela venda das unidades do Brasil e da China.

QUEIXA
A investida do Pão de Açúcar desagradou ao Casino, que tem 50% do varejista.
Segundo o jornal "Le Figaro", o presidente-executivo do Casino, Jean-Charles Naouri, enviou carta à diretoria do Carrefour na qual afirmou que o Casino havia sido informado pelo Pão de Açúcar sobre as negociações.
Na carta, ele reclama que o Casino nunca foi informado (pelo Carrefour) sobre o assunto e propõe uma decisão conjunta para o caso.
O francês "Journal du Dimanche" publicara no domingo que a família Diniz, controladora do Pão de Açúcar, poderia aceitar uma participação no Carrefour como parte do pagamento pela unidade brasileira.
Qualquer operação nesse sentido exigiria aprovação por parte do Casino.
Os analistas se mostraram céticos quanto à transação ao afirmar que essa operação levaria a entraves de concorrência e teria grandes chances de ser vetada pelo Casino.
Segundo o "Figaro", o Casino não parece inclinado a apoiar a transação.
Procurados, Pão de Açúcar, Carrefour e Estáter preferiram não comentar o caso.

Com a Reuters

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