domingo, 22 de maio de 2011

Venezuela faz seu "Minha Casa, Minha Vida"

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São Paulo, domingo, 22 de maio de 2011

Chávez faz seu "Minha Casa, Minha Vida"


Fotos Harold Escalona - 07.mai.11/Efe


Venezuelanas aguardam para se registrar no "Gran Misión Vivienda Venezuela" ,o mega programa habitacional que é a aposta de Chávez para 2012

FLÁVIA MARREIRO
DE CARACAS

"Casa digna só é possível no socialismo", diz o papelzinho amarelo, como comprovante de compra, que Leidy Cona, 26, exibe na praça Bolívar, no centro de Caracas.
O tíquete é a comprovação de que Leidy -  grávida, mãe de um bebê de 14 meses e de um menino de 12 anos - está inscrita na "Gran Misión Vivienda Venezuela", espécie de "Minha Casa, Minha Vida" versão venezuelana.
"Tenho esperança. Conheço gente que ganhou uma casa do presidente", diz ela, que paga cerca de R$ 632, ou mais de um salário mínimo local, para viver num quarto de pensão com a família.
Leidy faz parte do meio milhão de venezuelanos que, desde 7 de maio, responderam à convocação para se registrar no programa. Por enquanto, só é possível fazê-lo em cinco Estados mais atingidos pelas chuvas de 2010.
"Mãe solteira tem prioridade. Ordem do comandante", grita um senhor que distribui formulários na praça. "Não tem fila! É num instante!"
A estratégia de promoção do programa inunda a TV. O slogan lançado por Chávez é metafísico: "Para viver vivendo", em contraste com o "viver morrendo" do capitalismo nas favelas que cobrem as montanhas da capital.


Brasil negocia participação na empreitada


DE CARACAS

O Brasil negocia a participação na construção de ao menos quatro complexos produtivo-habitacionais que farão parte da versão local do "Minha Casa, Minha Vida" lançada pelo presidente Hugo Chávez.
Os projetos serão parceria de Caracas com a coalizão de instituições brasileiras no país: o Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), a Caixa Econômica Federal e a Embrapa, além de empresas do Brasil.
A ideia é coordenar o esforço habitacional com interesses do Brasil de ampliar a integração do sul venezuelano com o norte brasileiro.
Um dos planos em discussão é instalar em Roraima fábrica de módulos para a construção de residências que serviria aos mercados brasileiro e venezuelano.
Uma das metas é que a indústria atenda à demanda de casas na região da faixa do Orinoco, a maior reserva de petróleo local, que abrigará os principais projetos do setor nos próximos anos.
A Venezuela também pretende contar com missão de especialistas da Caixa Econômica Federal, que tentará passar experiência brasileira no financiamento de habitação popular para o programa venezuelano.
A parceria integral é a estratégia do Brasil para garantir espaço num mercado de construção civil que, com ou sem Chávez, só crescerá nos próximos anos.(FM)

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