quinta-feira, 26 de maio de 2011

Situação no Iêmen se agrava

O Iêmen é um dos aliados dos EUA sobre o qual a grande mídia evita falar.

Devemos acreditar que no mundo árabe/persa hoje os únicos que não são democracias são Líbia, Síria e Iran.



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EUA pedem a pessoal do corpo diplomático para que deixem o Iêmen

Huffington Post

O Departamento de Estado dos EUA ordenou, quarta-feira (25), que os diplomatas que não ocupam funções essenciais deixem o Iêmen e sugeriu aos cidadãos estadunidenses que estejam no país que façam o mesmo em função da deterioração das condições de segurança no país, após o presidente Ali Abdullah Saleh recursar-se a renunciar.

A decisão de retirar a maioria do pessoal da embaixada dos EUA em Sanaa e seus familiares é um sinal da crescente preocupação de Washington com a situação no Iêmen, onde as batalhas de rua entre opositores e partidários do presidente entraram no terceiro dia. Os confrontos deixaram pelo menos 41 mortos e dezenas de pessoas gravemente feridas.

O nível de ameaça à segurança no Iêmen é extremamente elevado devido a atividades terroristas e distúrbios civis”, disse o Departamento de Estado em seu comunicado. “Há uma inquietação civil em curso em todo o país e protestos em grande escala nas principais cidades”. O comunicado observou ainda que estão ocorrendo violentos confrontos em Sanaa, a capital, que podem aumentar sem aviso prévio.

A ordem de partida é também um novo recado da administração Obama para que Saleh deixe o poder, por meio de um acordo negociado com os Estados vizinhos do Golfo Pérsico. Falando de Londres, o presidente Barack Obama pediu que Saleh aceitasse a proposta imediatamente para implementar o acordo. Saleh já recuou três vezes em compromissos verbais para se demitir.

O alerta anterior, emitido em março, permitiu que alguns funcionários da embaixada e suas famílias saíssem do Iêmen às custas do governo. Ele pediu aos cidadãos estadunidenses que não viajassem para o Iêmen e sugeriu aos que já estavam no país que pensassem em sair. O novo alerta ocorreu depois de uma mensagem desafiadora de Saleh que disse que não vai renunciar para evitar que o Iêmen se torne um Estado falido. Sua postura, combinada com a retomada dos combates, aumentou significativamente as chances de que o levante de três meses no Iêmen transformem-se em uma revolta de maiores proporções após o fracasso da mediação árabe para substituir o regime autoritário de 32 anos de Ali Abdullah Saleh. “Eu não vou deixar o poder e não vou deixar o Iêmen”, disse Saleh por meio de um porta-voz.

Ele também considerou uma agressão direta os esforços patrocinados pelos EUA para negociar sua saída. “Eu não recebo ordens de fora”, disse Saleh em uma declaração lida por seu porta-voz em uma reunião com aliados tribais. ‘O Iêmen não será um Estado falido e não vai se transformar em um refúgio da Al Qaeda”, acrescentou o comunicado, em mais uma mensagem ao Ocidente que teme que o caos no país abra as portas para um ramo da Al Qaeda expandir suas operações.

A célula da Al Qaeda no Iêmem é apontada como responsável pela tentativa, no Natal de 2009, de explodir um avião sobre Detroit e pelos explosivos encontrados em Dubai e na Inglaterra. Apesar de suas duras declarações, Saleh também prometeu que tentaria conter a onda de violência que ameaça “arrastar o país para uma guerra civil”.

Os confrontos começaram na segunda-feira depois que as tropas de Saleh tentaram invadir o território do chefe da maior tribo do Iêmen, o Hashid. Centenas de combatentes tribais responderam com ataques ferozes contra as forças governamentais.

Tradução: Katarina Peixoto

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