domingo, 29 de maio de 2011

Onças voltam a habitar região de canaviais de SP

São Paulo, domingo, 29 de maio de 2011

Onças voltam a habitar região de canaviais do Estado

CRISTINA MORENO DE CASTRO
DE SÃO PAULO

Apesar de ser um animal raro e ameaçado, a onça-parda tem sido muito vista na região de Sertãozinho, a 333 km de São Paulo. Não só vista: duas foram atropeladas -e também uma jaguatirica, espécie ainda mais ameaçada- nos últimos dois anos.
Os acidentes ocorreram sempre no mesmo local: perto de um curso d"água chamado Ribeirão da Onça, no quilômetro 96 da rodovia Carlos Tonani (SP-333).
Segundo José Roberto Miranda, que monitora a biodiversidade local há dez anos para a Embrapa, no primeiro inventário da fauna que fizeram, em 2002, quando os canaviais tornaram-se orgânicos, havia 244 espécies de vertebrados na região.
Hoje são 334 espécies, sendo 35 ameaçadas de extinção, como as onças-pardas, lobos-guarás, lontras, sucuris e jacarés-coroa
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"Quase não havia onças há dez anos, víamos uma por ano. Hoje vemos muitas todas as vezes que vamos a campo, inclusive com filhotes", afirma Miranda.
Com o aumento do número de onças-pardas na região, o risco de serem atropeladas também cresceu.

TONANI

Cravada com 30 balas de chumbinho em várias partes do corpo, a última onça atropelada foi o macho Tonani, que ganhou o nome da rodovia que quase o matou.
Ao contrário dos outros dois felinos atropelados, que morreram na hora, Tonani conseguiu sobreviver.
Foi socorrido por um carro da concessionária que administra a rodovia, a Triângulo do Sol, e chegou ao Hospital Veterinário da Unesp de Jaboticabal para receber os primeiros-socorros. Estava em estado de choque, com hemorragia, desidratação e fraturas na pata e na bacia.
Uma semana depois, Tonani foi levado ao centro de reabilitação de felinos da Associação Mata Ciliar, em Jundiaí (SP). Lá passou por duas cirurgias e, para evitar que se locomova, é mantido em uma jaula de 1,5 m por 1 m, com feno, onde tem mínimo contato com seres humanos.
Os veterinários que aplicam diariamente injeção e passam pomada -tem ainda lesões na pele- se aproximam assobiando, num barulho parecido com o que essas onças fazem, e que lembram o piado de um pássaro.
"Daqui a uns dois meses acreditamos que vamos começar a planejar a soltura dela, mas ainda há muito trabalho pela frente", diz Cristina Adania, que coordenada o departamento que cuida da fauna na associação.
Adania diz que Tonani ainda vai ter que se exercitar porque, embora ele já esteja conseguindo andar, ainda não pôde sair da jaula.
Com dois anos de idade, 1,15 metro de comprimento e 68 cm de altura, a onça já engordou seis quilos desde que chegou ao centro, em 30 de abril -hoje pesa 34 kg. Ela come três quilos de carne de frango e de boi todos os dias.
Antes de ser solto, Tonani vai ganhar um colar com GPS para ser monitorado.
A Concessionária Triângulo do Sol disse que existe um duto de passagem para animais no local onde ocorreram os atropelamentos e outras duas passagens nos quilômetros 93 e 95 da rodovia.
 
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UOL, 24/11/2010

Onça suçuarana é eleita animal silvestre símbolo de SP

A Secretaria do Verde e do Meio Ambiente de São Paulo anunciou nesta quarta-feira que a onça suçuarana (Puma concolor capricorniensis) - também conhecida como onça parda-- foi escolhida animal silvestre símbolo da cidade. O felino recebeu 16.689 votos de um total de 84.140.

A onça suçuarana foi escolhida o animal silvestre símbolo da cidade de São Paulo por meio de votação on-line


As ações da prefeitura voltadas à proteção e educação ambiental será identificadas com uma figura estilizada da onça. Além disso, o órgão desenvolveu um personagem chamado Suçu para trabalhar a questão da biodiversidade junto às escolas.
A onça suçuarana foi escolhido por meio de uma votação on-line entre junho e setembro deste ano, onde concorreu com 14 candidatos.

A prefeitura vai usar o desenho do personagem Suçu para trabalhar a questão da biodiversidade junto às escolas

A prefeitura vai usar o desenho do personagem Suçu para trabalhar a questão da biodiversidade junto às escolas
 

Os animais que disputaram o título foram escolhidos por técnicos da Divisão de Fauna com a colaboração de professores e pesquisadores do Museu de Zoologia da USP, do Instituto de Biocências da USP, do Instituto Butantã e das ONGs Salve-Brasil e Centro de Estudos Ornitológicos.
Segundo a secretaria, a eleição começou concentrada entre aves, enquanto a onça ocupava a quarta posição, semana a semana. No último mês, começou a ganhar posições e venceu o concurso, seguida pelo bentevi, sabiá-laranjeira, joão-de-barro e periquito-rico.
CARACTERÍSTICAS
A onça parda é o maior felino registrado atualmente em São Paulo e o segundo maior do Brasil. Foi encontrada em duas áreas da zona sul: Fazenda Capivari e Parque Estadual da Serra do Mar. Trata-se do felino com maior distribuição no continente americano: do norte do Canadá ao sul da Argentina e do Chile --Terra do Fogo).
No Brasil, ocupa todos os tipos de biomas: Amazônia, caatinga, cerrado, mata atlântica, Pantanal e campos sulinos. Ela possui uma grande capacidade de adaptação aos diferentes ambientes e climas.
A suçuarana mede entre 86 cm e 154 cm de cabeça e corpo, e a cauda mede entre 63 cm a 96 cm. Seu peso varia de 29 kg a 120 kg, sendo os machos maiores do que as fêmeas. Possui coloração uniforme parda.
Tem hábitos solitários, terrestres e noturnos e alimenta-se principalmente de mamíferos de médio porte --como quatis, catetos, tatus e capivaras-- e vertebrados de pequeno porte. Nas áreas rurais, aproxima-se de habitações humanas e alimenta-se de animais de criação. Essa proximidade faz com que seja alvo de perseguição e contribui para a redução de sua população. A espécie é considerada vulnerável no Estado.

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