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CAMERON & MURDOCH: UM CONDOMÍNIO POLICIAL,MIDIÁTICO E POLÍTICO
10 dos 45 assessores de imprensa da Scotland Yard, a poderosa policia metropolitana de Londres, foram cooptados na redação do News of the World. Essa é a extensão - conhecida, até o momento - da capilaridade de laços que une o jornalismo de manipulação e truculência, familiar ao público brasileiro, praticado pelo conglomerado Murdoch e a ação política do Conservadorismo inglês. Já se sabia que a cúpula da polícia inglesa contratara Neil Wallis, ex-diretor do News of de World, para sua assessoria de comunicação. O caso derrubou o comandante da corporação, sir Paul Stephennson e seu adjunto. Os dois também são suspeitos de terem engavetado as primeiras denúncias sobre uso de grampos pela redação do News of the World,, registradas em 2007. Deles teria partido a informação explosiva de que, ainda em 2010, um assessor de David Cameron pediu à polícia para não envolver o premiê nesse assunto. Difícil e cada dia mais improvável: eleito em maio de 2010, o próprio Cameron contratara Andy Coulson para sua assessoria de comunicação. Coulson fora afastado da direção do jornal de Murdoch em 2007 por envolvimento nas escutas telefônicas ilegais. Logo em seguida, ele e Wallis passaram a trabalhar juntos no comando da comunicação do partido Conservador, inclusive na campanha de 2010. Eleito, Cameron o levou para o governo, de onde só saiu em janeiro deste ano, quando o escândalo ficou incontrolável (Carta Maior, com agências e El País).
O OUTRO LAUDO: O CADÁVER QUE PASSOU PELO MOEDOR DE RUPERT MURDOCH
"Ele me contou sobre como costumava começar o dia: uma carreira de cocaína e um Jack Daniels ...Quando ele falou sobre as interceptações telefônicas, alguns deputados conservadores foram rápidos em atacá-lo, espalhando relatos sobre o uso de drogas... é preciso dizer que o ex-correspondente Sean Hoare, que morreu na segunda-feira, era um homem amável.. A sua origem era a classe trabalhadora, fanático torcedor do Arsenal, eleitor dos trabalhistas, que se definia como um “cláusula IV”, um socialista que ainda acreditava na propriedade pública dos meios de produção. Ele sabia o quão destrutivo o poderia ser, não apenas para os alvos de suas denúncias, mas também para os jornalistas comuns que trabalhavam lá e que eram usados sem remorsos...’Na redação, você tem pessoas (...) desmanchando-se em lágrimas, afundando na garrafa’. (The Guardian; leia nesta pág)
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