segunda-feira, 11 de julho de 2011

Presidenta: a escola pública é a que faz democracia

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Presidenta: a escola pública é a que faz democracia

    Publicado em 11/07/2011

Anísio é o herói da Dilma. Souza e Di Gênio, do Cerra/FHC

Saiu no Blog do Planalto:

“Sem sombra de dúvida que a valorização da educação é de extrema importância. A Capes tem contribuído para esse objetivo. Fico orgulhosa porque herdei uma herança… Estamos preparados para o desafio da sociedade do conhecimento. Ao lado de um programa efetivo da distribuição de renda e combate à miséria lutar por um processo sofisticado. Sem dúvida que a escola pública é fundamental nessa estratégia. Eu concordo integralmente com um grande dirigente da Capes, Anísio Teixeira, que dizia que só existirá democracia no Brasil no dia que se montar a maquina que produz democracia e essa máquina é a escola pública.” Presidenta Dilma Rousseff


Em cerimônia para celebrar o Capes, a Presidenta Dilma Rousseff pôs os pingos nos ís.

A Educação que o Nunca Dantes recebeu do Governo Cerra/ FHC, com a colaboração de Paulo Renato de Souza e o espírito santo de orelha, o Di Gênio, foi uma ” herança maldita”.

Clique aqui para ler sobre a herança maldita na area da Educação em sua totalidade e a compara com a obra do metalúrgico, aqui chamado de Nunca Dantes.

A Presidenta retoma a tese central da grande obra de Anísio: só a escola pública constrói a democracia.

A particular constrói guetos.


Em tempo:Sou contra a educação como processo exclusivo de formação de uma elite, mantendo a grande maioria da população em estado de analfabetismo e ignorância.” Frase de Anísio Teixeira que merecia servir de epígrafe ao post sobre a classe D e a bolha da Míriam.


Paulo Henrique Amorim
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São Paulo, segunda-feira, 11 de julho de 2011


Quando o médio é fundamental

WANDA ENGEL

Como sabemos, a educação brasileira é estruturada em etapas. Inicia-se na educação infantil, continua no chamado ensino fundamental - que, junto com o ensino médio, constitui o ensino básico.
A partir daí, segue-se, para poucos, o ensino superior.
É interessante observar que o ensino fundamental recebe esse nome por sua enorme importância no desenvolvimento de competências consideradas essenciais para a vida. Quando o Brasil ainda era uma sociedade agroindustrial, também servia como credencial mínima para entrar no mercado de trabalho.
No segundo grau (atual ensino médio), somente o técnico e o normal tinham a função de preparar diretamente para o trabalho.
As demais modalidades - científico e clássico - eram organizadas em função das opções de ensino superior, sendo demandadas pelos que pretendiam ter acesso à universidade. Daí a ideia de que o ensino médio seria apenas um "curso de passagem" rumo à universidade.
Nas últimas décadas, as exigências do mercado de trabalho em relação à escolaridade cresceram muito. Na sociedade do conhecimento, o mínimo exigido é o ensino médio completo.
Por isso, é necessário um grau de abstração e habilidades intelectuais que só são desenvolvidas em pelo menos 11 anos de escolaridade. O ensino médio não representa mais só uma passagem, mas assume o papel de "ensino fundamental" para prosseguir nos estudos e acessar o mercado de trabalho.
De alguma forma, o sistema educacional tenta responder a essa nova demanda. O aumento das matrículas no ensino médio é significativo nas últimas décadas, mas sem dar vazão às reais necessidades.
Apenas a metade dos jovens de 15 a 17 anos que deveriam estar cursando esse nível é aí encontrada.
De cada dez jovens que se matriculam na primeira série, apenas cinco concluem seu curso. Em consequência, a média de escolaridade dos jovens de 18 a 24 anos ainda é de apenas nove anos (final do ensino fundamental).
O jovem que não termina seu ciclo básico está fadado a desemprego, subemprego ou inserção no mercado marginal. Ao constituírem suas novas famílias, completam o famigerado ciclo reprodutivo da pobreza. A não conclusão do ensino médio ameaça tanto o futuro dos jovens quanto o projeto de desenvolvimento sustentável do país.
Na faixa de 24 a 35 anos, apenas 38% dos trabalhadores possuem o ensino médio. Hoje, altos níveis de desemprego entre os jovens convivem com sobras de postos de trabalho. As regiões Norte, Sul e Centro-Oeste do país já vivem o temido "apagão de mão de obra".
Avançamos muito na cobertura e na qualidade de nosso ensino fundamental, mas não dá para esperar que essa "onda" atinja o médio.
Garantir que nossos jovens acessem, permaneçam e concluam o ensino médio passa a ser um desafio estratégico para a sociedade brasileira. É preciso que tenhamos consciência de que, neste estágio de desenvolvimento do país, o médio é fundamental.

WANDA ENGEL, 66, é superintendente do Instituto Unibanco. Doutora em educação pela PUC-RJ, chefiou a divisão de desenvolvimento social do Banco Interamericano de Desenvolvimento, em Washington (EUA).

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