sábado, 9 de julho de 2011

Na África, nasce hoje o Sudão do Sul, país mais pobre do globo

Por que os EUA e o Reino Unido já trataram rapidinho de reconhecer este Estado recém criado e o Estado Palestino não reconhecem de modo algum?
 

Quem está sentindo cheiro de petróleo, acertou em cheio!
 
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São Paulo, sábado, 09 de julho de 2011


Na África, nasce hoje o Sudão do Sul, país mais pobre do globo

CAROLINA MONTENEGRO
DE SÃO PAULO

Sob o olhar preocupado da comunidade internacional, nasce hoje o 193º país do mundo.
Devastado por décadas de guerras civis, o Sudão do Sul partilhará com Somália e Afeganistão os piores indicadores sociais do planeta.
"É um momento histórico, mas os desafios são gigantescos", afirma Erwin van der Borght, diretor para África da Anistia Internacional.
O país é o lugar no mundo onde mais morrem grávidas e recém-nascidos, e 90% das mulheres são analfabetas.
"Levará anos para o Sudão do Sul deixar de depender da assistência", diz Borght.
Falta tudo no novo país: hospitais, escolas, esgoto, iluminação, polícia. Estradas são poucas e precárias.
Na capital, Juba, há apenas uma rua asfaltada. No lugar de táxis, garotos levam estrangeiros na garupa de motos, as "boda-bodas".
Só não faltam Coca-Cola e esperança. As garrafinhas vermelhas eram vendidas quentes, mesmo no precário posto da alfândega na fronteira com Uganda, que a Folha atravessou em janeiro.
"As pessoas estão tão otimistas que é até assustador", conta Jane Some, funcionária da ONU no Quênia.
"Os jovens esperam que a vida vá melhorar da noite para o dia, que vão conseguir emprego, estudo. A geração mais velha está radiante em testemunhar a independência depois de duas décadas de guerra", acrescenta.
A cerimônia de independência contará com a presença do secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, representantes de vários países vizinhos e celebridades, como o ator George Clooney.

SEGURANÇA
Crucial para a construção da nova nação, porém, é superar a insegurança. Em 2011, 1.800 sul-sudaneses morreram e 150 mil foram deslocados após renovados conflitos na fronteira, segundo a ONU.
Este é o ano mais inseguro no Sudão desde o fim da guerra civil de duas décadas, em 2005, quando rebeldes do sul (negros) e o norte (árabe) assinaram acordo de paz.
Disputas por terras e reservas de petróleo nas regiões fronteiriças de Abyei e Kordofan do Sul, porém, ainda trazem instabilidade, apesar de o sul ter legitimado sua secessão em referendo em janeiro.
O sul abriga 80% do petróleo sudanês, mas depende das refinarias do norte para exportar.
"É preciso estabilidade para explorar este petróleo", diz Jon Temin, diretor do think-thank USIP, em Washington.
Os EUA são o principal ator internacional no país e investem em infraestrutura, para fazer frente à presença chinesa no norte. Ontem, a ONU aprovou nova força de paz para o Sudão do Sul, com 7.900 homens.


Jornal do Brasil, 09/07/2011

EUA e Reino Unido reconhecem formalmente o Sudão do Sul

Agência AFP

WASHINGTON - O presidente Barack Obama anunciou que os Estados Unidos reconhecem formalmente a República do Sudão do Sul, criada neste sábado.
"Estou orgulhoso de declarar que os Estados Unidos reconhecem a República do Sudão do Sul como estado soberano e independente a partir de este dia, 9 de julho de 2011", afirma Obama em uma declaração.
"Num momento em que sudaneses do sul empreendem a dura tarefa de construir seu novo país, os Estados Unidos prometem acompanhá-los enquanto buscarem segurança, desenvolvimento e um governo responsável, que realize suas aspirações e respeite os direitos humanos", acrescentou.

Povo vai às ruas com a bandeira do Sudão do Sul para celebrar a independência 
 
Povo vai às ruas com a bandeira do Sudão do Sul para celebrar a independência O primeiro-ministro britânico David Cameron também anunciou o reconhecimento oficial do Reino Unido. "Nós acolhemos o Sudão do Sul na comunidade de nações e e estamos ansiosos para estabelecer laços mais estreitos entre o Reino Unido o Sudão do Sul nos próximos meses e anos vindouros", afirmou Cameron em um texto oficial.
Salva Kiir prestou juramento neste sábado como primeiro presidente do Sudão do Sul, pouco depois da proclamação de independência neste novo país africano, que se separou do norte.
Kiir assinou a Constituição transitória e prestou juramento, comprometendo-se a "favorecer o desenvolvimento e o bem-estar do povo do Sudão do Sul".
O Sudão do Sul se proclamou independente oficialmente neste sábado, separando-se do norte deepois de cinco décadas de conflitos que mergulharam o novo país numa miséria da qual espera sair graças a suas ricas reservas de petróleo.
Uma multidão em delírio celebrou à meia-noite de sexta-feira para sábado, em Juba, a proclamação da independência.

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