terça-feira, 12 de julho de 2011

Leilão do trem-bala fracassa e regra muda


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São Paulo, terça-feira, 12 de julho de 2011


Leilão do trem-bala fracassa e regra muda

SOFIA FERNANDES
VALDO CRUZ

DE BRASÍLIA

O leilão do trem-bala fracassou. Nenhum consórcio apresentou proposta para o projeto, o que fez o governo mudar as regras e dividir a licitação em duas etapas.
Na primeira fase, será escolhido o operador, que definirá a tecnologia a ser adotada, o projeto executivo e o controle de qualidade da obra. Com isso, fica mais fácil definir o valor de construção do trem-bala ligando Campinas, São Paulo e Rio.
Segundo Bernardo Figueiredo, diretor-geral da ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres), essa etapa será realizada no começo do próximo ano.
No segundo momento, serão escolhidos os grupos responsáveis pela obra civil e pela infraestrutura do empreendimento. Essa etapa também será aberta a empresas internacionais.
O governo ficou irritado com a atitude das empreiteiras nacionais, que boicotaram o leilão de ontem por não concordar com os custos estimados pela ANTT. Foi por isso que a agência decidiu que a segunda fase do leilão também será uma concorrência internacional.
Por outro lado, ao dividir a licitação em duas, o governo reconheceu as críticas das empreiteiras, de que era muito difícil calcular o preço da construção da obra sem definir previamente a tecnologia que será adotada.
Estudo prévio do governo calculava a linha Campinas-São Paulo-Rio em R$ 33 bilhões, mas estimativas de mercado colocam o preço em mais de R$ 50 bilhões.
Segundo Figueiredo, o fracasso do leilão foi motivado pela dificuldade das empresas detentoras de tecnologia de formar aliança com as empresas de construção nacionais. Por isso o governo acredita que, fatiando o processo, o leilão terá sucesso.
"O fechamento do mercado nacional a esse tipo de aliança acabou prejudicando o processo licitatório", disse.
Figueiredo negou mudanças estruturais no novo edital, que tem lançamento previsto para até outubro, e novos cálculos econômicos para o projeto, num tom de resistência às empresas.
"Não vamos desfigurar o projeto para atender um perfil", afirmou ontem.

FLEXIBILIZAÇÕES
Apesar de negar mudanças, Figueiredo afirmou que, no segundo momento da licitação, é possível que "flexibilizações" sejam feitas, como o valor total da obra e a quantidade de paradas obrigatórias.
Mas disse que não cabem muitas mudanças no projeto e que haverá limite para elas.
Outra mudança anunciada ontem é que o governo pretende contratar a obra do trem-bala em lotes, para que mais empresas possam atuar na parte de construção civil ao mesmo tempo, reduzindo tempo e custos.
Figueiredo disse que, mesmo com a reviravolta, o começo das obras continua previsto para o início de 2013.

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