segunda-feira, 11 de julho de 2011

Hope Solo, a bela que mais uma vez parou o Brasil

http://oglobo.globo.com/blogs/planetaquerola/#391446


http://www.youtube.com/watch?feature=player_embedded&v=cblJ9SUMoM0

Hope solo - The Ultimate Compilation


http://www.youtube.com/watch?v=nRoDxW4YWDU

Women's World Cup Soccer 2011 Quarterfinals Brazil vs. USA Penalty Kicks



11/07/2011

 

A bela que mais uma vez parou o Brasil

 



Ela tem 29 anos, é considerada a musa da Copa do Mundo feminina e mais uma vez foi responsável por fazer a seleção brasileira chorar numa competição oficial. Hope Solo foi quem ironicamente acabou com a esperança (como o seu nome é traduzido para o português) de um inédito título da seleção de Marta e cia. Já foi assim nos Jogos Olímpicos de Pequim em 2008, quando teve uma grande atuação e garantiu com várias defesas a vitória dos Estados Unidos por 1 a 0 que deu às americanas o ouro olímpico.

No domingo, durante a vitória sobre as brasileiras nos pênaltis por 5 a 3 após o empate no tempo normal em 2 a 2, Solo fez outras grandes defesas e ainda pegou dois pênaltis: um no tempo normal cobrado por Cristiane que a árbitra acabou mandando voltar por causa da invasão da defesa americana na área, e outro de Daiane na disputa de pênaltis que garantiu a vaga nas semifinais mantendo as americanas na briga pelo tricampeonato mundial. Uma atuação decisiva da bela goleira de olhos verdes que tem encantando os jornalistas que cobrem o mundial.

- Me sinto lisonjeada - diz a goleira quando perguntada o que ela acha de ser a musa da Copa. - Só que mal posso esperar para colocar o meu jogo em campo. Eu quero ser lembrada pelo meu jogo em primeiro lugar, mas é bom chamar a atenção para o esporte. Nós ganhamos muito mais fãs. Obviamente temos uma liga que está lutando na América (para aparecer), e se você trouxer mais atenção, isso vai ajudar - completou ela após a vitória sobre as brasileiras.

Filha de um veterano de guerra do Vietnã, Solo nasceu no dia 30 de julho de 1981 em Richland, Washington. Como grande parte dos atletas americanos, começou a despontar na universidade de onde saiu para defender o Philadelphia Charge em 2003. Ficou apenas um ano antes de sair do país para jogar em um time sueco (Kopparbergs/Goteborg) e na França (Lyon). Depois de seis anos no exterior, voltou aos Estados Unidos para defender primeiro o Saint Louis America e em seguida o Atlanta Beach. Neste ano, assinou contrato com o MagicJack, novo clube profissional baseado em Boca Raton, na Flórida.

A goleira jogou em todas as seleções de base dos Estados Unidos até que em 2000 estreou pela equipe principal. Em 11 anos, soma 96 partidas pela seleção e algumas polêmicas. No Mundial de 2007, Solo foi preterida pelo técnico Greg Ryan, que optou por escalar a veterana goleira Briana Scurry, de 36 anos, que tinha uma longa carreira na seleção, mas não estava muito bem num jogo contra a seleção brasileira. Resultado? Os Estados Unidos foram goleados por 4 a 0 e eliminados do Mundial. Pela imprensa, Solo desabafou:

- Foi uma decisão errada e acho que todos que entendem o jogo sabem disso. Eu não tenho dúvidas que poderia ter feito aquelas defesas (nos lances dos gols). Não estamos mais em 2004 (quando as americanas foram campeãs olímpicas). É 2007 e você deve viver o presente. Você não pode viver no passado. Não importa se você ganhou uma medalha de ouro olímpica há três anos. O que importa é o agora e é o que eu penso - disse Solo na época.

Depois ela tentou se desculpar dizendo que não estava se referindo a Scurry ou ao treinador, mas ninguém acreditou. Hoje ela pensa diferente sobre aquele episódio:

- Todas as experiências que tive no torneio deste ano têm sido completamente diferentes de 2007. Não pude apreciar todos os momentos de 2007 e acho porque havia um lado negro (dentro dela) e eu estava ferida por ter perdido o meu pai (pouco antes do início do Mundial daquele ano). Tudo o que eu queria era ganhar o torneio para o meu pai. Neste torneio, eu estive nervosa no primeiro jogo e eu pensei, nossa, isso é uma boa sensação. Me sinto como se estivesse vivendo uma verdadeira experiência de Copa do Mundo. Para mim é como se fosse a primeira vez.

Em 2008, Solo foi finalmente titular da seleção na conquista do ouro olímpico. Mas em setembro, ela sofreu uma séria lesão no ombro esquerdo, chamada nos Estados Unidos de "lesão Drew Brees" numa referência à contusão do quarterback do New Orleans Saints que quase teve que encerrar a carreira e acabou sendo campeão do Super Bowl da NFL em 2009. Ela praticamente não tinha cartilagem na articulação do ombro, o que forçou os médicos a fazerem uma microfratura no osso, para fazê-lo "sangrar" e criar uma nova cartilagem para o local. O tendão do bícepes da goleira tinha praticamente se destacado. Essa é considerada pelos médicos uma das mais graves lesões que um atleta pode sofrer. Solo poderia ter encerrado a carreira, mas deu a volta por cima da mesma forma que Brees.

Nove meses depois da cirurgia de "reconstrução" do ombro, a goleira conseguiu se livrar das dores e voltar a treinar. Corria o ano de 2009, e Solo precisava recuperar o tempo perdido.

- Foi uma dura caminhada em que comecei a pensar que a dor iria ficar ali para sempre. Então eu parei de tentar me proteger demais - disse na época. - Estou aprendendo a lidar com isso e tem sido duro.
Valeu a pena para a goleira, que voltou a defender a seleção e agora pode ter a chance de finalmente ganhar o título para o seu pai. Para isso, no entanto, será preciso primeiro passar pela França na quarta-feira.

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