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10/05/2010
Fio dental, memória e câncer
Gastar tempo e esforço no uso de fio dental pode ser um sábio investimento – não apenas para reduzir os riscos de doença gengival, doença cardíaca e derrame – mas também para proteger contra a perda de memória e câncer de cabeça e pescoço.
Pesquisadores da Faculdade de Odontologia de West Virginia estão estudando a ligação entre doença gengival e perda de memória.
Num estudo em andamento com pacientes com idades a partir de 60 anos, cientistas compararam os exames de saúde bucal dos participantes, seu desempenho num teste de memória e o exame sanguineo que mede o nível de inflamação para ver se a doença gengival está associada com a perda de memória. Homens e mulheres idosos que tiveram a menor pontuação no teste de memória – refletindo sintomas iniciais da doença de Alzheimer – apresentaram a maior associação com as bactérias causadoras de doença gengival.
"Isso pode ter grandes implicações na saúde das populações que estão envelhecendo", diz dr. Richard Crout, especialista em doença gengival e diretor associado de pesquisa da faculdade de odontologia. "Com as taxas de Alzheimer disparando, imagine os benefícios de se saber que manter a boca livre de infecção poderia diminuir os casos de demência".
Dr. Crout também teoriza que, no futuro, dentistas possam ser capazes de aplicar testes de memória nos pacientes mais idosos. Isso não apenas ajudaria a identificar pessoas com problemas de memória, mas também poderia ser capaz de mostrar aos dentistas se seus pacientes com higiene bucal e cuidados pessoais deficientes escolhem não seguir as instruções do dentista ou se a falta de escovação e fio dental deve-se à falta de memória.
Para examinar uma possível associação entre cânceres de cabeça e pescoço e doença gengival crônica, pesquisadores em Nova York examinaram 473 pacientes – 226 diagnosticados com carcinoma de célula escamosa de cabeça e pescoço e 206 pacientes de controle. A doença periodontal dos pacientes foi medida pela perda de osso alveolar (de mandíbula ou maxila) detectada em raios-X panorâmicos.
Cada milímetro de perda óssea nos pacientes estudados foi associado com risco aumentado de câncer de cabeça e pescoço. Embora alguns dos pacientes com câncer não tivessem usado tabaco ou álcool, o tabagismo e a doença periodontal aumentaram a associação dos pacientes com câncer de cabeça e pescoço.
Os benefícios da escovação e do uso de fio dental regularmente vão além de uma boca saudável. Para dicas e tutoriais sobre uso de fio dental, visite ADA.org e clique na guia de fio dental.
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São Paulo, quarta-feira, 29 de junho de 2011 Material derivado do cimento é usado em canal dentário
JULIANA COISSI
DE RIBEIRÃO PRETO
Um produto derivado do cimento usado na construção civil mostrou-se eficiente em área bem mais delicada: o tratamento de canal dentário.
Os resultados iniciais mostram que ele é mais resistente, mais barato, causa menos inflamação e mancha menos o dente do que o produto disponível no mercado.
A pesquisa, coordenada pela USP de Ribeirão Preto, foi publicada na revista "Journal of Endodontics".
Os pesquisadores testaram o EndoBinder, material desenvolvido e patenteado pela UFSCar (Universidade Federal de São Carlos), que já mostrou potencial como adesivo para ossos fraturados.
O produto, que está licenciado para uma empresa privada, ainda aguarda aval da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) para estar no mercado.
No primeiro teste, as amostras foram submetidas a compressão. Depois, o produto e o similar foram aplicados no dorso de ratos, região com tecidos semelhantes aos dos nervos dos dentes humanos.
"Constatamos que o EndoBinder produziu menos inflamação", disse a professora Fernanda de Carvalho Panzeri Pires de Souza, coordenadora da pesquisa.
O produto foi aplicado também em dentes de porcos, cujo efeito ainda está sendo analisado, para então ser utilizado em pacientes.
Há também o aspecto estético. Os dois materiais foram aplicados no interior de dentes bovinos, utilizados em estudos pela semelhança com o de humanos. O produto comercial deixou mais manchas acinzentadas do que o material testado no estudo.
A diferença também se vê no bolso: um grama do selante comercial é vendido por R$ 250. O novo produto pode custar até 50% menos.
Segundo Victor Pandolfelli, um dos inventores do EndoBinder, o produto tem princípio ativo similar ao do cimento convencional, mas grau de pureza compatível com o organismo.
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