sexta-feira, 26 de agosto de 2011

Insegurança na Petrobras matou 300 trabalhadores nos últimos 16 anos

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26 de agosto de 2011 
 

Insegurança na Petrobras matou 300 trabalhadores nos últimos 16 anos

Petroleiros atendem ao chamado da FUP e exigem um basta à insegurança na Petrobrás
da FUP

Nesta quinta-feira, 25, mais uma vez, os petroleiros se mobilizaram em memória dos companheiros mortos em acidentes de trabalho no Sistema Petrobrás. De norte a sul do país, a categoria exigiu um basta à insegurança crônica que mata e mutila trabalhadores, principalmente os terceirizados. Somente em agosto, foram oito mortes por acidentes de trabalho na empresa. Todas com trabalhadores terceirizados. Desde o início do ano, já chega a 11 o número de vítimas da insegurança na Petrobrás, que já matou 300 petroleiros nos últimos 16 anos, dos quais 243 eram tercerizados.
As mobilizações por segurança na Petrobrás começaram na segunda-feira, 22, com uma greve na Bacia de Campos, onde os trabalhadores de 12 plataformas protestaram contra o trágico acidente aéreo da última sexta-feira, 19, que vitimou quatro trabalhadores. Nesta quinta-feira, 25, o Dia Nacional de Luta indicado pela FUP foi marcado por paralisações, protestos e atrasos na entrada do expediente, na maior parte das bases operacionais e administrativas da empresa. Os petroleiros de São Paulo iniciaram às 5h da manhã de hoje uma parada de produção de 24h na Replan, que seguirá até o fim da madrugada desta sexta. Em Minas Gerais, os trabalhadores da Regap e da Termelétrica Aureliano Chaves também cortarão a rendição nos grupos de turno por 24h, a partir da meia noite de hoje.
Nos demais estados, os petroleiros realizaram atos e atrasos na entrada do expediente nas refinarias, áreas de E&P, terminais, unidades administrativas, entre outras bases da Petrobrás. Na Reduc, em Duque de Caxias, o Sindipetro distribuiu galhos de arruda para os trabalhadores se protegerem dos riscos diários a que são expostos. Em Pernambuco, um petroleiro protestou com ataduras e esparadrapos no corpo, em frente ao prédio administrativo da Petrobrás, em Recife, colocando em xeque as práticas das gerências de subnotificarem acidentes com afastamento, obrigando os trabalhadores a permanecerem em suas unidades acidentados.
Na Argentina, refinaria da Petrobrás pode ser interditada por falta de segurança
O governo da Província de Buenos Aires intimou a Petrobrás a apresentar até amanhã, 26,  um plano de segurança para a refinaria Ricardo Eliçabe, em Bahía Blanca, onde um trabalhador morreu no último dia 10, durante uma explosão que feriu outro petroleiro. Na semana seguinte ao acidente, um outro incêndio assustou os trabalhadores da refinaria, mas foi controlado a tempo e não houve feridos.
“Devido aos reiterados incidentes na refinaria da Petrobras na cidade de Bahía Blanca, a empresa está intimada a cessar as atividades se, em um prazo de 72 horas, não apresentar e colocar em prática um plano que contemple as ações necessárias para garantir as condições de segurança. O plano deve contemplar as medidas necessárias para garantir o bom funcionamento no que diz respeito à infraestrutura e às condições de trabalho do lugar, e deve-se realizar uma avaliação externa para proteger a integridade e a saúde de seus trabalhadores, da comunidade e do meio ambiente”, informaram os órgãos ambientais de Buenos Aires, em nota divulgada pelo governo.
Acompanhe o Dia Nacional de Luta por Segurança no Sistema Petrobrás
AM – Na Reman, os trabalhadores de turno e do setor administrativo atrasaram em 45 minutos a entrada do expediente. O movimento teve apoio dos metalúrgicos do Amazonas, dos trabalhadores da construção civil e das centrais sindicais, CUT e CTB.
CE – Os trabalhadores das unidades da Petrobrás e da Transpetro realizaram em todos os setores cinco minutos de silêncio, em homenagem aos companheiros mortos e em protesto contra a insegurança que tem tornado os acidentes de trabalho uma rotina na empresa. Na Transpetro, em Maracanaú, os trabalhadores realizaram atrasos de meia hora na entrada do expediente e suspenderam a emissão de PTs na unidade de gás.
PE/PB – Em Pernambuco, a mobilização começou na sede administrativa da Petrobrás, em Recife, com atrasos de 1h30 na entrada do expediente. A mobilização teve adesão de trabalhadores próprios e terceirizados, que durante o ato, assistiram a simulação de um petroleiro acidentado.
BA – Os petroleiros da Bahia realizaram um ato ecumênico em homenagem aos cinco trabalhadores mortos na última semana. A manifestação aconteceu no Trevo da Resistência, próximo a RLAM. No terminal de Taquipe, os trabalhadores atrasaram a entrada do expediente. Nesta sexta-feira, 26, as mobilizações continuam no Conjunto Pituba.
ES –
Nas bases do Espírito Santo, houve duas mobilizações. No aeroporto de Vitória, onde os petroleiros embarcam para as plataformas P-34 e P-57, o Sindipetro-ES realizou um ato, explicando aos trabalhadores a gravidade do atual caos aéreo existente no Sistema Petrobrás. A outra manifestação aconteceu no campo de produção terrestre, Fazenda Alegre, situado no norte do Espírito Santo. Cerca de 400 trabalhadores próprios e terceirizados atrasaram em 2h a entrada do expediente.
Duque de Caxias – Os trabalhadores de turno e do setor administrativo da REDUC atrasaram em 2h a entrada do expediente na refinaria. O Sindipetro-Caxias realizou um ato durante toda a manhã, enfatizando a urgência na mudança do sistema de saúde e segurança da empresa, distribuindo galhos de arruda para os trabalhadores.
NF – No Norte Fluminense, as paralisações foram realizadas na segunda-feira, 22. Os trabalhadores realizaram uma greve em 12 plataformas da Bacia de Campos, em protesto contra o trágico acidente com o helicóptero da empresa Senior, que vitimou quatro trabalhadores, na última sexta-feira, 19. Hoje, o sindicato esteve presente no aeroporto de Macaé, para, mais uma vez, prestar homenagem, não só aos companheiros mortos na Bacia de Campos, mas a todos os trabalhadores que perderam suas vidas por causa dos acidentes fatais no Sistema Petrobrás.
MG – Os trabalhadores da Regap e da Termelétrica Aureliano Chaves iniciarão à meia noite de hoje uma paralisação, com cortes na rendição dos turnos.
Unificado-SP – Em São Paulo, além da paralisação de 24h na Replan, os trabalhadores próprios e terceirizados do Terminal de Guararema também aderiram às mobilizações, realizando atrasos de 3h na entrada do expediente.
PR/SC – Os trabalhadores do Paraná e Santa Catarina também aderiram às mobilizações, com atrasos de uma hora na entrada do expediente da Repar. Durante todo o dia acontece a Operação Segura, uma estratégia que consiste no rígido respeito aos procedimentos de segurança. A mobilização está tendo a participação de trabalhadores próprios e terceirizados. Em São Mateus do Sul, os petroleiros da Usina do Xisto (SIX) também atrasaram de uma hora no expediente. Os trabalhadores adotaram o regime de PT única, ou seja, apenas uma liberação de Permissão de Trabalho por funcionário.
RS – Devido às fortes chuvas desta quinta-feira no Rio Grande do Sul, o Sindipetro adiou para a próxima quarta-feira, 31, a manifestação por segurança que será realizada na Refap e demais unidades do Sistema Petrobrás.

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