27/7/2011
Crush-Cajuína é a Porra!
Por Joca Oeiras Tirem as mãos da Cajuína!
Caju e guaraná. Esse é o sabor do refrigerante que a Coca-Cola está lançando no Ceará. A escolha é cultural. O caju, utilizado como ingrediente da culinária nordestina, já é o principal produto de exportação do estado nordestino. Mas o nome da bebida é em inglês mesmo: o refrigerante foi batizada de Crush Cajuína. Neste primeiro momento, será vendido na região do Cariri. A escolha do sabor do refrigerante, que leva na composição suco de caju, é fruto de análises de mercado e pesquisas realizadas com o público local, diz a empresa. O Crush Cajuína chega nas embalagens de 600 ml e dois litros.”
Senhores:
Assim mesmo, desse jeito. Sem nenhum prurido ou maior cuidado a Coca Cola está lançando um refrigerante à base de caju e guaraná e chamando-o de Crush Cajuína.
Diz a Wikipédia: Cajuína - é uma bebida típica do nordeste brasileiro, sem álcool, clarificada e esterilizada, preparada a partir do suco de caju, no interior da embalagem, apresentando uma cor amarelo-âmbar resultante da caramelização dos açúcares naturais do suco. Preparada de maneira artesanal, é muito comum nos estados do Ceará e Piauí. Diz mais: A Cajuína, adotada como símbolo cultural da cidade de Teresina, é considerada Patrimônio Cultural do Estado do Piauí.
Eu pergunto: já é “considerada Patrimônio Cultural do Estado do Piauí”? ou trata-se, apenas de um processo inconcluso? Seja como for, não vejo como se possa aceitar que as autoridades dirigentes deste Estado permaneçam inertes diante desta usurpação do nome de um produto que o piauiense considera como patrimonio cultural desta Terra Querida.
Acho que, de imediato, devem ser tomadas medidas judiciais liminares para impedir a veiculação do nome Crush Cajuína, seja em propagandas seja em embalagens do produto.
ESTÁ MAIS QUE NA HORA DE AGIR!
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http://www.advivo.com.br/blog/27/08/2011
Coca Cola descobre a cajuína
Por Joca EirasNo dia 22 de julho de 2011 a Coca-Cola Norsa, empresa fabricante dos produtos com a bandeira da Coca Cola no nordeste brasileiro anunciou o lançamento de um novo refrigerante à base de suco de caju e guaraná por ele denominada Crush Cajuína, ignorando o fato de a cajuína ser um produto artesanal descrito como "uma bebida típica do nordeste brasileiro, sem álcool, clarificada e esterilizada, preparada a partir do suco de caju, no interior da embalagem, apresentando uma cor amarelo-âmbar resultante da caramelização dos açúcares naturais do suco. Preparada de maneira artesanal, é muito comum nos estados do Cearáe Piauí' (wikipédia).
A atitude da Norsa de apossar-se do nome da tradicional bebida para utilizá-lo na propaganda da nova beberagem, que pode ser tudo, inclusive deliciosa (ainda não experimentei) mas não é cajuína me fez reagir denunciando em um e-mail enviado a dezenas de jornalistas e autoridades responsáveis pela defesa do nosso patrimonio cultural material ou imaterial piauiense o que, desde o início, considerei "propaganda enganosa". Com o volume da minha campanha amplificado por outras importantes vozes, como os respetadíssimos professores Cineas Santos e Antonio Fonseca Neto e um artigo denominado "Crush-cajuína é a porra" que postei, no dia 27 de julho de 2011, no site overmundo tiveram o condão de provocar, por parte da Coca-Cola a seguinte
“Nota de Posicionamento – Crush
A Norsa, fabricante de bebidas nos Estados do Ceará, Piauí, Bahia e Rio Grande do Norte, entende que a Cajuína é um produto tradicional e admirado em alguns estados do Nordeste. A Norsa esclarece ainda que em nenhum momento ela ou a Coca-Cola tentou ou obteve “patente” sobre o termo cajuína, além de não ter intenção de registrar a marca em seu nome. A confusão pode ter surgido após o lançamento do refrigerante Crush no sabor guaraná e cajuína. O uso da palavra cajuína na designação de sabor é absolutamente livre, não fazendo parte da marca ou de seu registro, no caso de Crush.
Assessoria de Imprensa da Norsa.”
Embora reconhecendo que "Cajuína é um produto tradicional e admirado em alguns estados do Nordeste" a empresa entendia que "O uso da palavra cajuína na designação de sabor é absolutamente livre" (sic) isto é, que tinha, sim, legitimidade para dizer que o refri tinha "sabor de cajuína" ainda que não tivesse.
Contra esta postura eu me insurgi, enviando à multinacional uma carta-aberta em que expunha, basicamente, que " Sei que o nome 'Cajuína' é comercialmente forte, mas ele o é, justamente, por ter a bebida uma profunda identidade cultural. Admitir que a palavra Cajuína seja utilizada “livremente” para designar uma bebida industrial que não é cajuína (que, aliás, é fabricada artesanalmente) é o caminho mais rápido para banalizá-la, inclusive comercialmente."
Esta Carta-Aberta foi publicada no Jornal Meio-Norte ( Coluna do jornalista Efrém Ribeiro) e nesta altura a deputada estadual Flora Isabel já havia discursado na Assembléia Legislativa contra o Crush-Cajuína e proposto uma audiência pública. para discutir medidas cabíveis. No domingo, 07 de agosto de 2011 concedi uma entravista ao Jornal Meio-Norte que teve grande repercussão na mídia. O senador Wellington Dias anunciou que iria discursar no Senado e, enfim, a sociedade piauiense, no que tem de vibrante no seu seio, assumiu a batalha em defesa da nossa cajuína.
Percebendo as forças que se mobilizavam, a Coca-Cola Norsa, entrou em contato com o Senador Wellington Dias e assumiu a mais sensata das atitudes, recuando de sua intenção de dizer que o seu refrigerante tinha "sabor (de) cajuína". Esta intenção deve ser formalizada na próxima segunda-feira, dia 29 de agosto de 2011 em um ato em que o Senador deverá estar presente.
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