sexta-feira, 19 de agosto de 2011

Mão de obra escrava - Zara, Ecko, Gregory, Billabong, Brooksfield, Cobra d'Água e Tyrol

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São Paulo, sexta-feira, 19 de agosto de 2011


Mais seis marcas são ligadas a suspeita de trabalho irregular

COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Além da Zara, as marcas Ecko, Gregory, Billabong, Brooksfield, Cobra d'Água e Tyrol utilizavam os serviços da oficina flagrada com condições inadequadas de trabalho em Americana, no interior do Estado de São Paulo, de acordo com o Ministério Público do Trabalho.
Segundo a procuradora Fabíola Zani, 50% da produção da Rhodes Confecção era destinada à Zara, e os outros 50%, às demais grifes. "Por isso, chamamos primeiro a Zara para que readequasse sua posição." A operação foi realizada em maio. Procuradas pela Folha, as seis empresas não foram encontradas para comentar o assunto.
"Agora vamos começar a chamar essas outras empresas para que elas se comprometam a mudar essas atitudes", afirma a procuradora.
A SRTE/SP (Superintendência Regional do Trabalho e Emprego de São Paulo) aplicou 48 autos de infração trabalhistas à Zara por utilização de mão de obra em condições análogas à escravidão em duas oficinas de São Paulo, que, somados, podem atingir R$ 1 milhão.
A Zara reconheceu o trabalho irregular, mas, de acordo com a SRTE, recusou-se a fazer a anotação na carteira de trabalho de 16 funcionários encontrados em oficinas "quarteirizadas" da rede -ou seja, subcontratadas por uma empresa que presta serviços à Zara.
A rede espanhola também não aceitou pagar a multa de R$ 140 mil referente à rescisão dos contratos. A SRTE aceitou o pedido da Zara para que a AHA, que foi a terceirizada responsável pela contratação das oficinas clandestinas, quitasse essas multas.
A Inditex, controladora da Zara, afirmou que o caso representa uma grave infração a seu código de conduta para fabricantes e oficinas externas.
Nos fornecedores da grife, fiscais do Ministério do Trabalho encontraram bolivianos, peruanos, paraguaios e brasileiros em condições precárias de higiene.
Segundo o órgão, os funcionários eram orientados a deixar o local de trabalho apenas mediante autorização e em casos urgentes.
(FELIPE VANINI BRUNING)

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