sexta-feira, 19 de agosto de 2011

"De Saint-Exupéry a Zeperri"

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São Paulo, sexta-feira, 19 de agosto de 2011

Filme conta vinda de Saint-Exupéry ao Brasil como piloto

LÚCIA VALENTIM RODRIGUES
DE SÃO PAULO

Autor de "O Pequeno Príncipe" (1943), o francês Antoine Saint-Exupéry tinha o nome difícil de pronunciar. Ao menos assim pensavam os pescadores de Santa Catarina, região por onde o escritor e também piloto de avião passou no final dos anos 20. Resultado: virou Zeperri.
Assim são os relatos coletados por Mônica Cristina Corrêa em "De Saint-Exupéry a Zeperri", documentário que a Sala Cinemateca exibe em sessão especial hoje.
Com 50 minutos, foi feito com R$ 160 mil, captados via Lei Rouanet, e reúne depoimentos da família, especialistas e descendentes de gente que o conheceu no Brasil.
O projeto nasceu por acaso. Com problema na reserva do hotel nas férias, a tradutora e doutora em literatura pela USP teve de ser realojada numa tal pousada Zeperri.

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Foi descobrir que o nome era uma homenagem ao autor do livro. "Cada um que eu entrevistava me mostrava um caminho. Acabei montando um quebra-cabeças."
Já no início, aborda a morte do piloto, em 1944, aos 44, durante um voo de reconhecimento pelo Mediterrâneo.
A pesquisadora aliou as entrevistas com moradores locais e descendentes de Saint-Exupéry a documentos que comprovassem esse material. Pouca coisa encontrou no Brasil, mas na França pôde documentar o que ouvia.
"Já que Saint-Exupéry não tinha uma rota obrigatória aqui, existem só fatos aleatórios de uma escala remota. Daí a escassez de documentos", diz ela. "Santa Catarina era muito isolada em 1929."
Por isso foram importantes relatos de gente simples como o da primeira mulher que trabalhou nos Correios catarinenses, hoje aos 98, que ainda se lembrava do autor. "Ela foi um achado."
A força do filme está nesses relatos, mas Mônica conta ter sido muito criticada por isso: "Achavam que era tudo história de pescador, lembranças embelezadas. Tive de mostrar que eu estava embasada por outras fontes".
Na França, os herdeiros dele confirmaram a passagem pela ilha, aprovaram o filme e indicaram um trecho do livro "Voo Noturno" (1931) que menciona Florianópolis.

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Agora, o filme vai virar livro, dentro de um projeto mais ambicioso: reformar a casa que os pilotos franceses frequentavam no Campeche, ao sul de Florianópolis, para abrigar o memorial do autor.
Há ainda uma proposta de transformar em patrimônio da humanidade a rota desses pilotos, incluindo o aeródromo do Campeche. Mônica trabalha com autoridades locais para convertê-lo em parque.

DE SAINT-EXUPÉRY A ZEPERRI
QUANDO hoje, às 20h30
ONDE Sala Cinemateca (largo Senador Raul Cardoso, 207, tel. 0/xx/11/3512-611 r. 215)
QUANTO R$ 8
CLASSIFICAÇÃO livre

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