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O juiz britânico Howard Riddle decidiu nesta quinta-feira que o fundador do site WikiLeaks, Julian Assange, pode ser extraditado para a Suécia para responder a acusações de ter cometido crimes sexuais.
"Devo ordenar que o senhor Assange seja extraditado à Suécia", afirmou o juiz em sua decisão.
Segundo Riddle, as alegações de estupro e molestação sexual feitas por duas mulheres são ofensas passíveis de extradição e que o mandato sueco contra Assange foi emitido corretamente.
Os advogados do australiano já afirmaram que irão apelas da decisão, para o que terão uma semana para apelar da decisão desta quarta-feira. O próprio Riddle já havia admitido que, independente de qual fosse sua decisão, um recurso à ela seria "inevitável".
Stefan Wermuth/Reuters
O fundador do WikiLeaks, Julian Assange, chega ao tribunal Belmarsh Magistrates em Londres nesta quinta-feira
Assange, um especialista em computação de 39 anos, foi acusado de agressão sexual por duas mulheres suecas com as quais manteve relações sexuais durante uma estadia em Estocolmo no mês de agosto do ano passado. As duas mulheres o acusam, entre outras coisas, de havê-las forçado a manter relações sexuais sem preservativo --o que é considerado crime na Suécia.
Ele afirma que as relações foram consensuais e acusa a Suécia de manter interesses políticos no processo, querendo desmerecer o trabalho do WikiLeaks. Ele está atualmente em liberdade assistida, após pagar fiança. Desde então, vive na mansão de um amigo em Ellingham Hall, 200 km ao leste de Londres.
A defesa de Assange alegou que ele não teria um julgamento justo na Suécia, pois casos de estupro geralmente são julgados em sessões fechadas. Eles argumentaram ainda que existe um risco de que, se ele for extraditado à Suécia, os EUA peçam sua extradição e o enviem à Guantánamo, a prisão americana para suspeitos de terrorismo, localizada em Cuba.
Os EUA investigam se o site de Assange pode ser considerado responsável pelo vazamento de informação secreta, incluindo milhares de telegramas diplomáticos do Departamento de Estado americano divulgados recentemente.
A acusação diz que não há provas de que ele corra risco de ser extraditado aos EUA e que ele deve ir à Suécia para não conseguir fugir dos interrogatórios. Os advogados que representam a Suécia argumentam que autoridades fizeram repetidas tentativas de ouvir Assange quando ele estava na Escandinávia, mas sem sucesso.
Alguns apoiadores do WikiLeaks e de Assange se reuniram na porta do tribunal horas antes do início da audiência, mostrando cartazes e cantando "Libertem Julian Assange e Bradley Manning", o jovem soldado americano suspeito de passar os documentos para o fundador do site.
Matt Dunham/AP
Partidários do fundador do WikiLeaks, Julian Assange, mostram cartazes que pedem sua libertação em Londres
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