sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

Zé Trindade

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Zé Trindade

Humorista e poeta. Milton da Silva Bittencourt nasceu em Salvador no dia 18 de abril de 1915. Sua infância não foi das melhores. O pai, um boêmio deserdado por abastada família porque casara com uma moça pobre de apenas 13 anos, morreu cedo, vítima de tuberculose. Sozinha, Esther, quase uma menina, passou grandes dificuldades para sustentar o filho. Nessa época o garoto Milton passou fome em Salvador. Foi quando arranjou emprego no melhor hotel da cidade. Começou a trabalhar aos 11 anos de idade como office-boy e ascensorista de um hotel em Salvador. Com 13 anos, já frequentava cabarés e tinha amantes. No hotel, contando piadas, fazendo trovas num grupo em que pontificavam Dorival Caymmi e Jorge Amado, o baiano Milton da Silva Bittencourt acabou ganhando um programa de rádio e tendo de trocar de nome para não chocar os conservadores da família com seu humor.
No Rio de Janeiro atuou nas rádios Clube do Brasil, Mayrink Veiga e Nacional. Durante quinze anos seguidos, a Rádio Mayrink Veiga, celeiro dos grandes nomes do humorismo brasileiro, concedeu-lhe o prêmio de Melhor Cômico. No rádio ele criou bordões como “Com licença da má palavra”, “É lamentável”, “O negócio é experimentar” que eram repetidos nas ruas. Ele inventava expressões que logo passava a fazer parte do vocabulário nacional. Uma delas virou título de um de seus filmes: Mulheres, Cheguei. Ele viveu a fase áurea da Rádio Mayrink Veiga nos programas humorísticos Vai de Valsa, A Cidade se Diverte, Este Norte é de Morte e Alegria de Rua, entre outros, programas com ‘scripts’ de Chico Anísio, Haroldo de Andrade e Antônio Maria. Nos anos 80 ele continuava a gravar quadros para o programa A Impecável Maré Mansa, com que a Rádio Tupi carioca atendia a sua assídua platéia de nordestinos. O comediante Zé Trindade ficou famoso com o bordão “Meu negócio é mulher”, que sempre dizia em tom enfático. Ele criou o homem mulherengo e paquerador, a imagem profissional de bom malandro que a cada filme ia ganhando beijos das mais lindas mulheres do elenco.

Zé fez sucesso nos anos 50 e 60, quando interpretou tipos cômicos e mulherengos em 35 filmes, na maioria produzidos pela Atlântida e pela Herbert Richers. No cinema, sete entre dez chanchadas produzidas por Herbert Richers ou pela Atlântida levavam seu nome no elenco. Na televisão, integrou os elencos da Tupi e da Globo, participando durante oito anos do programa Balança mas Não Cai. Zé Trindade faleceu no Rio de Janeiro no dia 03 maio de 1990, aos 75 anos, vítima de câncer nos pulmões. Foi enterrado no Cemitério São João Batista, em Botafogo, Rio de Janeiro.

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