sexta-feira, 17 de junho de 2011

Presos médicos suspeitos de fazer "plantão fantasma"

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São Paulo, sexta-feira, 17 de junho de 2011


Presos médicos suspeitos de fazer "plantão fantasma"

AFONSO BENITES
ENVIADO ESPECIAL A SOROCABA

A Secretaria de Estado da Saúde decretou ontem a intervenção no CHS (Conjunto Hospitalar de Sorocaba), depois que médicos, um ex-diretor e o atual foram presos sob a suspeita de participarem de esquema que fraudava plantões.
Uma operação do Ministério Público e da Polícia Civil prendeu 12 pessoas suspeitas de desviarem recursos públicos da área de saúde e fraudarem licitações.
Entre os detidos ontem, estão médicos suspeitos de receber por plantões que jamais fizeram nesse hospital em Sorocaba.
Conforme a investigação, em vez de darem plantão no CHS, os profissionais trabalhavam em outros dez hospitais de São Paulo e Itapevi.
Os médicos são suspeitos de receber cerca de R$ 15 mil por mês sem trabalhar.
Segundo a Promotoria, o esquema existia desde 2008 e o desvio em três anos chega a R$ 1,8 milhão.
De acordo com o Ministério Público, o esquema prejudicou cerca de 300 mil pessoas - pacientes que deixaram de ser atendidos devido à ausência de plantonistas.
As investigações também apuram a existência de funcionários fantasmas na instituição e a prática de falsificações e estelionato.

ESQUEMA
O ex-diretor do CHS, Ricardo José Salim, e o atual, Heitor Consani, são apontados pelos investigadores como os responsáveis por coordenar o esquema de desvio de verbas públicas.
Os outros presos são enfermeiros e dentistas que também são investigados sob a suspeita de fazerem parte do esquema, além de um empresário suspeito de participar de fraude em uma licitação na área de informática.
A dentista Tania Maris de Paiva é considerada foragida da polícia.
Ontem, depois de prestarem depoimento, os médicos Kléber Castilho e Antonio Carlos Nasi foram liberados, porque, segundo a Promotoria, eles esclareceram as dúvidas sobre a suposta participação nas fraudes.
Todos os outros suspeitos, incluindo os supostos líderes do esquema investigado, continuavam presos até a conclusão desta edição.
São eles: Célia Chaib Arbage Romani, Marcia Regina Leite Ramos, Tânia Aparecida Lopes, Tarley Eloy Pessoa De Barros, Maria Helena Pires Alberici, Vera Regina Boendia Machado Salim, Edson Brito Aleixo e Edson da Silva Leite.



OUTRO LADO

Acusados negam participação em esquema

ENVIADO A SOROCABA

Os advogados dos presos que estiveram na delegacia do Grupo Antissequestro de Sorocaba reclamaram que não tiveram acesso ao inquérito que investiga a suposta participação de seus clientes no esquema de fraude.
Em seus depoimentos à polícia e ao Ministério Público, todos negaram participar do esquema de desvio de recursos públicos no Complexo Hospitalar de Sorocaba.
Ontem, a Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo divulgou nota dizendo que um interventor para o hospital será nomeado nos próximos dias. A unidade atende pacientes de 48 cidades.
A secretaria também anunciou que o atual diretor da unidade foi afastado e que instaurou processo administrativo para averiguar caso.

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