segunda-feira, 13 de junho de 2011

Obama quer um BNDES nos EUA

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Segunda-Feira, 13 de Junho de 2011

ORTODOXIA TREME : OBAMA QUER UM BANCO  ESTATAL  COMO O BNDES
 

Diante de uma crise que não cede, mesmo depois de o governo despejar US$ 1,3 trilhão no metabolismo dos mercados, retidos, em boa parte, nos cofres da banca privada - que prefere investir em títulos públicos ou especular nas bolsas de commodities a financiar a demanda e o  investimento - o presidente Barack Obama cogita agora criar um banco de desenvolvimento estatal, semelhante ao BNDES brasileiro. A intenção é ter uma ferramenta contracíclica , induzindo investimentos em infraesterutura para injetar algum oxigênio à atividade econômica.

A crise e sua longa convalescência evidenciaram o custo elevado do desmonte do aparato público promovido por três décadas de neoliberalismo nos EUA, iniciado com Reagan, em 1981, passando por Clinton nos anos 90 até o seu esfarelamento completo com Bush. Em 2007/2008, quando os mercados entraram em parafuso com a crise das sub-primes, o governo não dispunha de mecanismos para se contrapor à lógica pró-cíclica, sobretudo das finanças, que agem como manada, exacerbando períodos de alta e agravando as dinâmicas recessivas.
A reação de Obama , algo tardia, mas sobretudo amesquinhada pela resistência republicana que deseja impor limite acanhados à instituição - no ano passado, por exemplo,  o BNDES concedeu US$ 96,32 bilhões em empréstimos, 3 vezes mais que o BID  controlado pelos EUA, com US$ 28,8 bi - traz importantes lições ao Brasil. Um dos maiores acertos do governo Lula foi ter preservado e expandido o fôlego do sistema financeiro público que permitiu ao país resistir e reverter a espiral recessiva  e voltar a crescer. Entre 2008 e 2010, quando a banca privada deixou o país na mão criando uma crise de crédito, o BNDES  aumentou sua fatia no financiamento produtivo  de 9,4% para 22,5%.  O dispositivo midiático demotucano fez fogo e criticou as tendências estatizantes do empréstimo público subsidiado ( a taxa de juro do BNDES é de 6% contra Selic de 12,25%).
A intenção de Obama agora  reafirma a relevancia desse ferramental num mundo onde nações se tornam reféns da incerteza financeira, que imobiliza governos e partidos desprovidos de instrumentos para enfrentá-la.  Os textos inéditos de Luiz Gonzaga Belluzzo publicados nesta sítio  explicam a natureza centralizadora do sistema financeiro no capitalismo. Seu poder estrutural de 'coordenar' a economia não pode ficar subordinado à lógica privada.

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Vejam abaixo. Dinheiro para bombardear outros países eles alocam.
Agora, para cuidar dos que foram lançados nas ruas da amargura pelas farras de Wall Street...


Ivan

São Paulo, sábado, 11 de junho de 2011


EUA gastam US$ 2 milhões por dia com operação anti-Gaddafi

ONU calcula em 15 mil os mortos desde o início dos conflitos

DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

A intervenção militar americana na Líbia está custando US$ 2 milhões (R$ 3,18 milhões) por dia aos EUA.
O valor está muito acima do inicialmente estimado pelo Pentágono para a operação militar. A informação foi divulgada pelo jornal londrino "Financial Times".
Robert Gates, secretário de Defesa americano, afirmou no mês passado que o Pentágono esperava gastar em torno de US$ 750 milhões (R$ 1,2 bilhão) no total.
Porém, segundo memorando do órgão datado de meados de maio (que incluía atualizações detalhadas da operação), a intervenção dos EUA na Líbia já custara US$ 664 milhões (ou cerca de R$ 1 bilhão).
O documento, intitulado "Contribuição Americana para a Operação Unificada de Proteção", tem circulado pelo Congresso, mas o departamento não comenta sobre o aumento nos gastos.
Se os custos continuarem crescendo nessa proporção até o fim do período de ação autorizado pela Otan (aliança militar ocidental) - ou seja, até agosto -, o Departamento de Defesa americano terá uma conta extra de US$ 274 milhões a pagar por operações militares.
Segundo a ONU, o número de mortos na Líbia já chega a 15 mil, entre rebeldes e soldados do governo.
A Turquia ofereceu garantias para que o ditador aceite renunciar. "Gaddafi não tem outra opção a não ser deixar a Líbia", afirmou ontem o primeiro-ministro turco, Recep Tayyip Erdogan. "Nós o ajudaremos a ir aonde ele quiser", disse.

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OBAMA, O EFÊMERO?
 
Pouco mais de um mês após a execução de Bin Laden, quando  a aprovação de  Barack Obama bateu o recorde de 56% nos EUA, a forma como o presidente democrata enfrenta a crise econômica recuou ao seu piso mais baixo: 49% por cento dos norte-americanos desaprovam seu desempenho. Pior: 45% afirmam confiar mais nos republicanos para gerenciar a economia, alta de 11 pontos em relação a março.  Obama ainda lidera a corrida presidencial, mas a disputa é cada vez mais  acirrada com Mitt Romney, principal candidato republicano, que lançou sua campanha há apenas uma semana, quando a taxa de desemprego nos EUA rompeu a marca dos 9% - o nível mais elevado na convalescença de uma crise nos últimos 30 anos.
Esboça-se nos EUA a mesma maldição que esfarela o centro político na Europa: ao adotar os pressupostos do neoliberalismo para equacionar uma crise originada justamente da supremacia das finanças desreguladas na sociedade, socialistas, democratas e governos acanhados, de um modo geral, correm o risco de se confundir com detritos inúteis,  normalmente  despejados na lata de lixo da história.

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