terça-feira, 14 de junho de 2011

Grécia tem pior nota de risco do mundo

Não nos esqueçamos que estas agências são as mesmas que, às vésperas da crise das subprimes nos EUA explodir, classificavam a economia norte-americana como em estado de impecabilidade.

Suas classificações, antes de atenderem crittérios técnicos, atendem a critérios políticos. São mais um dos inúmeros instrumentos de submissão que as grandes potências se utilizam e suas classificações visam EXCLUSIVAMENTE servir aos interesses de Mr. Market.




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São Paulo, terça-feira, 14 de junho de 2011

Grécia tem pior nota de risco do mundo
DO "FINANCIAL TIMES"

A classificação de risco de crédito da Grécia foi rebaixada ontem para perto da moratória, o que reforçou temores sobre a crise da dívida na zona do euro.
A S&P (Standard & Poor's) reduziu a classificação de crédito soberano de longo prazo da Grécia em três níveis, para "CCC", um sinal de que a agência de classificação acha que será obrigada a reduzir Atenas ainda mais.
Na medida em que é provável que credores privados estejam envolvidos no próximo pacote de resgate do país, a classificação grega deve ser levada para a de moratória, ou "D" de "default".
Com isso, a Grécia tornou-se o país com classificação de crédito mais baixa do mundo, abaixo do Equador, Jamaica e Paquistão.
"A nosso ver, é cada vez mais provável que a Grécia reestruture sua dívida de tal maneira que, sob as condições de qualquer pacote de financiamento adicional fornecido pelos credores oficiais do país, resultaria em uma moratória, segundo nossos critérios", disse a agência.

NEGOCIAÇÕES
Ministros de finanças da zona do euro devem se reunir hoje para tentar chegar a um acordo sobre o segundo pacote de resgate à Grécia.
O principal motivo de divergência é se o país deve ou não reestruturar a sua dívida, uma exigência do governo da Alemanha, mas que é rechaçada sobretudo pelo BCE (Banco Central Europeu).
O primeiro pacote de socorro financeiro à Grécia foi fechado em maio do ano passado, no valor de € 110 bilhões (R$ 250,8 bilhões), o mais alto da região.
Com a notícia do rebaixamento pela S&P, os juros da dívida grega com vencimento em dez anos passaram de 17% pela segunda vez este ano, antes de fechar em 16,97% ao ano.
A S&P colocou Atenas apenas quatro posições acima da nota dada a países que declaram moratória. A redução da classificação da Grécia se deu no momento em que o EFSF (fundo de resgates temporário da zona do euro), o instrumento europeu de estabilidade financeira, está prestes a lançar sua segunda emissão de títulos de dívida deste ano, possivelmente hoje ou amanhã.
A expectativa é de demanda forte por parte de investidores, fato que é visto por alguns como sinal de confiança na Europa como um todo.
A despeito das preocupações sobre os termos de um segundo pacote de resgate à Grécia e da alta dos custos dos empréstimos concedidos a países ditos "periféricos", os fundos de investimentos e bancos centrais da Europa, Ásia e, possivelmente, alguns fundos dos EUA, devem fazer ofertas por esses títulos.

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