Justificando, 21 de novembro
de 2016
Escolha entre traficante em estado grave e policial levemente ferido é falso dilema, mas de resposta fácil
Por
Wagner Francesco, teólogo
“Quem salvar primeiro? Traficante em estado grave ou policial levemente
ferido?”
Essa foi a pergunta que inundou a timeline do meu Facebook. E para a minha surpresa, a maioria optaria
pelo policial e deixaria “o traficando se fu…. pra lá”. Para a minha
surpresa, porque a maioria da galera que
inunda a minha timeline é composta por cristãos.
Por incrível que pareça, esse
dilema é muito fácil de resolver. Eu nem diria, na verdade, que é um dilema.
Simples, em duas
questões:
Primeiro: salvaria quem estivesse gravemente ferido: fazer o bem sem olhar a quem. Ou como dizia Jesus: Porque
se amardes os que vos amam, que recompensa tendes? Não fazem os publicanos
igualmente assim? (Mateus 5:46).
Segundo: qual a lógica de escolher o policial e deixar
o traficante morrendo? Como saber se o
traficante é realmente traficante ou se o policial não é mais um envolvido na
milícia e que lucra com o tráfico de drogas?
E eu vi pessoas da área da saúde,
médicos, enfermeiros e tal, dizendo que salvaria o policial levemente ferido.
Um absurdo! Existe, claramente, um dever legal desses profissionais da saúde de
defenderem a saúde de qualquer um, sem preconceito ou ideologia.
Existe, aliás, um parâmetro para
definir quem ajudar primeiro: Emergência >
Urgência. Um policial
levemente ferido ou um traficante gravemente ferido? A emergência é atender o
traficante. Dizemos isso porque somos comunistas e odiamos policiais? Claro que
não! Parem com isso! É porque uma pessoa
gravemente ferida é caso de emergência em comparação a alguém levemente ferido.
Como eu disse, é simples demais.
Deveríamos optar pelo policial gravemente ferido e não pelo traficante
levemente ferido. Ou pelo desconhecido gravemente ferido e não pelo conhecido
levemente ferido. É questão de bom senso
e inteligência.
Então a resposta correta ao
dilema é:
O mais sensato é
escolher o mais ferido. O mais inteligente é,
na hora de ajudar alguém, não fazer acepção de pessoa. O triste é que, num país que se diz cristão, a
gente precise ainda ensinar o óbvio! O
que vocês andam aprendendo na igreja?
Essa coisa de que
você deveria optar pelo menos ferido, porque é policial, e deixar o mais
ferido, porque é traficante, é parte da ideologia de uma galera que quer jogar
mais lenha na fogueira em um país onde policiais
e traficantes são vítimas do mesmo inimigo: o Estado Moderno, esse comitê
instituído para gerenciar os interesses da burguesia.
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