sexta-feira, 9 de setembro de 2011

Embaixada de Israel no Egito é invadida. Decretado estado de emergência

 Manifestante comemora invasão da embaixada de Israel no Cairo

09/09/2011 - 23h11

Embaixador de Israel deixa Egito; país está em estado de emergência

 
O embaixador de Israel no Egito deixou o país na madrugada deste sábado, pelo horário local (noite de sexta-feira em Brasília), depois que centenas de manifestantes invadiram o prédio onde fica a embaixada na capital, Cairo. O governo do Egito declarou estado de emergência. O estado de emergência foi declarado pelo ministro do Interior egípcio, de acordo com a TV estatal do país.
Segundo a agência de notícias estatal do Egito, o primeiro-ministro do país, Essam Sharaf, convocou um gabinete de emergência para discutir a situação. O embaixador deixou o Egito junto de sua família e dos funcionários da missão diplomática, em um avião militar israelense. Uma autoridade de segurança egípcia disse que os manifestantes invadiram um apartamento embaixo da embaixada, mas não entraram na sede da missão diplomática israelense propriamente dita.

Nesta sexta-feira, manifestantes destruíram um muro em torno do prédio onde fica a embaixada. Em seguida, cerca de 30 pessoas invadiram o local e jogaram documentos pelas janelas. A agência de notícias Reuters citou uma autoridade israelense em Jerusalém, dizendo que os documentos aparentemente eram "panfletos e formulários que eram mantidos no hall de entrada". A mídia estatal egípcia diz, no entanto, que alguns dos documentos eram identificados como confidenciais.


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A correspondente da BBC no Cairo Bethany Bell afirma ainda que alguns manifestantes atearam fogo a um veículo da polícia. A ocupação continuou durante a madrugada. A Reuters cita uma testemunha que viu policiais jogando bombas de gás lacrimogêneo e atirando para o alto a fim de afastar os manifestantes.

Um comunicado divulgado pelo gabinete do ministro de Defesa Israelense, Ehud Barak, afirma que ele falou com seu colega americano, Leon Panetta, "pedindo a proteção da embaixada contra os manifestantes". Já uma declaração emitida pela Casa Branca pede ao Egito que cumpra com as suas obrigações internacionais e proteja a embaixada.

O presidente americano, Barack Obama, conversou com o primeiro-ministro de Israel, Binyamin Netanyahu, dizendo que os EUA estavam tomando medidas para ajudar a resolver a situação sem mais violência, afirmou ainda o comunicado.

 

Policiais mortos

A embaixada era alvo de protestos desde a morte de cinco policiais egípcios, no dia 18 de agosto, em uma ação das forças israelenses. Autoridades egípcias dizem que os cinco foram mortos quando as forças de segurança de Israel perseguiram supostos militantes através da fronteira. No mesmo dia, atiradores haviam atacado ônibus civis israelenses perto do resort israelense de Eilat, localizado no Mar Vermelho, matando oito pessoas.

Centenas de egípcios protestaram em frente ao prédio da embaixada de Israel na noite seguinte, queimando uma bandeira do país e exigindo a expulsão do embaixador. Depois do incidente registrado no mês passado na fronteira, Cairo definiu a morte dos policiais como "inaceitável". Israel não admitiu responsabilidade no caso, mas lamentou as mortes. O ministro de Defesa de Israel disse ter ordenado um inquérito em conjunto com o Exército egípcio.

 

Tensão

Correspondentes consideram que o incidente marcou uma escalada nas tensões entre os dois países. O seu tratado de paz, que tem 30 anos, já estava sendo testado depois da saida de Hosni Mubarak da Presidência do Egito, após quase 30 anos no poder, no início deste ano.

Durante o regime de Mubarak, as relações entre os dois países se mantiveram estáveis, depois de uma história de conflitos. No entanto, a sua saída gerou temores entre autoridades israelenses de que um governo menos moderado possa chegar ao poder no Cairo.

Além disso, segundo a correspondente da BBC, o sentimento contrário a Israel tornou-se mais explícito entre a população do Egito desde a queda de Mubarak.
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O Globo.com, 08/09/2011

 
Mensagem

Em novo áudio, Kadafi nega fuga da Líbia; aliados do ditador abrem fogo em cidade cercada

 
O GloboCom agências internacionais

A mensagem de áudio foi transmitida emissora de televisão Al-Rai TV - Foto: AFP

BENGHAZI - De seu esconderijo, Muamar Kadafi negou rumores de que teria fugido da Líbia e prometeu "nunca deixar a terra de seus antepassados" em uma nova mensagem divulgada em áudio, nesta quinta-feira, em um canal de televisão leal ao ditador líbio. Pouco depois, tropas fiéis ao ditador deram nova demonstração de resistência, disparando foguetes da cidade de Bani Walid, cercada pelos rebeldes.
Pelo menos 10 fortes explosões foram ouvidas nos arredores da cidade do deserto e a fumaça provocada pelo ataque chegou a Wadi Dinar, a cerca de 15 quilômetros. Na mensagem de áudio de cinco minutos, transmitida pela emissora Al-Rai TV, Kadafi convocou seus seguidores para a luta.
O ditador também criticou os rebeldes, classificados por ele como "um bando de mercenários, assassinos e traidores", e conclamou seus seguidores a pegar em armas. "Estamos prontos para começar a luta em Trípoli e em todo lugar, e se levantem contra eles", disse Kadafi. "Todos esses germes, ratos e vermes não são líbios, pergunte a qualquer um. Eles têm colaborado com a Otan... Kadafi não vai deixar a terra de seus antepasssados", acrescentou o ditador.
Kadafi não aparece em público há meses e seu paradeiro é desconhecido há mais de duas semanas, quando os rebeldes invadiram Trípoli, em 21 de agosto. Os combatentes que tentam concluir a derrubada do ditador ainda lutam contra forças leais a ele em três bastiões: Bani Walid, Sabha e Sirta. Confrontos aconteceram nesta quinta-feira perto da cidade de Bani Walid, a sudeste de Trípoli. Tiroteios e explosões duraram várias horas, mas diminuiram ao amanhecer.
A liderança rebelde confirmou nesta quinta-feira que o banco central líbio vendeu 29 toneladas de ouro entre abril e maio, quando ainda tinha o regime Kadafi no controle. O CNT, que está no comando do BC desde que tomou Trípoli, garantiu que não tomará grandes decisões econômicas enquanto estiver na liderança de forma interina.

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