quinta-feira, 22 de setembro de 2011

Presidenta Dilma abriu a Assembleia Geral da ONU

http://www.youtube.com/watch?v=fnDreVbha3Y

Íntegra do discurso da presidenta Dilma Rousseff na abertura da Assembleia-Geral da ONU


quinta-feira, 22 de setembro de 2011

 

Dilma cobra na ONU fim do arsenal nuclear mundial

Agência Estado

 
A presidenta Dilma Rousseff cobrou hoje, nas Nações Unidas, o fim do arsenal nuclear mundial e lembrou que a segurança das armas estocadas pode ser, hoje, um risco maior do que o uso do urânio enriquecido para ser usado em fins pacíficos. Na sua última reunião na Assembleia Geral, Dilma lembrou que praticamente todo esse arsenal pertence a países desenvolvidos, mas não é sujeito a nenhuma fiscalização. "O urânio altamente enriquecido nos arsenais das potências nucleares alcança 2.000 toneladas, equivalente a 12 anos de toda extração mundial do minério. A segurança desse acervo militar nuclear merece tanta consideração quanto a dos materiais utilizados para fins pacíficos", afirmou a presidenta, ao cobrar fiscalização para ambos. "É imperativo ter no horizonte previsível a eliminação completa e irreversível das armas nucleares. A ONU deve preocupar-se com isso", disse.
O mandato da Agência Internacional de Energia Atômica (AEIA), dentro do tratado de não-proliferação de armas nucleares - deixa de fora a fiscalização dos arsenais nucleares e se concentra apenas no enriquecimento de material nuclear, que pode ser usado tanto para fins pacíficos - especialmente a geração de energia - quanto para a produção de novas armas. A preocupação da agência é que não sejam fabricadas mais armas nucleares, especialmente em países inseguros como o Irã.
Os arsenais existentes hoje, no entanto, são responsabilidade única e exclusiva de seus donos. A maioria está nas mãos dos Estados Unidos e da Rússia, remanescentes da guerra fria. Dilma lembrou, em seu discurso, que há indícios sérios de deterioração no estado de conservação deste arsenal e no seu manejo, aumentando o risco de acidentes.
"Estudos apontam a deterioração no estado de conservação e de manuseio desse material, sem falar da ameaça permanente que essas armas de destruição em massa apresentam para a Humanidade. Cortes orçamentários exacerbados pela crise econômica do passado, adiamento de programas de manutenção e modernização de ogivas, perda de pessoal qualificado são fatores de alto risco", afirmou.
A reunião de chefes de Estado sobre segurança nuclear, hoje nas Nações Unidas, foi o último compromisso oficial da presidente em Nova York.


iG São Paulo | 21/09/2011 12:08

Dilma defende adesão palestina à ONU em discurso inaugural

A presidenta Dilma Rousseff afirmou nesta quarta-feira, ao inaugurar o debate anual da Assembleia Geral da ONU, que "chegou o momento" para a adesão de um Estado palestino como membro pleno da organização.

Dilma abriu a Assembleia Geral nesta terça-feira. A função está a cargo do Brasil desde a 1ª Sessão Especial da Assembleia, em 1947. À época, coube ao diplomata brasileiro Oswaldo Aranha o discurso inaugural da sessão, tradição que se manteve desde então.

Leia o discurso de Dilma na íntegra

"Chegou o momento de ter representada a Palestina a pleno título", afirmou Dilma, deixando clara a posição do Brasil em meio às itensas negociações que visam evitar uma crise diplomática pelo pedido de adesão dos palestinos à ONU.
Dilma acrescentou que o Brasil já reconhece o Estado palestino com as fronteiras estabelecidas antes da guerra de 1967. Para a presidenta, esse reconhecimento ajudará a obter "uma paz duradoura no Oriente Médio", e assinalou que "apenas uma Palestina livre e soberana" poderá atender aos pedidos de Israel por segurança.

Ela ressaltou que em seu País, diferentes religiões convivem sem conflitos, e assim deveriam ser as relações bilaterais entre Israel e os palestinos. "Venho de um país onde descendentes de árabes e judeus são compatriotas e convivem em harmonia, como deve ser." Ao finalizar seu pronunciamento sobre o polêmico tema, Dilma foi muito aplaudida pelos presentes na Assembleia Geral da ONU nesta quarta.
O presidente da ANP, Mahmoud Abbas, pretende formalizar o pedido de adesão plena à ONU na sexta-feira. O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, que se reunirá com o líder no final do dia, pedirá que ele desista da medida. "O presidente dirá privadamente o que dirá em público: que os EUA não acreditam que esta seja a melhor forma de tornar realidade as aspirações palestinas", afirmou o assessor-adjunto de Segurança Nacional da Casa Branca, Ben Rhodes. "Não há atalho para a paz."
Os governos israelense e americano dizem que o reconhecimento do Estado palestino deveria se dar por meio de negociações diretas, e que o pedido palestino à ONU inviabilizará o processo de paz do Oriente Médio. Os palestinos dizem que se viram obrigados a recorrer à ONU devido à paralisação das negociações com Israel que já dura mais de um ano.
Obama quer evitar que a questão chegue ao Conselho de Segurança - onde as adesões precisam ser aprovadas - porque o uso do poder de veto, o qual os EUA já afirmaram reiteradas irão fazê-lo, acarretaria graves riscos políticos para os EUA num momento de turbulências políticas no Oriente Médio. O Brasil ocupa uma das cadeiras rotativas do Conselho, e os palestinos precisam de nove votos dos 15 membros para fazer valer sua medida. Numa última tentativa de evitar o impasse, diplomatas do chamado Quarteto de Negociadores do Oriente Médio - EUA, Rússia, União Europeia e ONU - estão realizando várias reuniões nesta semana, mas até agora sem sinais de avanços.
Na reunião com o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, Obama deve discutir formas de dissuadir Abbas, além de pressionar o israelense a melhorar suas relações com Egito e Turquia, dois importantes aliados islâmicos dos EUA na região.
Na terça-feira, Obama e Dilma re reuniram, mas evitaram falar sobre o reconhecimento do Estado palestino. De acordo com um diplomata brasileiro que acompanhava a presidenta, não houve diálogo sobre o tema "porque os dois lados sabem perfeitamente que têm posições completamente opostas nesse assunto". No encontro, Obama convidou Dilma para visitar seu país em 2012 e os dois conversaram sobre a crise europeia e o futuro da Líbia, pós-queda do regime de Muamar Kadafi.

Crise econômica
Em seu discurso em Nova York, Dilma também cobrou a união dos países no combate à crise econômica internacional. Segundo ela, o mundo vive um "momento delicado e uma oportunidade histórica", que pode derivar em "graves rupturas políticas e sociais sem precedentes" por conta da crise.
"Ou nos unimos (para combatê-la) ou sairemos todos derrotados. A crise é série demais para ser administrada por poucos", disse Dilma, pedindo ajustes fiscais nas nações afetadas por crises da dívida, combate ao protecionismo, e, em aparente referência à China, estímulo aos mercados internos de países superavitários e fim da guerra cambial – ou seja, de reduções artificiais do câmbio para beneficiar exportações.
"A reforma das instituições financeiras multilaterais deve prosseguir, aumentando a participação dos países emergentes", prosseguiu a presidenta, repetindo uma cobrança brasileira por mais voz ativa em órgãos como o FMI. A presidenta também pleiteou por mudanças no Conselho de Segurança da ONU, do qual o Brasil historicamente aspira se tornar membro permanente, com direito a veto. Para a presidente, o Conselho, na forma como está, perde "legitimidade".

Primavera Árabe
Dilma também saudou em seu discurso os protestos da Primavera Árabe, dizendo que o Brasil "se solidariza com a busca pela liberdade".
Mas a presidenta criticou interferências "com o uso da força" em países atravessando revoltas populares e repressão governamental – em nova mostra da oposição do governo brasileiro à ação militar da Otan na Líbia, feita com base em uma resolução aprovada na ONU.
Na opinião de Dilma, "é preciso que as nações encontrem uma forma legítima de ajudar (os países em convulsão)”. “Estamos convencidos de que o uso da força é a última alternativa. A busca pela paz não pode se limitar a intervenções em situações extremas."

Voz feminina é a voz da democracia, diz Dilma na ONU

Carolina Cimenti, em Nova York | 21/09/2011 10:44 - Atualizada às 13:08

A presidenta Dilma Rousseff abriu, nesta quarta-feira, a 66ª Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas, em Nova York. "Pela primeira vez, na história das Nações Unidas, uma voz feminina inaugura o Debate Geral. É a voz da democracia e da igualdade se ampliando nesta tribuna que tem o compromisso de ser a mais representativa do mundo”, disse Dilma. “Tenho certeza que este será o século das mulheres”, acrescentou.
Conforme um diplomata já havia adiantado ao iG, o discurso da presidenta foi bastante centrado na crise econômica e na necessidade de se reformar o Conselho de Segurança da ONU.
Leia o discurso de Dilma na íntegra


“É significativo que seja a presidenta de um país emergente, um país que vive praticamente um ambiente de pleno emprego, que venha falar aqui hoje, com cores tão vívidas, dessa tragédia que assola em especial os países desenvolvidos”, disse Dilma. Ela lembrou que, assim como outros países emergentes, o Brasil tem sido menos afetado pela crise até agora. “Mas sabemos que a nossa capacidade de resistência à crise não é ilimitada”, ressaltou.
Dilma foi recebida com aplausos entusiasmados e foi interrompida por mais aplausos três vezes durante o seu discurso, quando falou sobre a necessidade da criação de um Estado palestino, quando reforçou a necessidade da reforma da ONU e quando elogiou a criação da ONU Mulher. Sua filha, Paula, que está em Nova York com a presidenta, assistiu ao discurso sentada na plateia da Assembleia Geral, e sorriu quando sua mãe subiu no palco, vestindo blazer a saia azul floreados – representando uma vestimenta tipicamente feminina e na cor da bandeira da ONU.


Foto: AP
Dilma abre Assembleia Geral da ONU, em Nova York

Crise econômica
Sobre a crise econômica, Dilma afirmou que "o mundo vive um momento extremamente delicado" e cobrou coesão política e coordenação macro-econômica entre países integrantes da ONU, G-20, FMI e outros organismos.
A presidenta afirmou que vivemos um momento extremamente delicado, de uma crise econômica que pode se transformar em uma grave crise política e social no mundo todo, afetando inclusive as relações entre os países.
Essa crise é séria demais para que seja administrada apenas por poucos países”, afirmou. “Todos os países sofrem as consequências”. Dilma também disse que não é por falta de recursos financeiros que ainda não se encontrou uma solução para a crise, mas por falta de “clareza de ideias”. “Uma parte do mundo não encontrou ainda o equilíbrio entre ajustes fiscais apropriados e estímulos fiscais corretos”.
Dilma lembrou que o mundo tem atualmente 205 milhões de desempregados, ressaltando que 44 milhões deles estão na Europa e 14 milhões, nos Estados Unidos. Ela também ressaltou a importância do combate à pobreza e lembrou que o Brasil já atingiu a quase todos os Objetivos de Desenvolvimento do Milênio da ONU antes do prazo de 2015.
Em relação à reforma da ONU e de outras entidades multilaterais, a presidenta usou as mudanças mundiais que estão ocorrendo por causa da crise econômica para reforçar a necessidade dessas reformas, principalmente no Conselho de Segurança, lembrando que esse debate sobre a reforma já dura mais de 18 anos.
O mundo precisa de um Conselho de Segurança que venha a refletir a realidade contemporânea, um Conselho que incorpore novos membros permanentes e não-permanentes, em especial representantes dos países em desenvolvimento. O Brasil está pronto a assumir suas responsabilidades como membro permanente do Conselho”, afirmou, sendo fortemente aplaudida pela Assembleia.

Estado palestino
A presidenta brasileira também foi taxativa em relação à necessidade do reconhecimento do Estado palestino pela ONU. “Assim como a maioria dos países nesta Assembleia, acreditamos que é chegado o momento de termos a Palestina aqui representada a título pleno”, afirmou, deixando claro que o Brasil não quer que a Palestina passe de Entidade Observadora para Estado Observador na ONU, mas sim para Estado Membro da ONU.
"Lamento ainda não poder saudar, desta tribuna, o ingresso pleno da Palestina na ONU. O Brasil já reconhece o Estado palestino como tal, nas fronteiras de 1967, de forma consistente com as resoluções das Nações Unidas", ressaltou. A Autoridade Palestina pedirá ao Conselho de Segurança da ONU a adesão plena de um Estado palestino nas Nações Unidas.

Tortura
Ao final de seu discurso, Dilma lembrou o seu passado de rebeldia e tortura. "Como mulher que sofreu tortura no cárcere, sei como são importantes os valores da democracia, da justiça, dos direitos humanos e da liberdade", disse emocionada. Ela foi novamente bastante aplaudida.
Ao terminar o discurso, enquanto o presidente americano Barack Obama se dirigia à tribuna, Dilma foi cercada por mais de 10 chefes de Estado e diplomatas que queriam abraça-la e apertar a sua mão.

Nervosismo
A tarefa de abrir a Assembleia Geral da ONU está a cargo do Brasil desde a 1ª Sessão Especial da Assembleia, em 1947. À época, coube ao diplomata brasileiro Oswaldo Aranha o discurso inaugural da sessão, tradição que se manteve desde então.
Diplomatas brasileiros na ONU disseram que Dilma estava bastante nervosa antes do discurso desta quarta-feira. O texto foi alterado diversas vezes pela presidenta. Este teria sido o motivo de o conteúdo não ter sido divulgado com antecedência para a imprensa. Antes da presidenta Dilma, discursou o Secretário Gertal da ONU, Ban Ki-Moon. Depois da presidenta, foi a vez do presidente americano, Barack Obama. O terceiro país a falar foi o Qatar, que está ocupando a presidência rotatória da Assembleia, e o quarto, o México.
O discurso de Dilma ocorre na véspera da primeira viagem oficial da presidenta à Europa. Ela deve passar os dias 4 e 5 de outubro em Bruxelas durante a Europalia, festival de artes que nesta edição homenageará o Brasil. Em seguida, deve ir à Bulgária, país onde seu pai nasceu, e à Turquia.

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