quarta-feira, 7 de setembro de 2011

De Cananeia/SP para Battisti: "Sabemos quem é você e estamos orgulhosos que você more na nossa cidade"

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A Tribuna.com.br  Terça-feira, 6 de setembro de 2011



Exilado

Ex-ativista italiano Cesare Battisti vive em Cananeia

Manuel Alves Fernandes

Créditos: Alberto Marques


Condenado à prisão perpétua na Itália, sem direito a banho de sol, o que não faltará ao ativista italiano Cesare Battisti, 56 anos de idade, pelos próximos anos, serão dias ensolarados.

Ele ganhou do Supremo Tribunal Federal (STF), que rejeitou o pedido de extradição apresentado pelo Governo Italiano, o direito de permanecer no Brasil. Depois que saiu da cadeia em Brasília, veio para São Paulo. Ficou dois dias na casa do advogado Luis Eduardo Greenhalg. Mas, diante da pressão da imprensa, recebeu um convite de Magno de Carvalho, que conheceu de visitas que este lhe fez na cadeia, para morar na casa de praia do sindicalista, em Cananéia.

Degredo
Em quase 500 anos de existência de Cananéia como núcleo urbano, Battisti é a segunda figura histórica dessa cidade frequentada por veranistas, no Litoral Sul de São Paulo, a passar por uma situação de degredo. Ele não pode sair do Brasil, do contrário, corre risco de ser extraditado.

Em 1502, por conveniência religiosa e política, mestre Cosme Fernandes, bacharel português, judeu convertido, foi desterrado e deixado em Cananéia, tornando-se o primeiro europeu a se estabelecer no Brasil, por volta de 1502. O bacharel viveu degredado em Cananéia, condenado por crimes praticados em Portugal. Casou com Ariró, filha do cacique dos carijós e virou um “rei branco” com seis mulheres e 220 escravos. É tido como fundador de Cananéia, lugar descoberto, curiosamente, por outro italiano: o navegador Américo Vespucci.
Battisti, que conhece essa história e já se familiarizou com as ruas estreitas e de casarões antigos de Cananéia, começa a se tornar popular na “pequena aldeia de pescadores”, onde diz que foi muito bem recebido pela população. Caminha pelas areias da praia, frequenta os bares e restaurantes, entre eles a “Toca da Onça” que pertenceu a João Cassiano, o “seu Janjão”, de frente para a Matriz. É conhecido por César. “Ninguém me incomoda, todos me tratam bem, mesmo fingindo que não me conheciam, me contaram depois que sabiam quem eu era”.

Recebeu a reportagem de A Tribuna e da TV Tribuna na casa de Magno de Carvalho, cercado por reproduções de fotos Karl Marx, Che Guevara e Lenin. Na sala há uma TV sob uma placa de madeira entalhada, colocada por Magno: “Novela e Big Brother aqui, nunca“.

Liberdade
Durante uma hora e meia respondeu, sem restrições, às perguntas deste e da jornalista Paula Araújo (TV Tribuna). Pelos quatro crimes e a condenação, Battisti é considerado por muitos um criminoso comum ou um terrorista político. E não falta quem condene o STF e o governo do ex-presidente Lula por considerar que a decisão foi um erro que levou a uma espécie de perdão dos crimes a que Cesare Battisti foi condenado na Itália. Mas, ele se considera inocente e “bode espiatório” de uma espécie de armação criada pelos verdadeiros autores do crime ou pelo interesses do governo italiano.

Nos quatro anos de prisão,em que ficou no Complexo da Papuda, em Brasília, garante que foi respeitado. “Basta dizer que no dia da votação no plenário (no STF), cada vez que um ministro decidia a meu favor, a ala onde eu estava explodia de aplausos. Todo mundo gostava muito de mim. E eu gostava muito de todo mundo. Presos que nunca tinham lido um romance, passaram a ler. Todo mundo lia na hora do banho de sol. A gente comentava livros”.
Em Cananéia, já recebeu a visita de duas filhas que residem na França e de cuja mãe se separou. E tem uma namorada que reside no Rio de Janeiro, que identificou apenas como “Joice”. Sobrevive da ajuda financeira que recebe de amigos solidários, principalmente franceses e do escritor Gabriel Garcia Marques. “ Além de cozinhar não sei fazer outra coisa, a não ser escrever”, revela.

Como é viver em liberdade, na praia de Cananéia, depois de tanto tempo fugindo?

Nasci na Itália, perto do litoral. Então gosto demais do mar. Mas principalmente o que mais gostei daqui é do povo. Tem uma comunidade de pescadores muito forte, muito importante, isso faz que o caráter da cidade e do povo ainda não esteja poluído pelo turismo agressivo. Aqui é um lugar com vida sadia, pela maneira de viver, a maneira de se alimentar, de falar e de se relacionar com a gente. Cheguei aqui dois dias depois que saí da cadeia. E me sinto livre. A única coisa que me está faltando é autonomia econômica. Essa liberdade é a liberdade de poder falar o que quero por exemplo. De poder encontrar as pessoas que eu quero e de poder andar, sem dar a volta a cada cinco metros, como na cela.

O que faz atualmente?
Estou lendo bastante. Mas não estou escrevendo porque não consigo escrever, a minha cabeça não está pronta para isso. Passo um tempo lendo, volto a sair, dou outro passeio, cuido da correspondência com centenas de pessoas que me ajudaram, que são amigos no mundo inteiro. Cuido de manter contato com esses grupos de solidariedade que se formaram não só aqui no Brasil mas de todo o mundo, até nos EUA tem. Estou agradecendo pessoas que me ajudaram muito, desde o grande escritor como Gabriel Garcia Marques, a toda essa gente que, sem me conhecer pessoalmente, se solidariza comigo. Isso toma muito tempo porque no email. São dezenas de emails por dia. Não consigo responder a todo mundo, mas estou tentando fazer isso. Mas nas histórias que escrevo os elementos são sempre sociais. São histórias de ficção, um pretexto para desenvolver um tema social. Como eu ainda não tenho esse engajamento social e cultural, não tem matéria para eu escrever sobre o Brasil. Mas eu estou querendo escrever o que vivo aqui nesse país. Tenho um livro escrito em francês que está em tradução com a Editora Martins Fontes, que talvez saia em dezembro. Chama-se “Ao Pé do Muro”.

De que trata ?

Tem sempre um caráter biográfico. Sou personagem, mas à distância. O que mais interessa é falar do dia a dia da cadeia, da história pessoal de alguns presos. Cada história dessa é uma janela aberta no Brasil. Aproveito pra falar do Brasil que ainda não conheço, que conheço através das palavras destas pessoas. Eles falam de um sentimento muito forte. E no mesmo tempo pego a história deles, a razão pela qual estão presos. Não comento, não julgo nada Pego assim tal e qual e assim as histórias pessoais deles, as histórias do crime cometido, do suposto crime cometido, são coisas tão fortes.

Você tem uma formação marxista, desde a infância. Mantém essa visão nas suas obras?

Acho que nunca acabamos de ser marxistas, porque Marx ainda é uma utopia. Mas eu gosto de utopia, então sigo sendo marxista, agora ter alguma coisa de Marx, já não são coisas atuais, porque ele mesmo falou que escrevia para ser superado. E acho que uma sociedade comunista não se constrói sobre a miséria e sim sobre a riqueza. E agora estamos perto de um mundo que se aproxima sempre mais do bem estar, sempre mais de uma justiça social mais ou menos onde existe um certo equilíbrio, que restabelece o respeito ao indivíduo. O comunismo ainda está por vir. O que aconteceu, que se falou que era comunismo, nada tem a ver com o comunismo. Mesmo se, talvez, tenham existido boas intenções, mas não era possível construir o comunismo na época muito atrasada economicamente, com muita injustiça social, onde ainda o problema era a fome.

Você escreve em francês essa obra e está sendo traduzida para o português?

Os últimos três livros escrevi em francês porque esqueci o italiano. São mais de 30 anos fora da Itália. Os contatos com italianos são raros. Então, não consegui mais escrever em italiano. E isso foi depois que deixei Paris, vindo para o Brasil. Tudo isso foi um trauma forte para mim. Escrevi o primeiro livro que se chama, aqui no Brasil "Minha fuga sem fim". O segundo é "Ser bambu". E o terceiro é esse "Ao pé do muro" que vai sair daqui a pouco.

"Ser bambu" , ser flexível?
Sim. Ser flexível, pois a felicidade é um sonho para esse personagem que seria o eu narrante. O que lhe falta é a flexibilidade. Ele bate sempre de frente, e por isso paga um preço alto. Ele sonha de ser flexível para não pagar um preço tão alto, mas continua a bater sempre de frente.

Aqui você está se sentindo bambu?

Espero que o Brasil vá me ensinar a ser bambu.

Como você domina bem português?

Eu acho que eu não domino o português tão bem. Aprendi o português na rua e na prisão. E agora com os amigos e companheiros que solidarizaram comigo. São muitos. Quase em todo o estado tenho grupos de apoio e então já estou enriquecendo meu vocabulário de português e brasileiro, eu diria. Mas ainda falta muito, eu vou ter que fazer um curso de português para poder começar a escrever em português, porque é impossível viver em um país, pensar como pensa esse país e escrever em outra língua.

Você pensa em mais tarde pedir a naturalização?

Por que não? Eu gosto do país, gosto do Brasil. Gosto do papel que está tendo internacionalmente o Brasil hoje. Eu estou, não falo isso por oportunismo mas eu sinto orgulho desse país pelo que hoje o Brasil está fazendo no mundo. Então por que não? Gostaria de ser brasileiro. Mas ainda é cedo para falar disso.

Você está afastado da família há tempos?
Sim, mas minhas filhas me visitaram algumas vezes na cadeia. Mas não é a mesma coisa. O verdadeiro encontro foi aqui, há 15 dias, nesta casa. Foi uma coisa muito forte, uma grande surpresa mista a uma gratidão imensa. É difícil de dizer. A filha mais nova eu deixei em Paris. Tinha 8 anos; agora tem 16 anos. (Emocionado) Foi uma felicidade conhecer minha filha. Mas no mesmo tempo parecia que nunca a gente ficou separado. A gente falou, imediatamente, como se tivesse me ausentado uma semana. Isso foi muito bom. Elas felizmente são duas pessoas muito simples. Foi muito fácil me relacionar com elas. Fácil demais.

Você sai na rua aqui normalmente, vai à praia, sem medo?

Faço a vida como de qualquer outro habitante de Cananéia, ou seja, vou fazer minhas compras. Virei caiçara. É impossível viver de outra maneira, tem que viver como eles. Aqui não temos esse anonimato, onde a gente pode se trancar no apartamento da metrópole. Felizmente aqui não existe isso, então a gente tem que viver como vive qualquer outro. Então eu vou fazer as compras, preparo a minha comida, passo o tempo aí conversando com algum amigo.

Já fez amigos?

Aqui? Caramba aqui eu acho que nunca na minha vida fiz tantos amigos e tão rapidamente como aqui em Cananeia.

É verdade que alguns sabiam da sua situação e mesmo assim o receberam bem e depois disseram que sabiam de tudo, é isso mesmo?

É. Eu acho que uma boa parte da gente que me encontrou por aqui, dos amigos também, sabia quem era eu. Por educação, por delicadeza não falavam disso aí. Depois quando saiu já nos jornais, que todo mundo sabia, eles conversavam "não, mas eu sabia desde o início". E foi muito engraçado porque alguns deles, aqui, me parabenizaram... uma coisa muito forte foi uma. Um carro me parou na rua, e o motorista me chamou "sr Cesare", eu voltei. No carro estava uma senhora e um senhor. E ela falou: "não, não, fique tranqüilo, nós sabemos quem é você e estamos orgulhosos que você more na nossa cidade"...
Me apertaram a mão, eu fiquei muito emocionado porque, com essa propaganda negativa que se fez a gente fica um pouco desconfiado. Mas pelo menos aqui em Cananéia não pegou essa propaganda, essa criação do monstro não pegou não. O italiano mesmo nem liga para isso aqui. Nem sabe quem sou. Não liga, não tem nenhum interesse para isso. Agora, tem muitos grupos que apóiam. Que me apoiavam e continuam a me apoiar. Ou seja, nessas manifestações que aparecem na televisão são apenas dez a quinze pessoas em frente à embaixada brasileira. Ao lado tem 500 pessoas que estão se manifestando a meu favor. Só que a televisão não tem interesse. O caso é usado para esconder muitas outras coisas, para distrair a atenção pública.

Você está emocionado?

Estou falando de coisas que mexem muito comigo, com meus sentimentos, com o emocional. Estou emocionado porque estou falando a um povo de um país que me acolheu, que me deu essa chance e não é fácil. A "agradeço" é uma palavra que não quer dizer nada. Eu gostaria de agradecer com os fatos, com outras coisas, talvez por isso estou emocionado, ou seja, gostaria que o país que me acolheu me conhecesse mais e que me desse a possibilidade de eu poder contribuir em algo.

Essa emoção se deve ao fato de que, quando saiu da cadeia, estava com medo de como seria recebido?

Quando saí da cadeia eu contava com muitos grupos de solidariedade que se formaram neste país que foi uma maravilha, uma coisa muito surpreendente, porque eu cheguei ao Brasil e não conhecia. E chegaram pessoas de todos os lados me visitar na cadeia se se formaram grupos de solidariedade, de ajuda de todo tipo desde econômica, à política, e à psicológica. E não são relações políticas, são simplesmente relações de pessoa a pessoa.

Saiu da cadeia com a roupa do corpo?
Saí. A pouca coisa que eu tinha deixei lá, porque os outros presos precisam. E saí com muitos livros, mas só porque era francês ou espanhol. Os livros em português eu deixei para os presos.

Diante de toda a situação que passou, tanto na cadeia quanto ter que enfrentar os grupos contrários, teria feito algo diferente?

Alguma coisa, talvez não teria feito de maneira tão imprudente, como eu fiz. Por exemplo, não teria escrito algumas coisas sobre a situação italiana, dessa maneira, porque eu estava na França, estava refugiado na França, me achava em segurança. Eu estava tentando ajudar os camaradas companheiros que ficavam presos na Itália. Isso talvez incomodou muito. Incomodou muito quando eu comecei a ser conhecido como escritor. Então eu comecei a aparecer na mídia nacional e internacional. Acredito que esse foi meu problema, porque senão não se explica por que na França, onde havia centenas de exilados políticos, a Itália que nunca se interessou pelos outros, só se interessou comigo. Eu não era ninguém, não tinha nenhuma importância, mais que os outros, pelo contrário bem menos que os outros, na Itália dos anos 80.

Você é acusado de cometer quatro homicídios, e disse que não fez isso. Por que acusaram?

A coisa mais estranha é que a Itália fez um pedido de extradição de 500 páginas, coisa que parece quase feito de propósito para que ninguém, ninguém lesse esse pedido. E na realidade ninguém leu, todo mundo fala nisso e ninguém leu.

Por quê?

Porque se alguém tivesse se dado ao trabalho de ler esse pedido, a pessoa não teria dúvida nenhuma que se trata de atividade política, que se trata de ativismo político. Porque está no pedido, ou seja: o pedido de extradição que já está feito para me prejudicar, porque senão não seria pedida a extradição.

Qual a principal acusação?

Esse processo ainda assim é uma defesa para mim, porque está claro que eu sou acusado de associação subversiva , de luta armada contra os poderes do Estado.

E o processo?
Eu fui processado, a primeira vez em 1980. E fui condenado a doze anos e seis meses por associação subversiva e falsidade. Os fatos específicos, como esses quatro homicídios, no mesmo processo foram condenados os responsáveis desses homicídios. Eu fui exilado no México. Oito anos depois fazem outro processo porque o promotor de Justiça precisava se desculpar e desculpar outros colaboradores. Todos jogaram (a responsabilidade) sobre quem não estava la, que era eu. Mas não tem uma prova técnica, nada. Não existe nada sobre isso aí. E eu sempre me coloquei contra atentado à vida humana, em todos os meus escritos, em tudo que eu produzi até agora, em tudo que escrevi e falei até agora. Isso é uma constante.

Contesta a condenação?

É um absurdo. Nunca acreditei que esse segundo processo, onde me acusam de quatro homicídios, fosse tomado a sério sequer pelas autoridades italianas. Fui condenado por uma lei de exceção, leis aplicadas retroativamente. É uma loucura de colaboradores de justiça se contradizendo um com outro. Tem um colaborador (deleção premiada) que me acusa de ter feito uma determinada coisa que não fiz. Depois pegam outro, volta a colaborar, e esse outro se auto-acusa por essa mesma coisa. E aí modifica, cada vez vai modificando o processo instrutório. É uma loucura!! Ninguém, lendo essa coisa aí, tomaria a sério essa sentença, ninguém.

O senhor não conseguiu se defender?

E como ia me defender? Me parecia tão absurda uma coisa dessas que, sinceramente, ou ingenuamente, eu achava que ninguém ia pretender me cobrar isso aí. Tem centenas de refugiados no mundo inteiro, e se sabe que esses processos não têm valor nenhum. Então, nunca dei importância a esse processo aí.

Pela sua linha de raciocínio você está se considerando o um 'bode expiatório' desse quadro todo?
Acho que fui usado mesmo sim. Eu fui usado por razões que ainda não me explicam. E a Itália, não sei por que, começou a criar esse monstro aí que eu não sou. E depois de certo ponto, mesmo querendo, não podia voltar pra trás. Teve que continuar fazendo isso aí, dizendo que Cesare Battisti é um criminoso comum. Mas, quando aconteceram esses homicídios eu não estava mais na organização. Eu saí por essa razão, porque quando a organização tomou uma linha dura, eu junto com quase todos os que fundaram a organização, eram muitos, saímos da organização.

Você disse que julgam Cesare Battisti como um monstro. Quem é Cesare Battisti?

Cesare Battisti está aqui. Tenta viver, tenta se engajar socialmente, acredita na justiça. E acredita que não é com a violência que se consegue obter a justiça. Hoje no Brasil não é através da violência que vamos fazer uma sociedade mais justa.

O Cesare que acredita na justiça, que tem aquelas utopias, tem o sonho de um dia, quem sabe, conseguir visitar novamente a Itália?

Claro. Eu gostaria de voltar à Itália porque nasci na Itália e ainda tenho lá irmãos e irmãs. Gostaria de voltar, passar aí um mês, dois. Agora morar acho que não. Já é muito tempo (fora). Já tenho problemas para me expressar em italiano por exemplo. Mandei um e-mail para minha cunhada outro dia. E ele me respondeu: "Como pode um escritor escrever tão mal o italiano?" Estou esquecendo a língua. Minhas relações já não estão na Itália, estão mais em outros países e agora no Brasil. Eu hoje estou 'tão saboreando' a liberdade de estar aqui no Brasil que não penso nisso agora.

Sofreu, depois que saiu da cadeia, alguma pressão de grupos contrários?

Não. Eu soube de algum grupo de extrema direita que fez alguma reação. Mas nunca vi ninguém, não tive nenhum contato com essas pessoas.

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