segunda-feira, 6 de junho de 2011

Israel reprime ato na fronteira com a Síria e deixa mortos

Israeli statehood

São Paulo, segunda-feira, 06 de junho de 2011

Israel reprime ato na fronteira com a Síria e deixa mortos

Jack Guez/France Presse

Manifestantes com a bandeira palestina em meio a bombas de gás lacrimogêneo, no Golã

MARCELO NINIO
DE JERUSALÉM

Forças israelenses abriram fogo ontem contra manifestantes vindos da Síria que investiram contra a linha de cessar-fogo nas colinas do Golã, área ocupada por Israel desde 1967.
Vinte pessoas foram mortas e 325 ficaram feridas
, segundo a TV estatal síria, que mostrou os confrontos ao vivo. Durante a transmissão, era possível ouvir os alertas das forças israelenses.
"Se vocês cruzarem a fronteira serão mortos", avisavam num alto-falante. Israel não confirmou o número de mortos e disse que os disparos foram o último recurso para evitar invasões.
Os protestos marcaram o que os árabes chamaram de dia da "naksa" (derrota), o aniversário da Guerra dos Seis Dias, em 1967. Naquele ano, Israel derrotou os Exércitos vizinhos e ocupou o Golã da Síria e a península do Sinai do Egito, além de Gaza e da Cisjordânia.
Cerca de 500 manifestantes com bandeiras palestinas e sírias marcharam em direção à fronteira, onde jogaram pedras e coquetéis molotov contra os soldados israelenses. No fim do dia, moradores da aldeia drusa de Majd el Shams, no lado israelense da divisa, também se juntaram aos protestos.

FRONTEIRAS
Israel havia reforçado a segurança nas fronteiras após os protestos ocorridos há três semanas no dia da "nakba" (tragédia, como os árabes chamam a fundação de Israel, em 1948). Ao menos 12 manifestantes foram mortos na ocasião, nas fronteiras com Líbano, Síria e no território ocupado da faixa de Gaza.
Ontem a marcha se limitou ao lado sírio, já que o Exército libanês impediu o acesso à fronteira israelense. Mustafa Barghouti, político palestino independente, acusou o Estado de Israel de usar força excessiva contra "manifestantes pacíficos".
Mark Regev, porta-voz do governo israelense, rebateu que os tiros foram o último recurso para impedir a repetição do ocorrido há três semanas, quando mais de cem pessoas cruzaram a fronteira síria e entraram em território controlado por Israel.
"Lembro que se trata de uma fronteira entre países em guerra", disse. "Temos o direito de nos defender".
Também houve confrontos em Jerusalém e perto do campo de refugiados de Kalandia, na Cisjordânia. Cerca de 40 pessoas ficaram feridas, a maior parte por inalação de gás lacrimogêneo.
Em comunicado, o governo dos Estados Unidos afirmou estar "profundamente preocupado" com a onda de violência no Golã e pediu moderação aos dois lados. As próximas manifestações anti-Israel estão marcadas para o dia 9 de julho.

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