sábado, 5 de fevereiro de 2011

O Sistema Echelon e a trilogia sobre os EUA (Livros: 'Blowback, The Sorrows of Empire e Nemesis')

 
 
 
 
 
Um caso envolvendo o Brasil no qual utilizaram o sistema Exchelom foi na concorrência do SIVAM,o sistema para vigilância da Amazônia.
 
Os EUA utilizaram o Echelon para espionar a empresa francesa concorrente da norte-americana Raytheon.
 
Todas as propostas confidenciais que os franceses fizeram ao governo brasileiro para instalar o SIVAM foram interceptadas pelos norte-americanos.
 

 
 
5 de fevereiro de 2011
 
A trilogia do Chalmers Johnson e o Echelon

Por Luiz Carlos Azenha

Já nem me lembro mais se foi um internauta brasileiro que sugeriu a leitura da trilogia do professor Chalmers Johnson sobre os Estados Unidos: Blowback,The Sorrows of Empire e Nemesis. Comprei, li e gostei. O professor é presidente do Insituto de Pesquisa Política do Japão e dá aulas no campus de San Diego da Universidade da Califórnia.
Achei os livros muito informativos, especialmente o primeiro, que é dedicado à área de especialidade do professor, a Ásia. Bacana ler a comparação que ele fez, segundo a qual o Japão e a Coreia do Sul fizeram para os Estados Unidos o papel que os satélites do leste europeu fizeram para a União Soviética no pós-guerra.
Muito boas as informações sobre as bases dos Estados Unidos em todo o mundo (mil?); sobre os Status of Force Agreements (SOFA), acordos pelos quais os cidadãos americanos praticamente conseguem imunidade; sobre a corrida armamentista no espaço e sobre o Echelon. [Para ter uma ideia dos privilégios que os Estados Unidos buscam em seus acordos bilaterais, basta consultar o acordo para uso da base de Alcântara fechado pelo governo de FHC]
Sobre o Echelon, no capítulo The Empire of Bases, do The Sorrows of Empire, página 165:
“Desde pelo menos 1981, o que um dia foi um acordo informal de compartilhamento de inteligência entre países de língua inglesa foi formalizado sob o nome Echelon. Até então o consórcio trocava apenas relatórios de inteligência “finalizados”. Com o advento do Echelon eles passaram a trocar inteligência bruta. O Echelon é, de fato, um programa específico para satélites e computadores desenhado para interceptar comunicação não militar de governos, organizações privadas, empresas e indivíduos em nome do que é conhecido como “Reino Unidos-Estados Unidos signals intelligence alliance”.
Cada membro da aliança opera seus próprios satélites e cria “dicionários” em supercomputadores que listam palavras-chave, nomes, telefones e qualquer dado que possa ser lido por uma máquina. Eles então fazem buscas nas informações maciças que os satélites transmitem todo dia. Cada país troca as informações e análises com os outros. Um membro pode requerer o acréscimo  de uma palavra ou nome que tem como alvo no “dicionário” [de buscas] do outro. O Echelon monitora ou opera aproximadamente 120 satélites no mundo.
O sistema, que tem como alvo canais civis de comunicação internacional, é tão secreto que a NSA [National Security Administration, dos Estados Unidos] se nega a admitir que exista e a discutí-lo com delegações do Parlamento europeu que vieram aos Estados Unidos protestar contra esse tipo de vigilância. França, Alemanha e outros nações europeias acusaram os Estados Unidos e o Reino Unido, os dois paises que originalmente montaram o Echelon, de espionagem comercial — o que chamaram de “pirataria da informação patrocinada por estados”.
Existem alguns indícios de que os Estados Unidos usaram informação obtida ilegalmente pelo Echelon para instruir seus negociadores comerciais em negociações com o Japão e para ajudar a Boeing a vender seus aviões para a Arábia Saudita numa competição com a Airbus europeia. Em janeiro de 1995, a CIA usou o Echelon para monitorar medidas tomadas pelos britânicos para ganhar um contrato para a construção de um hidrelétrica de 700 megawatts perto de Mumbai, Índia. Como resultado, o contrato foi entregue à Enron, General Eletric e Bechtel.
 
Durante o mês de outubro de 1999, ativistas europeus e autoridades governamentais promoveram o “Dia de Congestionar o Echelon”, durante o qual gastaram 24 horas enviando mensagens com palavras como terrorismo e bomba numa tentativa de congestionar o sistema”.

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