sábado, 27 de novembro de 2010

A agricultora que fez o presidente chorar


Com um discurso simples e objetivo, a agricultura Hilda Maria de Rezenda Santos emocionou a todos hoje durante 3º Seminário Nacional do Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) realizado em Brasília (DF). No palco, Lula tentava em vão conter as lágrimas, que também escorriam pelas faces da ministra Márcia Lopes (Desenvolvimento Social e Combate à Fome) e outros convidados. No púlpito, que ocupou após quebrar o protocolo e pedir a Lula para falar, Hilda explicou ao presidente e à plateia de mais de 800 pessoas o que representava o programa de aquisição de alimentos do governo para os pequenos agricultores do município de Custódia, sertão de Penambuco.
“As minhas palavras são de agradecimento. Falo em nome de um povo sofrido. Se não fosse este programa, as crianças não teriam um litro de leite para tomar. E se hoje elas vão bem na escola é porque tomam leite todo dia. Então, Pernambuco agradece ao presidente Lula. E mais: estou certa que a presidente Dilma [Rousseff] irá continuar o programa. Ela é uma mulher correta. Vi isso nas entrevista que deu durante a eleição”, contou Hilda ao Blog do Planalto.


Presidente da Associação Comunitária Rural de Custódia, Hilda Santos chegou a um hotel em Brasília como muitas outras mulheres e homens. Do Recife para Brasília, conforme revelou, os momentos foram de apreensão: “Andei de avião pela primeira vez. Foi muito bom.” Junto com outros agricultores, ela recebeu a missão de entregar uma cesta com produtos da lavoura dos pequenos agricultores ao presidente, mas acabou se empolgando e pedindo para falar no evento.
Ela contou ainda que as 200 famílias de agricultores de Custódia sobreviviam da venda de carvão. A renda familiar varia entre R$ 100 a R$ 150 a cada mês. Porém, com o programa de aquisição de alimentos, o agricultor passou a um orçamento mensal entre R$ 700 a R$ 800. Este programa começou a ser implantado há seis meses naquele município pernambucano.
Você nem imagina a cara de felicidade da pessoa que chega na nossa associação para receber este dinheiro. Isso melhorou muito a vida das pessoas.
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http://www.vermelho.org.br/noticia.php?id_noticia=142371&id_secao=1

25 de Novembro de 2010 - 20h11

Na dúvida, o povo é a solução', diz Lula em recado para Dilma

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse nesta quinta-feira (25), em Brasília, que tem dito à presidente eleita Dilma Rousseff que sempre que estiver passando por algum tipo de dificuldade, ‘"vá para perto do povo que o povo é a nossa salvação".

Lula discursou por mais de meia hora durante o 3º Seminário Nacional do Programa de Aquisição de Alimentos. Ele afirmou que a nova presidente vai seguir os programas de combate à fome e à miséria.

“Eu tenho dito para a Dilma: 'Dilminha, na hora do aperto, na hora que a coisa estiver ficando feia, não vacile. Vá para perto do povo que o povo é a nossa salvação. Não tenha medo nunca. Não tenha medo. Quando não souber das coisas, pergunta para o povo que ele ajuda a responder. Na dúvida, o povo é a solução'", disse.

Lula afirmou que sua relação de proximidade com o povo explica seus índices de mais de 80% de aprovação do governo.
“É isso que sou grato a vocês. Nestes últimos anos, eu nunca tive um gesto de incompreensão de vocês, da lealdade da nossa relação. Não foi uma relação construída na Presidência, foi uma relação construída muito antes da Presidência. Sou grato porque dependeu de vocês o sucesso do nosso programa, o sucesso do nosso governo”, disse o presidente.

Lula voltou a falar que a campanha que Dilma enfrentou na disputa pela Presidência foi “mais preconceituosa” que a dele.

Luta de décadas

Segundo ele, a vitória de Dilma é uma “luta de décadas”. “A Dilma é a consagração de uma luta de décadas que nós fizemos neste País”, afirmou, lembrando que ela não pegará o Brasil a ’10 por hora’ como ele pegou, mas muito mais dinânimico e ativo na defesa do desenvolvimento econômico e social. Sendo assim, Lula está convicto de que o Brasil terá mais avanços nas políticas sociais no governo Dilma.

"A Dilma não vai pegar um País a 10 por hora como eu peguei, ela vai pegar um País a 120 por hora. Ela vai ter que decidir se aperta um pouquinho mais o acelerador ou se ela mantém a velocidade ou se procura abrir novos caminhos. Sempre com cuidado. E ela tem, porque é muito competente. Não vai brincar com a economia, porque a economia é como um trem que vai no trilho, parece fácil, ele está correndo, mas se descarrilhar, para colocar no trilho novamente, vai levar tempo… Ela tem consciência disso. Por isso acho que vamos ter mais avanços nas políticas sociais".

Lula afirmou estar orgulhoso por ter ajudado a eleger Dilma como presidente da República, porque isso fará com que as mulheres a confiarem mais em si mesmas e na sua competência política. Disse ainda que as mulheres precisam ocupar um espaço maior na política brasileira, já que são maioria da população brasileira.Não basta ser maioria numericamente, é preciso que essa maioria esteja representada em todos os fóruns. Embora as mulheres sejam maioria, 90% das mesas que a gente participa, é só homem”, disse ele.

E completou pedindo aos agricultores familiares presentes do evento que mantivessem a motivação para ajudarem a presidente eleita Dilma a partir do ano que vem.

Tortura não venceu

Lula ainda falou que os militares que torturaram a presidente eleita durante a ditadura militar devem estar sendo “torturados por dentro”.
“Eu fiquei muito orgulhoso porque a Dilma é uma mulher que na década de 70, muito jovem, o mundo dela ruiu. A hora que você milita na esquerda brasileira, você é presa três anos e meio, torturada, ou seja, acabou. E essa mulher, que quem torturou ela pensou que tinha acabado com a vida dela na política, agora deve estar sendo torturado por dentro", afirmou.

Para o presidente, "se a Dilma tomou choque, o choque que esse cara está tomando por dentro agora é de uma grandeza que ele não imagina. Ele ver aquela menina que ele torturou virar, depois de mulher, presidente da República deste país, sem o ódio que ele tinha... Isso é importante. Sem ódio, sem mágoa, sem querer vingança, mas querer apenas consolidar a melhoria de vida do povo deste país".

Fonte: G1 e Blog do Planalto

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