O Estado de São Paulo OnLine, 22 de novembro de 2010 | 17h 37
Efe
MOSCOU - Três laboratórios russos anunciaram nesta segunda-feira, 22, que uniram esforços para desenvolver a vacina mais efetiva até o momento contra o vírus da aids, que já provou sua inocuidade em seres humanos, informou um dos pesquisadores.
"Com uma modesta efetividade de 30%, a vacina pode salvar um milhão de vidas ao ano", afirmou o responsável do Departamento de Aids do Instituto de Imunologia da Rússia, Igor Sidorovich.
Os especialistas consideram que a efetividade da nova vacina, elaborada com fundos estatais, será de 30% se o paciente receber seis doses anuais.
Em 2007, o governo russo destinou 23,5 milhões de euros para pesquisa de vacinas contra o HIV, e os responsáveis do projeto preveem mais uma leva de investimentos até o fim do ano, explicou Yevgeny Stavsky, chefe do centro Vector, de Novosibirsk, que participa do desenvolvimento da vacina.
"Vamos começar agora a fase principal e mais cara do processo", afirmou Stavsky, que acrescentou que o trabalho conjunto dos três laboratórios acelerará o estudo e simplificará o processo.
Até o momento, cada um dos participantes desenvolvia sua vacina em seus respectivos centros em Moscou, São Petersburgo e Novosibirsk. Por volta de 500 portadores do HIV foram selecionados para participar dos testes de laboratório.
Sidorovich ressaltou que, até o momento, só uma dose contra o HIV desenvolvida nos Estados Unidos e provada na Tailândia demonstrou efetividade relativa.
De acordo com dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), mais de 33 milhões de pessoas estão infectadas com o vírus da aids no mundo, das quais metade tem entre 15 e 24 anos.
Além disso, acredita-se que o número de portadores aumenta em 2,7 milhões a cada ano. Na Rússia, essa taxa cresce 10% por ano e atualmente supera meio milhão de pessoas.
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São Paulo, sábado, 20 de novembro de 2010 Descobridor do HIV se muda para a China DE SÃO PAULO - O cientista francês Luc Montagnier, 68, que recebeu o prêmio Nobel de 2008 pela descoberta do HIV, está se transferindo para a Universidade Jiaotong de Xangai, como parte do esforço do governo chinês de atrair pesquisadores de elite. Seu novo salário não foi divulgado.
A universidade criou um novo instituto para ele chefiar, sugestivamente nomeado de Instituto Luc Montagnier. Ele gerou polêmica, recentemente, ao defender a homeopatia.
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UOL, 19/08/2010
Cientistas provocam 'autodestruição' de células de HIV
Cientistas de Israel afirmam ter descoberto uma nova forma de eliminar células infectadas com HIV, em um processo que provoca a autodestruição de células contaminadas.
Pela técnica desenvolvida pelos cientistas da Universidade Hebraica de Jerusalém, as células infectadas com HIV recebem um DNA viral, que faz com que a célula morra. A técnica não afetou as células não-infectadas.
Até o momento, a técnica foi desenvolvida apenas em pequena escala, com poucas células. Nenhum teste foi realizado em humanos.
A pesquisa será publicada nesta quinta-feira na revista científica Aids Research and Therapy.
Os pesquisadores afirmam que a técnica poderia levar a um tipo de tratamento contra o vírus HIV.
O melhor tratamento disponível atualmente - à base de antiretrovirais - é eficaz no combate à replicação de células infectadas, mas ele não consegue eliminá-las.
Segundo o artigo, assinado pelo professor Abraham Loyter e sua equipe, o método desenvolvido no laboratório "resultou não só no bloqueio do HIV-1, mas também exterminou as células infectadas por apoptose [autodestruição]".
O artigo faz a ressalva, no entanto, de que há mais de um tipo de vírus HIV e que o trabalho da equipe está apenas nos estágios iniciais.
Os pesquisadores acreditam que o trabalho pode ajudar no desenvolvimento de um novo tipo de tratamento no futuro contra a aids.
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Folha de São Paulo, 04/03/2010
A contaminação pelo vírus HIV é a principal causa de morte e de doenças entre mulheres em idade reprodutiva (de 15 a 49 anos) no mundo, segundo a Unaids (agência da ONU para a Aids). O relatório aponta a violência que atinge até 70% dessas mulheres como um dos mais importantes fatores para o crescimento da contaminação do vírus -porque elas podem estar sendo forçadas a ter relações sexuais sem preservativo. A agência revelou um plano de ações para frear e reverter a pandemia da Aids até 2015.
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Folha de São Paulo,12/02/2010
RICARDO MIOTO
DA REPORTAGEM LOCAL
Por mais avanços que se tenha feito no estudo da Aids nos últimos 25 anos, pouco se sabe ainda sobre os mecanismos que o vírus HIV usa para se espalhar. Agora, estudando seis casais homossexuais em que um homem tinha acabado de contaminar o outro, um grupo dos EUA conseguiu ao menos dizer qual parte do sêmen é responsável por transmitir a doença.
O sêmen é um líquido heterogêneo, que carrega desde espermatozoides até células do sistema de defesa do corpo, os glóbulos brancos.
Esse tipo de célula costuma ser atacada pelo HIV, que aloja seus genes no DNA do glóbulo branco -é por isso que a Aids abala a capacidade de defesa do organismo e o portador que não toma remédios fica vulnerável a doenças como a pneumonia. Seria, então, possível que os glóbulos brancos tivessem um papel na transmissão, mas os cientistas viram que isso não acontece.
O vírus se propaga, na verdade, como fitas de RNA -molécula-irmã do DNA- que ficam soltas (e que carregam todo o material genético do HIV, com as instruções de que ele precisa para se reproduzir e dominar o hospedeiro), flutuando no sêmen. Ou seja, o vírus em sua forma completa não tem papel crucial na infecção, explicam os cientistas em estudo na última edição da revista "Science Translational Medicine".
É possível saber isso porque, como o HIV tem alta taxa de mutação, os vírus flutuantes do sêmen, que estavam separados na vesícula seminal de quem o transmitiu, têm ligeiras diferenças genéticas quando comparados com os dos glóbulos brancos, que estão alojados na corrente sanguínea.
Analisando diferença na sequência de "letras" químicas do genoma dos vírus presentes nos indivíduos recém infectados dos casais, foi possível saber em qual dos dois lugares eles se originaram. É o mesmo tipo de trabalho que se faz para saber qual o parentesco entre diferentes pessoas ou espécies.
Saber qual parte do sêmen carrega o vírus torna possível definir um alvo para eventuais medicamentos ou vacinas que evitem a sua transmissão.
Futuro
Ainda é preciso, porém, entender melhor os mecanismos químicos e celulares do contágio por HIV através do sêmen para saber por que isso é assim. É algo importante, porque, apesar de o vírus também estar presente no sangue, nos líquidos vaginais e no leite materno, é através do sêmen que a maioria das pessoas se contamina.
Outro passo é saber se as descobertas são válidas para qualquer tipo de relação sexual: o estudo atual foi feito apenas com homens gays. "Não não sabemos como é no caso de sexo entre homens e mulheres, tanto vaginal quando anal. Mas é lógico imaginar que as conclusões seriam iguais", diz Davey Smith, infectologista da Universidade da Califórnia em San Diego e autor do estudo.
O problema que pesquisadores como ele enfrentam é conseguir voluntários para os estudos. "É complicado encontrar parceiros sexuais que tenham acabado de transmitir o HIV e que estejam dispostos a contribuir com a ciência", diz Smith.
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Jornal do Brasil OnLine, 06/02/2010
Aids entre jovens atinge mais mulheres e homossexuais, diz Ministério
Vladimir Platonow , Agência Brasil RIO DE JANEIRO - A incidência de aids entre os jovens de 13 e 19 anos atinge principalmente homossexuais e mulheres. Nesta faixa etária, a prevalência de contaminação é feminina, com 60% dos casos. De 2000 a junho de 2009 foram registrados no país 3.713 casos da doença em meninas, contra 2.448 em meninos. Entre os adolescentes, 39,2% dos casos entre os meninos foram resultado de relações homossexuais.
Os dados foram divulgados hoje (6) pelo Ministério da Saúde, durante o lançamento da campanha Carnaval de Prevenção à Aids, no Rio. As estatísticas apontam para uma feminização da doença. Em 1986, eram 15 homens infectados para cada mulher, proporção que mudou para 15 homens para cada 10 mulheres, a partir de 2002.
No acumulado desde 1982, até junho do ano passado, o país registrou 11.786 casos de aids entre os jovens de 13 e 19 anos. Em 2007, houve 550 novos casos da doença neste grupo, número que foi de 587 em 2008.
Segundo o ministro da Saúde, José Gomes Temporão, houve uma negligência das pessoas quanto à proteção nos últimos anos. “Como a expectativa de vida avançou, o diagnóstico foi ampliado e as pessoas estão vivendo com mais conforto, houve um certo relaxamento no uso do preservativo, que é uma maneira eficaz de impedir a transmissão da aids e de outras doenças sexualmente transmissíveis, além de uma gravidez indesejada”, disse.
Para reduzir a incidência e conscientizar sobre os riscos da doença, o Ministério da Saúde e a Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres começam a veicular, a partir de hoje, uma campanha pela televisão, rádio, internet e imprensa escrita dirigida ao público jovem. Na primeira semana, até o carnaval, será enfatizada a importância do uso da camisinha. Na semana seguinte, a ênfase será sobre a importância de se fazer o teste anti-HIV, se houver alguma relação de risco, sem proteção.
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Folha de São Paulo, 20/12/2009
ANTONIO GOIS
DA SUCURSAL DO RIO
A UFRJ cancelou unilateralmente todos os convênios com o NIH (Instituto Nacional de Saúde, dos EUA), principal financiador do Praça Onze, um dos mais importantes projetos na área de HIV/Aids no país. Com o corte do financiamento, a medida representa, na prática, o fim do projeto, hoje com dez estudos em curso, 40 funcionários e 130 pacientes.
Os acordos com o NIH totalizam US$ 22 milhões, em estudos de prevenção e tratamento para HIV/Aids e tuberculose, previstos para até 2020.
Anteontem, a Fundação Universitária José Bonifácio (FUJB) encaminhou ofício ao fundador e coordenador do Praça Onze, Mauro Schechter, em que veta "qualquer despesa em nome dela ou em nome da Universidade". Em casos emergenciais, gastos devem ser aprovados pela FUJB. Ao menos sete funcionários também foram chamados à fundação para assinar sua demissão.
Possibilidades esgotadas
Em carta a Schechter, o reitor da UFRJ, Aloísio Teixeira, informa que encaminhou ao NIH carta "denunciando, de forma irretratável, os convênios com eles firmados pela UFRJ". Teixeira explica que a anulação se baseia "na constatação de que se esgotaram as possibilidades de encontrarmos um padrão de convivência entre o Projeto Praça 11, a FUJB e a UFRJ".
Desvios e sumiços de recursos de ao menos R$ 1,1 milhão, noticiados pela Folha em julho, ameaçavam paralisar o projeto. A Fundação José Bonifácio (FUJB) e Schechter se acusam pelo descontrole.
As suspeitas levaram o NIH a enviar representante ao Brasil, exigir auditoria e ameaçar suspender o repasse de verbas. A crise já resultou em atrasos de salários e na demissão de 30 funcionários do Praça Onze, desde o começo do ano.
Para Schechter, "o reitor encerra um projeto de 20 anos, dizendo que a UFRJ não quer receber milhões de dólares do governo porque não há boa convivência entre o pesquisador principal e a Fundação José Bonifácio, que não são partes do convênio."
Segundo o professor, a medida pode tornar a UFRJ inadimplente diante do governo norte-americano (são convênios entre os governos, por intermédio da universidade). De acordo com Schechter, quinta acabava o prazo de prestação de contas da UFRJ com o NIH, relativas a 2007.
Teixeira diz que, "reconhecendo a importância dos referidos projetos", dispõe-se a facilitar a transferência para outra instituição de pesquisa que queira abrigá-los.
"Jogado no esgoto"
O membro do Conselho de Curadores da UFRJ -que cuida da partes financeira e patrimonial- Sebastião Amoedo afirmou que é um "projeto caríssimo jogado no esgoto". "Meu quadro é de absoluta desesperança", afirmou.
Cláudio Brazil, responsável pelo contato com os pacientes com HIV, afirmou que existe uma relação de confiança, e muitos estão "bastante abalados" com o provável fim do projeto. "Muita gente já teria morrido não fosse o tratamento que aqui. Alguns, faltando até três anos de atendimento, terão de ser encaminhados para centros fora do Rio, porque no Estado não há outro lugar", disse ele, há seis anos na função e que foi convocado pela FUJB anteontem para assinar a demissão.
Procurada pela Folha, a UFRJ informou que o reitor Aloísio Teixeira não se pronunciaria sobre o caso.
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JB Online, 20/10/2009
Revisão confirma que vacina contra Aids pode ter funcionado REUTERS
WASHINGTON - Os médicos que surpreenderam o mundo científico ao anunciar recentemente uma vacina que teria evitado algumas infecções pelo vírus da Aids divulgaram nesta terça-feira detalhes do seu trabalho e disseram que uma cuidadosa revisão ratificou as impressões iniciais.
Os detalhes do estudo, que mostrou que a vacina experimental evitou quase um terço das infecções entre 16 mil voluntários tailandeses, foram publicados na revista New England Journal of Medicine.
- Essa é uma validação dos resultados - disse Jerome Klim, coronel do Exército dos EUA e médico do Instituto de Pesquisa do Exército Water Reed, em Maryland, um dos coordenadores do estudo.
Kim e seus colegas apresentarão os detalhes nesta terça-feira em uma reunião de pesquisadores da vacina contra a Aids em Paris.
A pesquisa combinou duas vacinas: a Alvac, do laboratório Sanofi-Pasteur, concebida para o combate à chamada varíola dos canários; e a frustrada vacina para Aids Aidsvax, desenvolvida pela empresa californiana VaxGen, que hoje pertence à ONG Global Solutions for Infectious Diseases.
O estudo, patrocinado pelos governos dos EUA e da Tailândia, reduziu em 31,2% a taxa de contaminação ao longo de três anos, segundo uma análise dos dados.
A equipe de Kim salientou que o efeito foi modesto e difícil de interpretar, que a vacina não está nem perto de ter uso comercial, e que ela pode não funcionar para a cepa do HIV prevalecente na África, onde a doença é mais comum.
Dias depois do anúncio dos resultados, em setembro, alguns pesquisadores não-identificados disseram à revista Science e ao The Wall Street Journal que o estudo era mais fraco do que inicialmente pareceu. Eles contestavam os métodos estatísticos usados na análise dos dados.
A equipe de Kim realizou três análises diferentes: uma chamada de análise de intenção de tratamento, outra chamada de análise modificada de intenção de tratamento, e uma terceira chamada análise pró-protocolo.
Kim disse que a análise modificada de intenção de tratamento foi a mais precisa, por excluir sete voluntários que, segundo se soube posteriormente, haviam sido contaminados com o HIV antes de serem vacinados.
Pessoas que questionaram as conclusões, segundo as reportagens, diziam que as análises pró-protocolo e de intenção de tratamento eram estatisticamente insignificantes.
Kim afirmou que sua equipe respondeu aos questionamentos a respeito disso de modo a satisfazer os resenhistas independentes da publicação, um processo chamado revisão por pares, que é um dos serviços fornecidos por publicações médicas e científicas.
WASHINGTON - Os médicos que surpreenderam o mundo científico ao anunciar recentemente uma vacina que teria evitado algumas infecções pelo vírus da Aids divulgaram nesta terça-feira detalhes do seu trabalho e disseram que uma cuidadosa revisão ratificou as impressões iniciais.
Os detalhes do estudo, que mostrou que a vacina experimental evitou quase um terço das infecções entre 16 mil voluntários tailandeses, foram publicados na revista New England Journal of Medicine.
- Essa é uma validação dos resultados - disse Jerome Klim, coronel do Exército dos EUA e médico do Instituto de Pesquisa do Exército Water Reed, em Maryland, um dos coordenadores do estudo.
Kim e seus colegas apresentarão os detalhes nesta terça-feira em uma reunião de pesquisadores da vacina contra a Aids em Paris.
A pesquisa combinou duas vacinas: a Alvac, do laboratório Sanofi-Pasteur, concebida para o combate à chamada varíola dos canários; e a frustrada vacina para Aids Aidsvax, desenvolvida pela empresa californiana VaxGen, que hoje pertence à ONG Global Solutions for Infectious Diseases.
O estudo, patrocinado pelos governos dos EUA e da Tailândia, reduziu em 31,2% a taxa de contaminação ao longo de três anos, segundo uma análise dos dados.
A equipe de Kim salientou que o efeito foi modesto e difícil de interpretar, que a vacina não está nem perto de ter uso comercial, e que ela pode não funcionar para a cepa do HIV prevalecente na África, onde a doença é mais comum.
Dias depois do anúncio dos resultados, em setembro, alguns pesquisadores não-identificados disseram à revista Science e ao The Wall Street Journal que o estudo era mais fraco do que inicialmente pareceu. Eles contestavam os métodos estatísticos usados na análise dos dados.
A equipe de Kim realizou três análises diferentes: uma chamada de análise de intenção de tratamento, outra chamada de análise modificada de intenção de tratamento, e uma terceira chamada análise pró-protocolo.
Kim disse que a análise modificada de intenção de tratamento foi a mais precisa, por excluir sete voluntários que, segundo se soube posteriormente, haviam sido contaminados com o HIV antes de serem vacinados.
Pessoas que questionaram as conclusões, segundo as reportagens, diziam que as análises pró-protocolo e de intenção de tratamento eram estatisticamente insignificantes.
Kim afirmou que sua equipe respondeu aos questionamentos a respeito disso de modo a satisfazer os resenhistas independentes da publicação, um processo chamado revisão por pares, que é um dos serviços fornecidos por publicações médicas e científicas.
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