sábado, 27 de novembro de 2010

Ultradireita republicana declara guerra a governos de esquerda

Sexta-Feira, 26 de Novembro de 2010


Por Niko Schvarz, para o La República (Uruguai)

O encontro, realizado nos salões da Câmara de Representantes, foi caracterizado como uma declaração de guerra contra esses governos da nova América Latina. Os congressistas anfitriões republicanos fizeram o convite sob o alento das eleições de 2 de novembro, que lhes deu o controle da Câmara de Representantes, desbancando os democratas. E ficou claro que aspiram conduzir o governo a um enfrentamento aos governos mencionados, particularmente os da Venezuela, Bolívia, Equador, Nicarágua (foi apresentada uma moção pedindo sua expulsão da OEA) e, é claro, Cuba. O título do encontro era "Perigo nos Andes: ameaças à democracia, aos direitos humanos e à segurança interamericana".

Quem deu a tônica foi a congressista Ileana Ros-Lehtinen, da máfia anticubana de Miami, que passará a presidir a Comissão de Relações Internacionais da Câmara de Representantes.

Ela disse que "agora, mais que nunca, é o momento de os Estados Unidos apoiarem seus amigos" e cooperar "com seus sócios na região para enfrentar o declínio das liberdades democráticas e os direitos humanos" por parte dos governos de Venezuela, Bolívia, Nicarágua e Equador.

É preciso lembrar que a congressista apoia furiosamente o bloqueio contra Cuba e conclamou algumas vezes pela eliminação de Fidel Castro, interveio a favor de um indulto e da libertação do terrorista Orlando Bosch (responsável junto a Posada Carriles, entre outros atos, da explosão do avião da Cubana de Aviación em 1976) e apoiou o golpe de estado em Honduras.

Junto a ela estava Connie Mack, republicano pela Florida e próximo chefe do subcomitê de Relações Exteriores para o Hemisfério Ocidental (ou seja, que se ocupará especialmente da América Latina), que esboçou seu programa de ação nestes termos: "Espero que agora, que teremos uma nova maioria, enfrentemos de maneira frontal a Chávez, que é uma ameaça para a democracia na América Latina e o mundo". (O presidente venezuelano acaba de denunciar um plano para assassiná-lo, para o qual há cerca de US$ 1 milhão disponíveis para executar o conluio).

Entre os think-tanks organizadores deste sabá de feiticeiras ou reunião de bruxos no Capitólio se encontra a Fundação Heritage, da qual são membros proeminentes Otto Reich e Roger Noriega, que também puseram lenha no fogo. São dois velhos urubus, papagaios da política intervencionista dos EUA na América Latina. Otto Reich foi enviado especial para a América Latina do ex-presidente George W. Bush e Noriega foi vice-secretário de Estado para a região do mesmo presidente, o que acentua a convicção de que o objetivo do conclave é ressucitar a política do antecessor de Barack Obama e relação à nossa América.

Otto Reich apoiou o fracassado golpe de Estado de abril de 2002 na Venezuela e contribuiu para a legitimação do golpe em Honduras, em junho de 2009. Quanto ao cubano-estadunidense Roger Noriega, integrante de uma confraria com Otto Reich e o conhecido John Negroponte, foi embaixador dos Estados Unidos na OEA, esteve diretamente envolvido com o escândalo da operação Irã-Contras na Nicarágua e também na guerra civil em El Salvador no princípio dos anos 1980, junto aos esquadrões da morte e no assassinato de vários religiosos.

O cartel de participantes foi completado com personagens como: Luis Núñez, presidente do Comitê Cívico de Santa Cruz, Bolivia, que promove a secessão desse departamento boliviano e integrou a conspiração paramilitar que projetou o assassinato de Evo Morales e terminou há dois anos com a morte do conspirador húngaro-croata Eduardo Rózsa Flores; o ex-presidente boliviano Gonzalo Sánchez de Lozada, responsável da Guerra do Gás, de outubro de 2003 e as sequelas de sua sangrenta repressão e que está fugido nos Estados Unidos, país que se nega a extraditá-lo para a Bolivia; o ex-candidato presidencial e ex-governador boliviano Manfred Reyes Villa, fugitivo da justiça; Guillermo Zuloaga, proprietário do canal venezuelano Globovisión, acusado de corrupção, também fugitivo da justiça e radicado em Miami.

Não podia faltar, é claro, a 'benemérita' Sociedade Interamericana de Prensa (SIP), em cujo nome falou o presidente em fim de mandato Alejandro Aguirre. Esta lista está longe de ser exaustiva.

O embaixador venezuelano nos Estados Unidos, Bernardo Álvarez, disse com razão que esta reunião evidencia que em Washington há quem queira "apagar a luz das novas democracias latino-americanas", que a extrema direita da América Latina conta com o apoio de setores políticos do país do norte do continente para "frear os ares integrantes que sopram na Pátria Grande" e que a "ideia é voltar ao cenário de desestabilização, mas este cenário está condenado ao fracasso".

Documento de Sante Fé
A Heritage Foundation, uma das organizadoras do conclave, é a mesma que, junto com o Grupo de Santa Fé (capital do Novo México) elaborou em maio de 1980 o Documento de Santa Fe 1, dirigido a Ronald Reagan e que continha as linhas mestras de um plano para o domínio unilateral da América Latina. Às vésperas da posse de George W. Bush, surgiu em janeiro de 2001 o 4º Documento de Santa Fe, que revive a Doutrina Monroe, com seu componente abertamente intervencionista e coloca em primeiro plano o poderio militar dos EUA. É com estes antecedentes que a Heritage Foundation participou na reunião do Capitólio.

Tradução: Vermelho.org

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http://www.vermelho.org.br/noticia.php?id_noticia=142359&id_secao=7
25 de Novembro de 2010

Reflexão de Fidel sobre Evo: "Nunca um discurso foi tão oportuno"

Há momentos na história que exigem um discurso, ainda que tão breve quanto “Alea jacta est”, de Júlio César quando atravessou o Rubicão. Teve que atravessá-lo nesse dia, justamente quando os ministros da defesa dos Estados soberanos do Hemisfério Ocidental estavam reunidos na cidade de Santa Cruz, onde os ianques têm encorajado o separatismo e a desintegração da Bolívia.
Por Fidel Castro Ruz
 

Cuba Debate
 
Era segunda-feira e as agências de notícias estavam dedicadas à divulgação e comentários sobre a reunião da Otan [Organização dos países do Tratado Atlântico Norte] em Lisboa, onde essa instituição belicosa, em linguagem arrogante e rude, proclamou seu direito de intervir em qualquer parte do mundo onde sentirem ameaçados os seus interesses.

Ignorava-se por completo o destino de milhares de milhões de pessoas, e as verdadeiras causas da pobreza e do sofrimento da maioria dos habitantes do planeta. O cinismo da Otan merecia uma resposta, e ela veio na voz de um índio aymara da Bolívia, no coração da América do Sul, onde uma civilização mais humana floresceu antes que a conquista, o colonialismo, o desenvolvimento capitalista e o imperialismo impusessem a lei da força bruta, com base no poder das armas e das tecnologias desenvolvidas.

Evo Morales, presidente do país, eleito pela grande maioria do seu povo, com argumentos, dados e realizações irrefutáveis, talvez até mesmo sem conhecer o infame documento da Otan, deu resposta à política que o governo dos EUA pratica historicamente com os povos da América Latina e no Caribe.

A política de poder, expressa através de guerras, crimes, violações da Constituição e das leis; envolvimento de oficiais das forças armadas em conspirações, golpes de Estado, crimes políticos que foram usados para derrubar governos progressistas e instalar regimes de força aos quais sistematicamente oferecem apoio político, militar e da mídia.

Nunca um discurso foi tão oportuno. Usando muitas vezes as formas expressivas de sua língua aymara, disse verdades que passarão à história.

Tentarei sintetizar, utilizando suas próprias palavras e frases, o que ele disse:

"É uma grande satisfação em receber em Santa Cruz de la Sierra os ministros e ministras de Defesa da América, Santa Cruz, terra de Ignacio Warnes, Juan Manuel José Vaca, homens rebeldes de 1810, que lutaram e deram suas vidas pela independência da nossa querida Bolívia. Homens como Andrés Ibáñez, Atahuallpa Tumpa, irmão indígenas que durante a república lutaram pela sua autonomia e pela igualdade dos povos em nossa terra. Bem-vindos à Bolívia, terra de Tupac Katari, terra de Bartolina Sisa, de Simon Bolívar e de tantos homens que deram a sua luta por 200 anos pela independência da Bolívia e de muitos países na América".

"A América Latina vive [...] profundas transformações democráticas nos últimos anos, buscando a igualdade e a dignidade dos povos ...  seguindo os passos de Antonio José de Sucre, Simón Bolívar, de vários líderes indígenas, mestiços, crioulos, que viveram há 200 anos".

"Há exatamente uma semana atrás, celebramos o bicentenário do Exército da Bolívia: em 14 novembro de 1810, índios, mestiços e criollos se organizaram militarmente para lutar contra a dominação espanhola ...
Nos últimos anos a América Latina retoma essa decisão de se libertar, como uma segunda libertação, não só social ou cultural, mas econômica e financeira, dos povos da América Latina".

"... esta IX Conferência de Ministros da Defesa debate gênero e multiculturalidade nas forças armadas, democracia, paz e segurança nas Américas, desastres naturais, assistência humanitária e o papel das forças armadas, um temário acertado, uma agenda bem colocada para discutir a esperança do povo, não apenas da América, mas do mundo ".

"Em 1985 [...] só tinham o direito de ser eleito ou eleger autoridades quem tinha dinheiro, quem tinha profissão e quem falava espanhol ou castelhano. Menos de 10 por cento da população da Bolívia poderia, portanto, participar sendo eleita ou elegendo autoridades, e mais de 90 por cento não tinham direito [...] tem havido diferentes processos [...] algumas reformas, mas no ano de 2009, pela primeira vez com a participação do povo boliviano, uma nova Constituição do Estado Plurinacional foi aprovada pelo povo boliviano. ... Nesta nova Constituição, é claro, entram os setores mais marginalizados [...] que não tinham o direito de ser eleito ou eleger as autoridades do Estado da República da Bolívia".

"Tivemos que gastar mais de 180 anos para fazer mudanças profundas e incorporar esses setores historicamente marginalizados na Bolívia e, espero estar enganado, mas acho que é o único país, não só na América, mas o mundo, que tem 50 por cento de mulheres ministras e 50 por cento de homens."

"Quero dizer a vocês, queridos ministros, ministras, que nunca houve participação como agora. Anteriormente apenas a cor da pele determinava a hierarquia da sociedade, agora, um índio, agora o dirigente de um sindicato, um intelectual, um profissional, um líder empresarial, um militar, um general, democraticamente qualquer um pode ser presidente, antes não havia essa possibilidade, de mudar tanto a Bolívia e a nossa Constituição”.

"Quando esta conferência debate apenas segurança, democracia e paz... rever a história, alterar a legislação, é muito emocionante para mim, é um prazer revisar não só por revisar, mas mudar a democracia na América Latina, a segurança, a paz, na América ou o mundo. Se falarmos da democracia na história da Bolívia, no passado havia apenas uma democracia pactuada, não havia nenhum partido que poderia ganhar com mais do que 50 por cento dos votos, como diz a Constituição do Estado Plurinacional ...".

"... Quando alguns dos nossos adversários - como vocês, em cada país, têm a sua oposição – nos dizem um governo totalitário, um governo autoritário, um governo ditador, que culpa eu tenho se esse programa de governo proposto por um partido tem mais de dois terços em diferentes estruturas do Estado Plurinacional? Só não pude ganhar a prefeitura da cidade de Santa Cruz”.

"E alguns dizem que temos pensamento único, não há pensamento único, só um programa trabalhado com diferentes setores sociais, encabeçados pelos movimentos sociais tradicionais e de trabalhadores consegue esse apoio para mudar a Bolívia. Mas o que nós enfrentamos no caminho, se falamos de democracia, foi conspiração, golpe de Estado, tentativa de golpe de Estado em 2008 [...], cujo coordenador foi o ex-embaixador dos EUA”.

"Eu estava revendo algo da história [...]sobre o golpe de Estado de 1964, quando o presidente era o tenente-coronel Gualberto Villarroel, que disse, como presidente: ‘não sou inimigo dos ricos, mas eu sou mais amigo dos pobres’, o militar patriota foi o primeiro presidente que convocou um congresso indígena. Outro presidente, Germain Bush, disse que não chegou à presidência para servir aos capitalistas. Um militar”.

"O primeiro presidente que nacionalizou os recursos naturais foi um outro oficial, David Toro. Eu estou falando de 1937 ou 38 [...] em 1946 ele foi atacado, ele foi assassinado no palácio... a ofensiva concentrou-se no Palacio Quemado, que fica na mira da rua Illimani, da esquina Bolívar, da Rua do Comércio, da polícia, da parte de trás do edifício de La Salle e da construção Kersul, onde fica o consulado dos Estados Unidos... o fogo vinha do edifício Kersul, do consulado dos EUA, contra o militar patriota que garantiu o primeiro congresso indígena... do consulado dos Estados Unidos, metralharam, atirando para acabar com a vida de um militar, há documentos que relatam”.

"... A história se repete, eu tive que enfrentar um embaixador organizando, planejando acabar meu mandato anti-democraticamente, e eu sinto que isso se repete em todo o mundo”.

"Mas um companheiro, um compatriota nosso, vítima de muitos golpes militares, me disse, ‘presidente Evo, cuidado com a embaixada dos Estados Unidos, houve golpes de Estado em toda a América Latina’, e me disse que só não há um golpe nos Estados Unidos porque não há embaixada dos Estados Unidos. Realmente chego a entender que a história não ouve a verdade dos golpes de Estado”.

"... Nós, os países que enfrentamos tentativas de golpe em 2002 na Venezuela, em 2008 na Bolívia, em 2009 em Honduras e em 2010 no Equador, temos que reconhecer, compatriotas latino-americanos ou da América, que os Estados Unidos venceram em Honduras, que consolidaram o golpe, o império dos EUA ganhou, mas também o povo da América, na Venezuela, na Bolívia e no Equador, venceu. [...] O que será no futuro, nós veremos no futuro".

"... Nós temos o direito de pautar como garantir a democracia em cada país, mas sem golpes ou tentativas de golpes. Mas quando falamos de paz, eu pergunto como pode haver paz se há bases militares. E posso falar disso com algum conhecimento, porque eu tenho sido vítima de tais bases militares dos EUA, a pretexto de combater o tráfico de drogas. Quando eu era um soldado raso das Forças Armadas de 1978, os oficiais e suboficiais me ensinaram a defender a pátria, as Forças Armadas têm que defender a pátria, os militares não podem permitir que qualquer militar estrangeiro uniformizado e armado permaneça na Bolívia”.

"... Quando eu me tornei líder, pessoalmente, testemunho que não só a DEA [Departamento Antidrogas dos EUA] uniformizada e armada conduzia as Forças Armadas ou a Polícia Nacional, mas também, com sua metralhadora, sob o pretexto do combate ao tráfico de drogas, combatia os movimentos sociais, perseguia com seus aviões as marchas de Santa Cruz, de Cochabamba, de Oruro, e não podiam nos encontrar nem com seus aviões, e diziam que eram marchas fantasmas... Chegavam milhares de companheiros trazendo reivindicações e buscando a dignidade e a soberania do nossos povos... estou convencido de que, se nossos povos lutam por essa dignidade, por essa soberania, não se pode deixar fazer essas coisas com bases militares ou intervenções militares. Todos nós, por menores que sejamos, os países chamados subdesenvolvidos, países em via de desenvolvimento, temos soberania. Além do mais, quando eu estava no parlamento, tentaram me fazer aprovar a imunidade para os membros da embaixada dos EUA”.

"O que é imunidade? Que os funcionários da embaixada dos EUA, incluindo o DEA, se cometerem um crime não serão julgados de acordo com as leis bolivianas, era uma carta aberta para matar, ferir, como fizeram na minha região."

"... A paz é a filha legítima da igualdade, da dignidade, da justiça social, se não há dignidade, se não há igualdade, se não há justiça social, não podemos garantir a paz. Há povos que se rebelam porque há injustiça".

"Se para um país, para uma região, a solução é o comunismo, tudo bem, se para outro país é o socialismo, tudo bem, para outro país, o capitalismo, tudo bem, é a decisão democrática de um país. Mas agora que nós ganhamos essa luta, que não podem mais justificar uma doutrina anti-comunista para calar as pessoas, para mudar de presidente, para mudar os governos, vêm com outra doutrina, a guerra contra as drogas”.

"É claro que é obrigação de nós todos o combate às drogas [...] a Bolívia não é a cultura da droga, a Bolívia não é a cultura da cocaína, mas de onde vem a cocaína? Do mercado de países desenvolvidos, que não é de responsabilidade do governo nacional, que no entanto é forçado a combater... Por trás da luta contra o tráfico de drogas não podem haver interesses geopolíticos, pois a pretexto de combater o tráfico de drogas, demonizam os movimentos sociais, criminalizam os movimentos sociais, confundem coca com cocaína, confundem o produtor de folha de coca com o traficante, ou o consumo legal da folha de coca com a dependência das drogas”.

"Por que não lutaram contra a coca antes, no século passado, se a coca faz mal, os europeus foram os primeiros proprietários a explorar a folha de coca, provavelmente faziam também cocaína. Os governos dos Estados Unidos antes davam certificados de reconhecimento para os melhores produtores de folha de coca, por quê? Para que esse produtor de folha de coca pudesse atender aos mineiros, que exploravam o estanho. A intenção era levar esse estanho para os Estados Unidos”.

"... O mundo sabe, você sabe, a chamada guerra contra as drogas fracassou. Há que se mudar essas políticas, é claro. Uma nova política, por exemplo, para acabar com o sigilo bancário. Ou os grandes traficantes, os peixes grandes do narcotráfico, andam carregado seu dinheiro na mochila, viajando de avião? Não! Circulam nos bancos. Por que não pôr fim ao sigilo bancário para acabar com a droga, para controlar o traficante de drogas?”.

"Por que não cada país defender a entrada de drogas no seu próprio país? Com as tecnologias de radar, eu sinto que há capacidade de controlar. Mas não podemos controlar, isso é somente um pretexto, o de combater tráfico de drogas, para que se apliquem políticas de controle sobre todos, especialmente voltadas para tomar os recursos naturais para as corporações transnacionais. "

"Em 17 de novembro, em uma reunião de alguns latino-americanos e alguns congressistas dos EUA, nos Estados Unidos, em um fórum que se chamou ‘o perigo dos Andes, as ameaças à democracia, aos direitos humanos e à segurança norte-americana’... a congressista Ileana Ros-Lehtinen, disse: ‘nos últimos anos temos observado com preocupação os esforços de diversos governantes na região, como Hugo Chávez na Venezuela, Evo Morales na Bolívia, Daniel Ortega na Nicarágua, Rafael Correa no Equador, para consolidar seu poder a qualquer custo necessário. Os membros da aliança Alba, com Chávez na cabeça, um após o outro, manipulam o sistema democrático nos seus países para servir aos seus próprios objetivos autocráticos”.

"É o caso de dizer a essa congressista que não vencemos, como nos Estados Unidos, com uma diferença de um por cento, dois por cento; aqui ganhamos com mais do que 50, ou 60 por cento, e em algumas regiões mais de 80 por cento, isso que é uma verdadeira democracia”.

"O segundo congressista (está falando de Connie Mack, e explica as suas ideias com estas palavras), ... eu não acho que Hugo Chávez esteja louco, e não acho que o enfoque de que o deixemos que se imploda vai funcionar, Hugo Chávez é uma ameaça à liberdade e à democracia na América Latina e ao redor do mundo... Isto é o que mais me preocupa, espero que ao nos tornarmos a próxima maioria no próximo Congresso, como presidente do subcomitê façamos exatamente isso, nos encarreguemos de Chávez. Derrotar politicamente ou fisicamente".

Em seguida Evo diz:

"Eu diria que esse congressista Connie Mack já é um assassino confesso ou um conspirador confesso do companheiro irmão presidente da Venezuela, Hugo Chávez. Se algo acontecer com a vida de Hugo Chávez é da exclusiva responsabilidade desse congressista dos Estados Unidos, ele disse publicamente e está por escrito na mídia e em seu discurso".

"Eu estava verificando por qual motivo, por que Cuba foi expulsa em 1962. Por ser leninista, marxista e comunista, expulsaram Cuba da OEA. Agora a nova doutrina é uma doutrina anti-Alba e os seus países organizados. Cumprimentamos Fidel, cumprimentamos Chávez, e outros presidentes, por construírem um instrumento como a Alba, um instrumento de integração, de solidariedade, solidariedade incondicional, que partilha em vez de competir, que pratica políticas de complementaridade e não de competição”.

"... Eu admiro alguns de meus oficiais militares que relataram em detalhes sobre os treinamentos que fazem a cada ano numa base rotativa nos diferentes países da América. Para o quê? Para ensiná-los como acabar com tais países revolucionários, países que estão fazendo mudanças democráticas profundas, treinamentos inclusive para praticar ou ensinar aos franco atiradores que matem os líderes”.

"... Para o movimento indígena [...] este planeta, ou a Mãe Terra, que chamam de Pachamama, pode existir sem o ser humano, mas o ser humano não podem viver sem o planeta, a Pachamama".

“... a nova Constituição garantirá uma economia plural, e essa economia plural garantirá a propriedade privada, garantirá a propriedade comunal, estatal, de todos os setores sociais, mas quando falamos de capitalismo estamos falando deste desenvolvimento irracional, irresponsável, ilimitado”.

“... consideramos que para resolver, a médio e longo prazo, a melhor solução para acabar com os desastres naturais é acabar com o capitalismo, substituindo essas políticas de exagerada industrialização. Claro que todos os países querem se industrializar, industrialização para a vida, para o ser humano e não uma industrialização para acabar com a vida, com os seres humanos. Há doutrinas que proclamam e promovem a guerra, e isso tem que terminar. E, sim, temos que acabar com essas grandes indústrias de armamentos que acabam com a vida”.

“... o povo sente que tem Forças Armadas para o povo. Agora felizmente temos duas estruturas importantes no Estado Plurinacional: os movimentos sociais que defendem seus recursos naturais e as Forças Armadas, também defendendo os recursos naturais. Se voltarmos a 1810, claro, as Forças Armadas nasceram defendendo os recursos naturais, a identidade, a soberania de nosso povo. Só em alguns momentos fizeram um mau uso de nossas Forças Armadas, não por culpa dos comandantes, e sim pelos interesses oligárquicos ou estranhos a nosso povo, que evidentemente nos fizeram muito mal.”

“... com a imposição de políticas ‘pelo alto’ e de fora, que vinham do Fundo Monetário Internacional e do Banco Mundial, privatizações, desnacionalização de empresas públicas”.

"...Dos lucros do solo [...] ficavam 18 por cento para os bolivianos e 82 por cento iam para as empresas transnacionais. Em primeiro de maio de 2006, através de um decreto presidencial, em primeiro lugar decidimos o controle do Estado dos nossos recursos naturais, segundo, convencidos de que quem investe tem o direito de recuperar o seu investimento, e tem o direito de ter lucros, dissemos que agora eles poderiam ter 18 por cento do lucro e ainda assim recuperar o seu investimento, pois isso os técnicos me demostraram, e em maio de 2006, 82 por cento ficaram sendo dos bolivianos e 18 por cento para as empresas que transnacionais investidoras, ou seja, fizemos a nacionalização respeitando os investimentos".

Evo concluiu seu discurso, fornecendo dados irrefutáveis sobre os resultados econômicos obtidos pela revolução.

"Antes, o produto interno bruto de US $ 9 bilhões em 2005. Em 2010, tivemos 18,5 bilhões de dólares americanos de Produto Interno Bruto”.

"... Com o Banco Mundial e o Fundo Monetário Internacional, o rendimento médio por pessoa era de mil dólares por ano [...] no nosso governo, é de 1 900 dólares".

"... Em 2005 a Bolívia foi o penúltimo país em reservas internacionais, agora temos melhorado, a Bolívia tinha reservas internacionais de US $ 1,7 bilhões, agora, este ano, temos 9,3 bilhões de dólares ..."

"... Quando o governo dependia dos Estados Unidos não poderia mesmo erradicar o analfabetismo. Através da cooperação incondicional de Cuba, especialmente, e também da Venezuela, há dois anos atrás declaramos a Bolívia território livre do analfabetismo, depois de quase 200 anos”.

"Em troca desta colaboração de Cuba o que nos pedem? Nada, isso se chama solidariedade, compartilhar o pouco que temos e não apenas aquilo que nos sobra, isso eu aprendi com o companheiro Fidel, e lhe tenho grande admiração."

Por pura modéstia, Evo não mencionou os avanços colossais obtidos pelo povo boliviano em matéria de saúde. Somente no campo da oftalmologia, cerca de 500 mil bolivianos fizeram cirurgias oculares, os serviços de saúde chegam a todos os bolivianos e cerca de 5 mil especialistas em Medicina Geral Integral estão se formando e em breve irão receber o seu diploma. Este país irmão latino-americano tem todas as razões para se sentir orgulhoso.

Evo conclui:

"...Sem o Fundo Monetário Internacional, ou seja, sem a imposição de políticas econômicas de privatização, de leilões, pudemos melhorar a vida democrática, sem depender dos Estados Unidos, melhoramos a nossa democracia na América Latina, esse é o resultado de cinco anos de mandato como presidente".

"... Que os povos tenham o direito de decidir por si próprios sobre a sua democracia, sua segurança. Enquanto houver atitudes intervencionistas, sob qualquer pretexto [...] certamente vai demorar a libertação dos povos, e mais cedo ou mais tarde o povo, como estamos vendo, vai se rebelar”.

"Por isso estou convencido da rebelião à revolução, da revolução à descolonização...".

Após o discurso de Evo, apenas 48 horas depois, caiu como um raio o discurso de Chávez. As luzes da rebelião estavam iluminando os céus da nossa América.

...
O governo bolivariano da Venezuela estava ante um sério e provocador desafio. Era uma questão muito delicada. Me perguntava qual seria a reação de Chávez. A primeira resposta enérgica partiu de Evo Morales, em seu discurso brilhante e sincero que nosso povo já conhece hoje. Dois dias atrás, na terça-feira 23, foi anunciado que Chávez abordaria o tema na Assembleia Nacional.

"Eu vou, na verdade,  ser breve...  Estamos aqui saindo em defesa da pátria humana; alguém poderia dizer, inclusive, em defesa da possibilidade humana. Eu trouxe alguns livros [...] Esse foi o mesmo exemplar, já está um pouquinho desgastado, que eu levantei lá nas Nações Unidas: (um livro de Noam) Chomsky, Hegemonia ou Sobrevivência - sigo recomendo este livro: A estratégia imperialista dos EUA, Noam Chomsky. Eva o mencionou e lembrou-nos deste nobre do pensamento crítico, do pensamento criador, da filosofia, da luta pela humanidade.

"Tenho aqui a continuação deste, Estados falidos: o abuso de poder e o ataque à democracia. Aqui, nada mais, nada menos, Chomsky argumenta que o primeiro estado fracassado neste mundo é o estado norte-americano, um Estado falido, uma ameaça real para todo o planeta, para todo o mundo, para a espécie humana".

"Aqui há uma parte da entrevista, das conversas, onde Chomsky faz reflexões sobre a América Latina e sobre a Venezuela, de maniera muito corajosa, muito objetiva e generosa, defendendo o nosso processo revolucionário, defendendo o nosso povo, defendendo o direito que temos e estamos exercendo de construirmos o nosso próprio caminho, como todos os povos do mundo o têm, e o império ianque ignora este direito e pretende continuar ignorando.

"No mesmíssimo capitólio federal, na mesmíssima Washington, se reuniu, se instalou uma cúpula de terroristas; uma cúpula, uma patota - diriam os argentinos, e nós também, venezuelanos, falamos de patota -, uma verdadeira patota de delinquentes, fraudadores, terroristas, ladrões, malandros, que se juntaram e, apoiados por "prestigiosas" figuras do estabelecimento, do establishment, não só das correntes da extrema-direita republicana, mas também do Partido Democrata, lançaram - como já foi dito aqui, Eva disse, Roy disse no documento maravilhoso que leu, um documento de Estado, um documento nacional - abertamente uma ameaça contra a Venezuela, contra os países e os povos da Aliança Bolivariana.


"Não é novo, Eva, não é novo tudo isso que você denuncia aí, de eles enviarem milhões de dólares, apoio logístico. Não. Desde aquela época, o governo dos Estados Unidos enviava armas e suprimentos para as tropas imperialistas da Espanha. E é famoso. Assim o repassa em parte, esse bom escritor cubano, Francisco Pividal, em outro livro que eu nunca deixo de recomendar: Bolivar, pensamento precursor do anti-imperialismo. Se lê como um tiro. E há um conjunto de citações maravilhosas aqui. E você assinalava uma.

"Mas em algumas partes de algumas dessas cartas de Bolívar a Irving - creio que foi a última que ele enviou -, quando Irving já começava a ameaçar o uso da força, Bolívar disse: Eu não vou cair em provocação, nem nessa linguagem. Eu só quero dizer-lhe, Sr. Irving - por aí está escrito, vou parafrasear, porque é a idéia, é a dignidade de nosso pai Bolívar o que se impõe, o que importa neste salão cheio de magia, cheio de símbolos, cheio de pátria, cheio de sonhos, cheio de esperança, cheio de dignidade. Bolívar lhe disse: Saiba você, Sr. Irving, que mais da metade, ou a metade - era 1819 e já se ia quase uma década de guerra até a morte -, ou quase a metade dos venezuelanos e venezuelanas morreram na luta contra o império espanhol, a outra metade dos que aqui ficaramos estamos ansiosos para seguir esse mesmo caminho se a Venezuela tiver que enfrentar o mundo inteiro por sua independência, sua dignidade.

"Esse era, esse é Bolívar, e aqui estamos seus filhos, suas filhas, dispostos ao mesmo. Se o império ianque, com todo seu poderio, do qual rimos, não, há que levá-lo a sério - como bem nos recomenda Eva -, decide agredir, continuar agredindo e agredindo abertamente a Venezuela para tentar impedir essa revolução, aqui estamos dispostos, saibam, senhor império e suas personificações, que aqui nós estamos dispostos ao mesmo: a morrermos todos por esta pátria e sua dignidade!

"Haveria que se perguntar, essa cúpula do terrorismo que se reuniu em Washington, alguns venezuelanos, bolivianos, genocidas - como se perguntava ontem um bom jornalista em uma entrevista -, seria bom saber que passaporte estão usando esses criminosos, por onde entraram, se alguns deles estão no código vermelho da Interpol. Fácil chegaram e chegam e caminham pelas ruas de Washington, que lhes acolhem. Por isso tem razão Noam Chomsky. Repito junto a Noam Chomsky: O Estado dos EUA é um Estado falido que atua fora da lei internacional, não respeita absolutamente nada e se sente, além disso, com o direito de fazê-lo, não presta contas a ninguém. É uma ameaça não só para a Venezuela e para os povos do mundo, mas para seu próprio povo, povo que é constantemente agredido por esse estado anti-democrático.

"Olhem, aqui só um resumo. Wikileaks, se lembram, certo?
"O que dirá essa senhora representante , fascista, que nos chama, a Evo, Correa e eu, de bandidos? Foragida é ela, e bem poderia um tribunal venezuelano solicitar a extradição dessa fugitiva por estar cometendo delitos e conspirando, e muitas outras coisas, contra a soberania de nosso país. É uma foragida. Assinalá-la ante o mundo é o que resta, e outros bandidos.
"O que dirão esses bandidos sobre isso, por exemplo?

"Leio: 'O que dirá o Parlamento norte-americano sobre esses relatórios, sobre esses documentos que eram secretos e foram agora publicados neste site Wikileaks? O que significa Wikileaks? Assim como Chávez Candanga.

"'Em 15 de março de 2010, Wiki Candanga tornou público um informe do Departamento de Defesa dos Estados Unidos. Nele, que tratava de várias divulgações, protagonizadas por esta página, relacionadas aos interesses dos EUA, e propunha várias formas de marginalizá-la: o vídeo de assassinatos de jornalistas'. Aqui estão alguns dos documentos, que são públicos. Era preciso ver se alguma autoridade dos EUA toma qualquer iniciativa ante esses crimes, ou estes supostos crimes, certo? Não sou o juiz para determinar isso. Supostos crimes graves cometidos por cidadãos de seu país, civis, militares, pelo seu governo.

"Leio: 'Em 05 de abril de 2010, Wikileaks publicou um vídeo que mostra como as soldados estadunidenses assassinam o repórter da Reuters, Namir Noor-Eldeen, seu assistente e outras nove pessoas. Se vê claramente que nenhuma das pessoas ameaçava atacar o helicóptero Apache a partir do qual foram alvejadas. Embora a agência de notícias Reuters tenha solicitado em numerosas ocasiões, o vídeo sempre lhe foi negado, até que Wikileaks conseguiu esse vídeo inédito que pôs xeque o aparato militar dos EUA.'

"Mais uma vez, o que dirão as Nações Unidas? O que aconteceria se isso ocorresse em alguns dos países da Alba? O quê? O que dirá a OEA, o que vai dizer o Conselho de Segurança da ONU, o Conselho de Direitos Humanos? O que dirá a tristemente célebre Corte Internacional dos Direitos Humanos? Para que vejamos a dupla moral com que se medem aqui direitos humanos, o respeito à vida, o terrorismo e todos esses fenômenos.

"Diários de guerra no Afeganistão também foram publicados. Registros da guerra do Iraque. Fixem-se nesta frase: '22 de outubro de 2010' - há poucos dias - 'Wikileaks torna público em seu site um compêndio chamado Documento da guerra no Iraque, com 391.831 documentos que vazaram do Pentágono, sobre a guerra do Iraque e sua ocupação, entre 01 de janeiro de 2004 e 31 de dezembro de 2009, nos quais são revelados, entre outras coisas, o uso sistemático das torturas, a cifra de 109.032 mortos no Iraque - dos quais 61.081 eram civis, o equivalente a 63%; 23.984 'inimigos rotulados como insurgentes', 15.196 chamados 'do país anfitrião'. Que maneira de visitar um país! 'E 3.771 mortos 'amigos', forças da coalizão. Os documentos revelam que a cada dia, morreram 31 civis, em média, durante um período de seis anos'.

"Quem investiga isso? Quem é responsável por isso? Não, é o império, é o Estado falido norte-americano. Leio esta frase: 'Estes documentos que estão organizados em ordem cronológica e por categorias descrevem ações militares mortais que afetam o Exército dos Estados Unidos, incluindo o número de mortos, feridos e detidos, como resultado dessas ações, bem como a localização geográfica exata de cada evento; além disso, detalha as unidades militares envolvidas e as armas utilizadas'. Detalhes suficientes para uma investigação.

"O que dirá o Congresso dos Estados Unidos sobre este assunto? Lá está nosso embaixador em Washington. És ainda embaixador lá? Sim, é embaixador. Que saibamos aqui, não se disse nada, certo?

"Aqui diz: 'A maioria dos registros do diário foram escritos por soldados e membros dos Serviços de Inteligência, que escutavam os relatos transmitidos por rádio a partir da linha de frente de combate.

"'Vítimas civis provocadas pela força de coalizão. Ao mesmo tempo - diz aqui -, veio à luz um grande número de ataques e mortes, em conseqüência dos disparos das tropas contra motoristas desarmados, ante o temor de que estes fossem terroristas suicidas.

"'Um relatório detalha como uma criança foi assassinada e outra ficou ferida quando o carro em que viajavam foi alvejado por soldados. Em compensação por este ataque, pagaram para suas famílias 100 mil afeganis pela criança morta, 1.600 euros'. O capitalismo paga 20 mil afeganis, 335 euros, por ferido, e 10 mil afeganis, 167 euros, por veículo. E a tudo isso chamam, nos relatórios, de 'pequenas tragédias', 'pequenas tragédias'. Esta é a grande ameaça, a maior ameaça que o mundo vive hoje.

"O império ianque, sem dúvidas, entrou numa fase de declínio político, econômico e, acima de tudo, ético; mas quem pode negar o seu grande poderio militar, que, conjugando estes fatores, o converte no mais poderoso império da história da Terra, em uma ameaça muito maior para nossos povos. O que nos resta? Também já foi dito: unidade, unidade e mais unidade.

"E Eva nos lembra. Como é que aqui ainda continua sendo permitido que nós, tendo essa constituição - quanto custou, quantos anos de batalha, quanto suor, quanto sangue, quantos esforços; aqui está muito claramente estabelecido, também está ali na primeira constituição, a primeira ata de independência e nossa primeira constituição, somos um país soberano - sob pena de que nos chamem novamente de 'a pátria boba ou a revolução boba" ou, se queremos usar uma expressão mais popular, de 'a revolução estúpida'... Como nós vamos permitir que partidos políticos, ONG's, personalidades da contrarrevolução continuem a ser financiados com milhões e milhões de dólares do imperialismo ianque e caminhem por aí fazendo uso da plena liberdade de abusar e violar nossa Constituição e de tentar desestabilizar o país?

"Imploro que se faça uma lei muito severa para impedir isso. Essa deve ser a forma como nós devemos reagir à agressão imperial, à ameaça imperial, radicalizando posições, não afrouxando absolutamente nada, ajustando posições, fincando o passo, consolidando a unidade revolucionária. Não só um Parlamento muito mais à esquerda, muito mais radicalmente à esquerda. Necessitamos de um governo muito mais radicalmente à esquerda, uma força armada, general Rangel - general-em-chefe, que será empossado no fim do sábado, que é dia 27 de novembro, Dia da Força Aérea -, muito mais radicalmente revolucionária, junto ao povo.

"Não deve haver lugar em nossas fileiras civis, militares, para as meias-medidas. Não, uma única linha: radicalizar a revolução! Isso deve sentir essa grosseira burguesia apátrida. Esta burguesia venezuelana, sem vergonha e sem pátria, deve sentir, deve saber que não é gratuito que um de seus mais notáveis representantes vá ao mesmíssimo Congresso do império para arremeter contra a Venezuela e que siga tendo aqui um canal de televisão. E assim por diante, e assim por diante! A burguesia venezuelana deve saber que vai custar caro a agressão contra o povo, e que não andará passeando por aí.

"Fidel Castro vem, há vários meses, alertando sobre os graves riscos de uma guerra nuclear. Recentemente eu estive lá novamente e ele me explicava, desenvolvia seu pensamento - já o conhecemos bastante, mas, claro, não há nada melhor que conversar - e me dizia: 'Chávez, qualquer tiro nessa área, cheia de armas de destruição em massa, de armas atômicas, pode se transformar em uma guerra que poderia ser, em primeiro lugar, convencional ... ", mas ele está convencido de que vai diretamente dar em uma guerra nuclear, que poderia marcar o fim da espécie humana. Assim, o perigo não está nos Andes, esquálidos de Washington, o perigo é global.

"Abaixo o império ianque", exclamou, por fim, e saldou com vivas a Alba, a Pátria e a Revolução. Não há a menor dúvida de que Chávez, um homem de profissão militar, mas muito mais apegado à persuasão e ao diálogo que à força, não hesitará em impedir que a direita pró-imperialista e anti-patriótica lance venezuelanos ludibriados contra a força pública para ensanguentar as ruas da Venezuela.

Na Bolívia e na Venezuela, a máfia imperialiasta recebeu uma resposta tão clara e vigorosa como talvez nem imaginasse.


Fidel Castro Ruz

Fonte: CubaDebate
Tradução: Luana Bonone

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