sábado, 10 de setembro de 2011

Vietnã: guerra, consequências e renovação

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Sábado, 10 de Setembro de 2011

Vietnã: guerra, consequências e renovação


9/9/2011 12:41,  Por Redação- Rio de Janeiro

Após lutar contra franceses e japoneses, no ano de 1959 o Vietnã entra em mais uma guerra, que se revelaria, talvez, na maior tragédia de sua história. Apoiando a República do Vietnã (Vietnã do Sul), estavam os EUA e a Coréia do Sul; do outro lado, a República Democrática do Vietnã (Vietnã do Norte), amparada pela Frente Nacional para a Libertação do Vietnã (FNL), China, Coréia do Norte e URSS.

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Os EUA pretendiam acabar com a ameaça socialista, destruindo o Vietnã do Norte com bombardeamentos aéreos e armas químicas, como os agentes derramados sobre as florestas que retiravam o abrigo natural dos guerrilheiros vietcongs, das milícias da FNL. O exército yankee despejou sobre o Vietnã uma quantidade de bombas superior a que foi empregada em todas as batalhas da Segunda Guerra Mundial.
Entretanto, as tropas norte-americanas estavam cada vez mais tomadas pelo medo e incapazes de defender suas posições territoriais. Os vietcongs tinham domínio das especificidades de seu território, onde espalhavam minas e armadilhas, e se escondiam nos milhares de quilômetros de galerias subterrâneas existentes.
- A supremacia deles era tecnológica. Mas o armamento dos norte-americanos era para guerra à distância, com aviões, foguetes e bombas. Nós reduzimos o espaço, forçamos o combate no quintal de suas tropas. As armas modernas não tiveram serventia nem substituíram sua falta de moral para a luta, recorda um veterano da guerra, o general Do Xuan Cong, durante comemoração aos 35 anos do fim da guerra, em 2010, em Hanói.
Consequências
Cerca de quatro milhões de vietnamitas morreram, além de outros dois milhões de cambojanos e laocianos, arrastados para a guerra com a propagação do conflito, contra 50 mil vítimas entre os soldados dos EUA.
A mídia cobriu diária e intensamente o conflito, que dividiu a opinião pública norte-americana e mundial, culminando nos Acordos de Paz de Paris em 1973, e causando a retirada das tropas das terras vietnamitas.
Para os Estados Unidos, a derrota na Guerra do Vietnã causou profundos reflexos na sua cultura, na indústria cinematográfica e grande mudança na sua política exterior. Os ex-combatentes, que durante a guerra haviam tido contato com drogas pesadas, formaram em sua volta ao país o embrião do maior mercado consumidor de tóxicos mundial.
O Vietnã do Norte saiu da guerra vitorioso e o país foi reunificado em 1976 sob o regime socialista, mas estava destruído em termos populacionais e de infra-estrutura, encarando profunda crise econômica. O Vietnã, agora República Socialista do Vietnã, conheceu o drama do boat people: milhares de refugiados se lançando ao Mar da China em todos os tipos de embarcações, em busca de abrigo
Atualidade
No final dos anos 1980, a situação econômica começou a mudar. O Vietnã socialista teve que se repensar, adotando então uma “economia de mercado orientada ao socialismo”. Essa medida de abertura econômica permitiu a convivência de pequenas empresas com companhias estatais, de propriedades familiares, cooperativas, com corporações estrangeiras.
- A economia de mercado é produto da História, não uma invenção do capitalismo, afirma Nguyen Viet Thong, secretário-geral do Conselho Teórico do Partido Comunista. “Para nós, é um instrumento de desenvolvimento. Não se pode falar a sério em socialismo e igualdade com pobreza e atraso. Não abdicamos das idéias marxistas, ao contrário”.
A política, chamada dao moi (renovação, na língua vietnamita) implantou a reforma agrária e industrial no país, e abriu as portas do país para o investimento estrangeiro.
Os resultados enchem a economia local e mundial de otimismo: o PIB, entre 1990 e 1997, prosperou a uma média anual de 8%. O Vietnã, mesmo com a crise mundial, cresceu 5,3% em 2009.
Hoje, é o segundo maior exportador mundial de arroz, o maior de caju e pimenta negra, além de desempenho relevante na venda de chá, café, borracha e peixe. O Vietnã, que até meados dos anos 1980 se via assombrado pela fome, hoje exporta alimentos.

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