BC de Tombini desconcerta os neolibelês (*). Quem mandou derrubar os juros ?
- Publicado em 01/09/2011
Na primeira página, o Valor anuncia a hecatombe universal.
Tombini cortou 0,5 ponto percentual da Selic porque há um “inquestionável” (sim, agora se usa adjetivo em “reportagem” de Economia …) desaquecimento da economia doméstica.
Além da “forte (sic) deterioração da situação externa”.
Na primeira página da Folha lê-se que o Banco Central agiu “sob pressão” (sic).
Qual ? A irrelevância do PiG ?
Contam amigos navegantes que, nesta quarta-feira, à noitinha, na rádio que troca a notícia, a CBN, a Urubóloga e um âncora gastaram 96 minutos da santa paciência do ouvinte com uma análise profunda sobre o que o Tombini ia fazer.
Erraram tudo.
Por que não esperaram a decisão que vinha a seguir ?
Não ! Eles sabem mais …
Na Folha, ainda, na segunda página, se sabe que não há explicação possível para o gesto irresponsável do Tombini: ele cedeu à pressão (vai ver que essa é a “pressão” …) política (só pode ser da Presidenta).
Quando o Henrique Meirelles, que foi presidente mundial do BankBoston e, ocasionalmente do Banco Central, aumentou os juros, no auge da crise do banco Lehmann, em 2008, ninguém disse que ele agiu “sob pressão” dos pares – os banqueiros.
Clique aqui para ler “A Presidenta avisou: corta que os juros caem”, onde há referência a uma “traição” do Meirelles descrita pelo Delfim.
O que Tombini deixou claro, primeiro, é que não fez nem pretende fazer carreira em banco privado. Segundo, que, de fato, o esforço que o Governo Dilma faz para cortar gastos vai dar certo.
E, terceiro, que “o jornalismo de Economia no Brasil não é uma coisa nem outra”.
A frase é do Delfim, mas ele nega peremptoriamente.
Paulo Henrique Amorim
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http://www.viomundo.com.br/
A queda nos juros e o choro livre
31/08/2011 – 20h46
Juros caem pela 1ª vez no governo Dilma e vão a 12%
Do UOL Economia, em São Paulo
O Comitê de Política Monetária (Copom), do Banco Central, decidiu nesta quarta-feira (31) cortar a taxa básica de juros (a Selic) em 0,5 ponto percentual, indo de 12,5% para 12% ao ano. Depois de cinco altas seguidas, esta é a primeira vez no governo Dilma, iniciado em janeiro deste ano, em que a taxa é reduzida. De qualquer forma, ela continua sendo a maior desde janeiro de 2009, quando era de 12,75%. Analistas esperavam uma parada na alta dos juros, mas uma queda de 0,5 ponto surpreendeu. A Selic é usada pelo BC para tentar controlar o consumo e a inflação. O Copom ficou dividido: foram cinco votos pela redução e dois pela manutenção da taxa em 12,5%. Em nota distribuída após a reunião, o Copom diz que houve queda nas projeções de crescimento da economia global, o que permitiu reduzir a taxa de juros. “Reavaliando o cenário internacional, o Copom considera que houve substancial deterioração, consubstanciada, por exemplo, em reduções generalizadas e de grande magnitude nas projeções de crescimento para os principais blocos econômicos”, diz a nota.
Na segunda-feira, o governo anunciou economia extra de R$ 10 bilhões para enfrentar a crise e esperava uma redução dos juros. A economia adicional significa aumento da meta do superavit primário do governo federal, de R$ 81,7 bilhões para R$ 91,7 bilhões. Superavit primário é quanto o governo consegue economizar para pagar sua dívida. Entre outras coisas, o governo pretendia que os juros caíssem. O ministro Guido Mantega (Fazenda) disse que o aumento da economia também permitirá que os juros caiam. “Abre espaço para queda da taxa de juros, quando o Banco Central entender que é possível.”
Esta foi a sexta reunião do Copom sob o mandato da presidente Dilma Rousseff e com o BC sob o comando de Alexandre Tombini. Nas cinco reuniões anteriores, o comitê decidiu elevar a taxa. Nas duas primeiras, a alta foi de 0,5 ponto percentual. Em outras três posteriores, o aumento foi de 0,25 ponto percentual. No início do governo Dilma, a Selic estava em 10,75% e agora registra 12% ao ano. O próximo encontro do Copom será nos dias 18 e 19 de outubro.
A alta de preços ocorre quando há muita procura por produtos e menos quantidade para atender a essa necessidade. A elevação dos juros é o principal método utilizado para o BC para perseguir o centro da meta de inflação, medida pelo índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que é de 4,5% para este ano. A meta pode ter variação de dois pontos percentuais para cima ou para baixo, ou seja, a inflação poderia ir de 2,5% a 6,5%. Nos últimos 12 meses, até julho, a inflação acumula alta de 6,87%, a maior taxa desde junho de 2005, e ficou, portanto, acima do limite máximo da meta do governo (os 6,5%).
O governo vem adotando medidas para desestimular o consumo: aumentou o valor do pagamento mínimo da fatura do cartão de crédito; elevou o IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) sobre gastos no cartão de crédito fora do país e sobre captações de recursos no exterior; tornou obrigatório uma entrada de pelo menos 20% nos financiamentos entre 24 e 36 meses para carros novos ou usados.
Outra forma de frear o consumo é por meio da Selic, a taxa básica de juros. Ela é usada como base, por exemplo, para os juros cobrados quando se parcela uma compra ou se pede dinheiro emprestado no banco. Se os juros básicos aumentam, as lojas fazem o mesmo com o crediário. Com juros altos, as prestações ficam mais caras e as pessoas compram menos, o que restringe o aumento dos preços. No caso de redução dos juros, o receio do governo é que haja muitas compras e as indústrias não consigam produzir o suficiente.
Quando isso acontece, há falta de produtos no mercado, e os que existem ficam mais caros -é a chamada lei da oferta e da procura.
Juros altos são bons para algumas aplicações. Um aspecto dos juros altos é que eles remuneram melhor as aplicações financeiras. Isso é bom para os especuladores brasileiros e também para os estrangeiros que procuram o país.
Quando alguém investe em fundos ou títulos públicos, por exemplo, recebe um rendimento mensal maior se os juros estiverem mais altos. Por outro lado, os juros altos prejudicam as empresas, que ficam mais receosas de tomar empréstimos para investir em expansão. Por isso os empresários reclamam dos juros altos. Nesse cenário, também se torna mais difícil a criação de empregos.O Copom foi instituído em junho de 1996 para estabelecer as diretrizes da política monetária e definir a taxa de juros.
(Com informações da Reuters)
PS do Viomundo: Obviamente que o Estadão chora copiosamente, hoje, em todas as páginas.
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