segunda-feira, 5 de setembro de 2011

Quando confiamos no diabo

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http://www.viomundo.com.br/politica/battisti-eis-o-que-acontece-quando-se-deixa-o-diabo-aproximar-da-gente.html


5 de setembro de 2011 
 

“Eis o que acontece quando deixamos o diabo se aproximar da gente”



Companheiros,

Estou me dirigindo a todos (as) que se solidarizam com Cesare Battisti, diante da absurda perseguição que vem sofrendo há 30 anos, com calúnias e infames, julgamento arbitrário e a revelia pela justiça italiana que o obrigou a se tornar um eterno fugitivo e por fim preso por vários anos. Neste momento o companheiro Cesare obtém seus documentos de visto permanente como imigrante no Brasil e aceita dar suas primeiras entrevistas a imprensa.
Quero dizer que me sinto responsável por trazer a minha casa, onde está hospedado o companheiro Cesare, o jornalista João Carlos Magalhães da Folha de S. Paulo, que acabou fazendo a matéria, que certamente foi o que de pior já publicou sobre Cesare Battisti no Brasil.
Este jornalista no qual confiei e fiz confiar ao Cesare, é meu sobrinho e é filho de pais de esquerda, sendo que o pai foi um perseguido político preso e torturado pela Ditadura Militar e que se manteve até hoje, com 75 anos como revolucionário coerente.
Foi com a maior surpresa e decepção que leio a matéria infame publicada pela Folha de São Paulo, de domingo, 04 de Setembro de 2011, em que o Sr. João Carlos Magalhães rompendo com todos os acordos feito comigo e com o próprio Cesare de imparcialidade, publica esta matéria com o claro objetivo de provocar a Direita e por outro lado, indispor Cesare com todos os que o apóiam, negando suas convicções.
Posso afirmar, após dois meses e meio de convívio e discussões constantes no que o Cesare absolutamente pensa o que diz a manchete da matéria da Folha de São Paulo. Infelizmente Cesare Battisti como imigrante e principalmente no seu caso, não pode se pronunciar politicamente.
Por fim, quero dizer que o que fez o Sr. João Carlos Magalhães foi uma traição, quanto à Folha de São Paulo nada mais fez que manter sua coerência com a sua linha editorial de direita, parcial e de desinformação.

Magno de Carvalho Costa.
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Queridos amigos (as) e companheiros (as),

Sinto necessidade de dirigir-me a todos vocês, depois de ler a enésima ópera de desinformação, perpetrada pela Folha de São Paulo, publicada hoje, domingo, 04 de Setembro de 2011. A covardia desse jornal e de seus redatores, não conhece limites. Apesar de ser a Folha de São Paulo, recebi o “jornalista” João Carvalho Magalhães por ter uma boa recomendação.
A expectativa era que este jornalista iria provar que a Folha iria resgatar a sua “imparcialidade”, que nunca demonstrou em todas as suas matérias anteriores sobre mim. Eis que vendo a matéria tenho que admitir a grande ingenuidade. O acordo com este suposto jornalista era que eu não queria tratar assuntos polêmicos com o Governo Italiano, nem com autoridades Brasileiras e que ele centraria a matéria sobre o homem e o escritor.
O trabalho de desinformação e de manipulação foi feito de maneira cientifica: de um lado, ele permite que se coloque na primeira pagina, uma foto aonde eu apareço feliz da vida com gargalhadas e cervejas, cujo titulo e legenda “La dolce vita clandestina” serve para dizer a Itália que eu estou me lixando dos dramáticos anos 70; por outro lado, ele tenta quebrar o inegável apoio a minha causa dada pelos companheiros de vários países, titulando a pagina 10 do primeiro caderno “Revolução, isso é uma piada”.
Agora vem a safadeza: ele mesmo me levou ao bar só na intenção de tomar essa foto, em seguida, a pergunta se acredito ainda na revolução pela via das armas, ele distorce propositalmente a minha posição: “A luta armada não é mais viável hoje, em países como por exemplo, o Brasil”– para fazer-me parecer aos olhos do movimento revolucionário um cínico que só aproveitou da solidariedade de companheiros.
Eis o que acontece quando se deixa o diabo aproximar da gente.
Tenho a precisar que a responsabilidade desta imprudência é só minha e por isso peço desculpas a todos vocês que me acompanharam irrepreensivelmente desde o início desta história.

Um abraço, Cesare Battisti.

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