O Globo.com, 06/09/2011 às 06h33m
Resistência
Porta-voz diz que Kadafi está decidido a combater para retomar o poder
O GloboCom ReutersTARHOUNA, Líbia - Muamar Kadafi está decidido a combater para retomar o poder, informou nesta terça-feira Mussa Ibrahim, porta-voz do ditador líbio derrubado.
A declaração de Ibrahim acontece horas depois de um enorme comboio de soldados de Kadafi ter cruzado a fronteira do deserto líbio com destino a Níger. Nesta terça-feira, líderes de tribos na fortaleza do ditador líbio tentaram convencer as forças leais ao regime entrincheiradas para que entreguem suas armas, disse um negociador dos rebeldes. Mesmo assim, Ibrahim se mostrou desafiante.
- Kadafi se encontra em excelente estado de saúde e planeja organizar a defesa da Líbia - disse Ibrahim à emissora al-Rai da cadeia Syrian TV e acrescentou que tanto Kadafi como seus filhos continuam em território líbio:
- Estamos combatendo e resistindo pelo bem da Líbia e de todos os árabes. Seguimos fortes e capazes de mudar as coisas a nosso favor e contra a Otan - declarou.
As forças leais a Kadafi se refugiaram em várias populações, entre elas a cidade de Bani Walid, aproximadamente a 140 quilômetros a sudeste de Trípoli.
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Suposto comboio de Gaddafi atravessa fronteira com Níger
DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS
Um grande comboio de veículos civis e militares procedentes da Líbia cruzaram na noite de segunda-feira (5) a fronteira com Níger, no que pode ser uma negociação secreta do ditador Muammar Gaddafi de buscar asilo em um país africano vizinho, informaram nesta madrugada as agências Reuters e France Presse. Segundo fontes militares francesas citadas pela Reuters, o comboio com cerca de 250 veículos foi escoltado por militares de Níger - ex-colônia francesa ao sul da Líbia - e estaria se dirigindo ao vizinho Burkina Faso, país que já havia declarado sua disposição em oferecer asilo a Gaddafi. Um dos filhos do ditador, Saif Al Islam, considerado por muitos aquele que sucederia o pai à frente do regime líbio, também estaria no comboio, segundo a mesma fonte.
Aviões de reconhecimento da Otan têm realizado uma série de operações no deserto líbio em busca de comboios que poderiam estar transportando Gaddafi ou membros de seu regime em fuga, tornando dificil que esta passagem pela fronteira tenha ocorrido sem o consentimento da aliança. Ainda segundo a Reuters, o governo francês teria conduzido uma negociação entre os rebeldes e Gaddafi que resultou nesta suposta operação de fuga do ditador. Um jornalista de uma rádio de Agadez, no norte de Níger, informou que " várias testemunhas disseram ter visto no comboio Rhisa Ag Bula, uma das figuras das rebeliões tuaregues em Níger e pessoa muito próxima de Gaddafi".
Segundo a agência France Presse, cerca de dez pessoas próximas de Gaddafi, entre elas Mansur Daw, chefe das brigadas de segurança do regime, teriam chegado no último domingo a Agadez atravessando a fronteira líbia.
AINDA NA LÍBIA
Na tarde de ontem (5), o porta-voz de Gaddafi, Moussa Ibrahim, havia afirmado que o ditador estava "em algum lugar de sua terra em bom estado de saúde e com bom ânimo". Em entrevista por telefone à rede de televisão síria Al Rai, Ibrahim disse ainda que Gaddafi não poderia ser encontrado.
Rumores apontam que Gaddafi estaria escondido junto de Saif Al Islam e um pequeno grupo de seguidores na cidade de Bani Walid. Outros acreditavam que ele poderia estar na cidade de Sebha, mais ao sul de Bani Walid e próxima da fronteira com Níger.
RENDIÇÃO
No início desta terça-feira, a emissora de televisão árabe Al Jazeera anunciou que os rebeldes conseguiram chegar a um acordo para a rendição de Bani Walid, cidade ao sul de Trípoli que permane como um dos últimos focos de resistência das forças pró-Gaddafi.
Segundo o canal catariano, os rebeldes planejam entrar na cidade - sitiada desde domingo - durante a tarde desta terça-feira.
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