São Paulo, segunda-feira, 07 de fevereiro de 2011
Dono de café histórico do Cairo também adere a movimentoDO ENVIADO AO CAIRO
Orgulho do Cairo medieval, antro da boemia intelectual, fundado em 1771 e tido como o café mais antigo do Oriente Médio, o El Fishawy anda vazio e tristonho.
O local, um dos pontos incontornáveis do turismo no Cairo, é um retrato em pequena escala da atual situação política no Egito.
Entre os raros clientes na tarde de ontem, os únicos estrangeiros eram um casal de alemães residentes no Cairo. Os turistas desapareceram do local, situado numa ruela apertada de casas medievais.
O dono, Mounir El Fishawy, 57, que honra a oitava geração à frente do estabelecimento, afirma ter perdido "muito, muito dinheiro" desde o início da crise política.
Mas El Fishawy diz estar disposto a "sacrificar seu interesse pelo da população".
"Estamos vivendo uma revolução. Desde que ela começou, só deixei de ir protestar na praça Tahrir dois dias. Posso perder dinheiro agora, mas o fim deste regime trará liberdade, e isso não tem preço", disse o empresário à Folha em inglês fluente, enquanto fumava narguilê com um amigo.
Enquanto gatos sarnentos passeiam debaixo das mesas, El Fishawy aponta com orgulho para as fotos em preto e branco de clientes famosos estampadas na parede. Há retratos do rei Farouk e de cantoras árabes.
O dono diz que o ator Omar Sharif é um velho conhecido e que o escritor Naguib Mahfouz escreveu boa parte de sua obra fumando narguilê no local, cuja sala principal é um corredor sob imponentes arcadas.
El Fishawy olha para o relógio e pede licença. "É hora de dar uma passada em Tahrir. Não tenho idade para ficar lá dia e noite, mas quero ajudar a manter a pressão."
Orgulho do Cairo medieval, antro da boemia intelectual, fundado em 1771 e tido como o café mais antigo do Oriente Médio, o El Fishawy anda vazio e tristonho.
O local, um dos pontos incontornáveis do turismo no Cairo, é um retrato em pequena escala da atual situação política no Egito.
Entre os raros clientes na tarde de ontem, os únicos estrangeiros eram um casal de alemães residentes no Cairo. Os turistas desapareceram do local, situado numa ruela apertada de casas medievais.
O dono, Mounir El Fishawy, 57, que honra a oitava geração à frente do estabelecimento, afirma ter perdido "muito, muito dinheiro" desde o início da crise política.
Mas El Fishawy diz estar disposto a "sacrificar seu interesse pelo da população".
"Estamos vivendo uma revolução. Desde que ela começou, só deixei de ir protestar na praça Tahrir dois dias. Posso perder dinheiro agora, mas o fim deste regime trará liberdade, e isso não tem preço", disse o empresário à Folha em inglês fluente, enquanto fumava narguilê com um amigo.
Enquanto gatos sarnentos passeiam debaixo das mesas, El Fishawy aponta com orgulho para as fotos em preto e branco de clientes famosos estampadas na parede. Há retratos do rei Farouk e de cantoras árabes.
O dono diz que o ator Omar Sharif é um velho conhecido e que o escritor Naguib Mahfouz escreveu boa parte de sua obra fumando narguilê no local, cuja sala principal é um corredor sob imponentes arcadas.
El Fishawy olha para o relógio e pede licença. "É hora de dar uma passada em Tahrir. Não tenho idade para ficar lá dia e noite, mas quero ajudar a manter a pressão."
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